Entenda como a linguagem inclusiva pode impulsionar a diversidade nas empresas
Mais de 50% das empresas adotam a linguagem inclusiva. Entenda a importância desta comunicação para impulsionar a diversidade na sua organização.
Fruto da urgência em modificar um vocabulário impregnado de preconceitos, que exclui e ofende pessoas historicamente marginalizadas, a linguagem inclusiva é uma ferramenta essencial para acolher a diversidade.
Prova disso é que, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Bossa.etc, 54,6% das empresas brasileiras estão adotando alguma forma de linguagem inclusiva.
“Vivemos em uma sociedade repleta de estereótipos e preconceitos que nos impedem de incluir pessoas diferentes de nós. Nós somos reflexo disso, que foi nos ensinado durante a nossa vida toda”, diz Margareth Goldenberg, CEO da consultoria Goldenberg Diversidade e gestora do Movimento Mulher 360.
Quer saber como adotar uma linguagem inclusiva na sua empresa? Continue lendo o artigo abaixo!
O que é linguagem inclusiva?
A linguagem inclusiva pode ser traduzida como o uso inteligente da língua portuguesa.
Com ela, é possível construir uma comunicação corporativa empática e capaz de reconhecer as individualidades e gerar sensação de pertencimento.
Como escrever e falar de forma inclusiva?
Na prática, adotar uma linguagem inclusiva na fala ou na escrita envolve substituir termos e expressões discriminatórias por outros capazes de acomodar toda a pluralidade dos colaboradores.
Isso levando em conta os diferentes marcadores sociais, como gênero, identidade de gênero, orientação sexual, etnia, origem, condição física e idade etc.
Linguagem inclusiva: exemplos
Um jeito fácil de adotar uma linguagem inclusiva é deixar de utilizar pronomes masculinos de forma genérica para representar pessoas de todos os grupos.
Por exemplo:
Use "A diretoria" ao invés de "O diretor da empresa".
Ou, então, utilize "Vaga para pessoa desenvolvedora" ao invés de "Vaga para desenvolvedor".
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Qual a importância da linguagem inclusiva?
O primeiro resultado de adotar uma linguagem inclusiva é, obviamente, contribuir para um ambiente mais diverso e plural dentro da organização.
Só que investir na criação de ambientes mais diversos não se trata apenas de responsabilidade social.
Ter equipes plurais é o caminho para responder de forma inovadora para os desafios do negócio e encontrar soluções que reflitam a necessidade do público consumidor, igualmente diverso.
Não à toa, segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey sobre equidade de gênero nas empresas, companhias onde há mais equidade de gênero têm lucros 25% maiores que a média de empresas.
Linguagem inclusiva: por onde começar?
A língua é um organismo vivo e está sujeita a adaptações e discordâncias. Por isso, a linguagem inclusiva também está em construção e pode sofrer alterações. Além disso, por se tratar de algo novo é natural que erros sejam cometidos.
“Ter dúvidas é natural e o desconforto faz parte desse processo. Toda vez que estamos aprendendo, vamos cometer gafes. Com a linguagem inclusiva é a mesma coisa. A chave é se abrir para o novo”, diz Katya Hemelrijk, CEO da consultoria Talento Incluir e especialista em inclusão de pessoas com deficiência.
Se interessa por diversidade? Acesse aqui a nossa pesquisa que mapeou ações afirmativas de gênero nas empresas brasileiras.
Para ela, além de não haver fraqueza, reconhecer a ignorância sobre o tema é capaz de gerar conexão.
“As coisas fluem melhor porque a gente consegue se conectar e entender como funciona para a outra pessoa”, afirma.
Linguagem inclusiva nas empresas: como trabalhar
Assim como outras ações voltadas para a diversidade, não adianta impor o uso da linguagem inclusiva e achar que isso será suficiente.
É preciso que a atividade venha ancorada em uma mudança de cultura organizacional, em que líderes e colaboradores estão engajados com a agenda de diversidade.
E é aí que se encontram as maiores dificuldades porque envolve lidar com a compreensão e a abertura de seres humanos que carregam vieses e preconceitos baseados em estereótipos dos mais variados tipos.
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Para o analista de diversidade e inclusão da Cia de Talentos, Pablo Café, a solução para que a linguagem inclusiva nas empresas saia do papel e se torne parte da comunicação envolve duas frentes.
“A primeira é trazer para o contexto da vida pessoal, destacar a relevância dessa comunicação no ciclo social de cada pessoa, fazendo-as refletir se as pessoas ao seu redor se sentem incluídas em suas falas”, diz.
“A segunda frente é trazer a discussão sobre o impacto no negócio, ou seja, mostrar como a comunicação inclusiva aproxima o público-alvo com as oportunidades da empresa”, afirma.
Confira, a seguir, como trabalhar a comunicação inclusiva na sua empresa:
- Faça um mapeamento da situação da empresa, no que diz respeito à diversidade, inclusão e equidade;
- Detecte as barreiras e os pontos cegos a serem priorizados;
- Invista em formação antirracista, antimachista e contra outras formas de discriminação;
- Crie rodas de conversas e grupos de afinidades;
- Realize pesquisas de percepções sistematizadas;
- Crie uma ouvidoria ou canal de denúncias que efetivamente funcione;
- Promova a segurança psicológica nas empresas.