Sinais de desidratação no frio — e por que ela pode passar despercebida
Mesmo no frio, o risco de desidratação existe e pode passar despercebido. Descubra os sinais mais comuns, por que eles ocorrem no inverno e como manter a hidratação mesmo sem sentir sede.

Quando pensamos em desidratação, geralmente associamos ao calor intenso, suor excessivo e sede constante. Mas sabia que, mesmo no frio, o risco de desidratação continua — e, muitas vezes, é até mais silencioso?
Nas temperaturas mais baixas, a sensação de sede diminui, mas as perdas de água continuam acontecendo. Nosso corpo perde líquidos pela respiração (principalmente em ambientes com ar frio e seco), pela urina e também pela transpiração, mesmo que ela seja menos perceptível.
Segundo Sawka et al. (2005), a desidratação leve pode ocorrer sem sinais evidentes de sede, principalmente com exposição prolongada ao frio, o que reduz a ingestão espontânea de líquidos.
Por isso, é essencial conhecer os sinais de desidratação e agir antes que o corpo sofra com os efeitos da falta de água.
Sinais comuns de desidratação no frio
1. Boca e lábios ressecados
O ar frio e seco aumenta a evaporação de água pela pele e pelas mucosas, levando ao ressecamento, rachaduras e sensação de desconforto.
2. Urina escura e em menor volume
A urina é um dos melhores indicadores de hidratação. Segundo a European Hydration Institute (2016), a urina deve ter coloração clara. Tons escuros e volume reduzido indicam que o corpo está retendo água — sinal de que a desidratação já começou.
3. Pele seca e com menor elasticidade
No frio, a pele perde hidratação com mais facilidade. Um teste simples é puxar levemente a pele: se ela demorar a voltar ao normal, pode ser sinal de desidratação.
4. Fadiga e cansaço sem explicação
Estudos mostram que até mesmo uma leve desidratação pode afetar a disposição, a atenção e o humor (Ganio et al., 2011). Se você anda mais cansado ou irritado do que o normal, pode ser falta de água.
5. Dor de cabeça
A desidratação reduz o volume de sangue circulante e o fluxo sanguíneo no cérebro, favorecendo dores de cabeça (Popkin et al., 2010).
6. Constipação intestinal
Sem água suficiente, o intestino funciona de forma mais lenta, deixando as fezes mais ressecadas. A prisão de ventre é comum em pessoas que se hidratam mal, mesmo durante o inverno.
Por que esses sinais aparecem mesmo sem calor?
A sensação de sede diminui: alterações fisiológicas, como a vasoconstrição e a redução dos estímulos aos centros cerebrais de sede, tornam o corpo menos sensível à necessidade de beber água (Kenney et al., 2004).
O consumo de líquidos tende a cair: no frio, é comum evitar bebidas frias e não perceber que o corpo precisa de hidratação constante.
Como prevenir a desidratação no inverno?
- Beba líquidos ao longo do dia, mesmo sem sede.
- Aposte em chás naturais, caldos leves e águas aromatizadas mornas.
- Observe a cor da urina: se estiver escura, aumente a ingestão hídrica.
- Hidrate a pele com cremes e cuide da hidratação de dentro para fora.
No frio, a desidratação pode vir devagar, quase sem dar sinais — mas comprometer o bem-estar e a saúde. Fique atento e mantenha o hábito de se hidratar para curtir o inverno com mais disposição!
Fontes e referências
European Hydration Institute. (2016). Hydration and Health: A Review.
Ganio, M. S., et al. (2011). Evidence-based approach to lingering hydration questions. Clinical Journal of Sport Medicine, 21(4), 375–382.
Kenney, W. L., et al. (2004). Human thermoregulation: an integrated view. Handbook of Physiology, Section 4.
Popkin, B. M., et al. (2010). Water, hydration, and health. Nutrition Reviews, 68(8), 439–458.
Sawka, M. N., et al. (2005). Exercise and fluid replacement. Medicine & Science in Sports & Exercise, 37(2), 377–390.