A importância da diversidade na liderança
Ter diversidade na liderança tomando decisões e influenciando outras pessoas traz ganhos significativos para as organizações
Para que uma empresa seja de fato diversa e inclusiva é necessário que existam pessoas de diferentes perfis ocupando todos os níveis hierárquicos da organização, não apenas posições operacionais. Somente com diversidade na liderança, trabalhadores, fornecedores e clientes se sentirão representados e confiantes de que podem chegar onde quiserem naquele lugar.
Sabemos que o tema está presente na agenda corporativa. A Pesquisa Global de Diversidade e Inclusão da PWC de 2021 indica que 75% das organizações consideram internamente a diversidade e inclusão como um valor ou uma prioridade. Porém, apesar do compromisso, elas enfrentam dificuldades na concepção e execução desses planos, principalmente quando se referem à diversidade no topo da pirâmide.
Isso fica evidente nos números. Um estudo da consultoria Mckinsey aponta que homens brancos ocupavam quase 70% dos cargos de C-level (CEO, CIO, CFO etc.) em 2019. Em 2022, apenas 6 das 500 maiores companhias nos Estados Unidos eram lideradas por CEOs negros, segundo o ranking da Fortune. Ainda nessa lista, apenas 8% dos CEOs eram mulheres, sendo metade negras.
Quando analisamos a situação da população lésbica, gay, bissexual ou transgênero, percebemos que ela é igualmente subrepresentada no mundo corporativo. Pesquisas indicam que globalmente os homens LGBTQIA+ preenchem 5% das cadeiras de vice-presidência e presidência nas empresas, enquanto as mulheres LGBTQIA+ seriam menos de 2%. No geral, profissionais LGBTQIA+ têm 11% menos chances de assumirem cargos mais altos.
Não é novidade, no entanto, que ter líderes diversos tomando decisões e influenciando outras pessoas traz ganhos significativos para as organizações. Uma empresa com liderança etnicamente diversificada tem um resultado financeiro 36% superior em comparação com aquela sem diversidade; e a porcentagem sobe para 48% quando se trata da diversidade de gênero.
Segundo a consultoria Deloitte, organizações que mantêm a diversidade em todos os níveis são 20% mais inovadoras que as demais.
Poucos, mas relevantes
Apesar da baixa representatividade no ambiente corporativo, a diversidade tem avançado nos últimos anos – ainda lentamente, sobretudo na alta liderança, mas tem evoluído. Globalmente, aumentam os exemplos de líderes de diferentes origens, etnias, orientações sexuais e de gênero ganhando destaque em instituições públicas e privadas. Esses casos indicam que a sociedade está mais aberta para a pauta da diversidade e servem de inspiração para outras pessoas.
Ao ver um negro ou um trans à frente de projetos importantes, outros membros dos grupos minorizados sentem que eles também podem chegar ao topo.
Veja alguns exemplos de diversidade na alta liderança:
Gabriel Boric - Presidente da República do Chile. Aos 36 anos, é o mais jovem a assumir esse posto na história do país e um dos mais jovens chefes de estado do mundo.
Ketanji Brown Jackson - a primeira mulher negra a atuar na Suprema Corte dos Estados Unidos, em 232 anos da instituição.
Erica Malunguinho - É a primeira deputada trans eleita no Brasil (em 2018, por São Paulo) e a primeira negra do mundo. Pode ser a primeira trans no Congresso após as eleições de 2022.
Sue Y Nabi - hoje CEO global da Coty. Ela foi a primeira executiva trans na LOréal e ajudou a empresa a lucrar 4 bilhões de euros com a criação de campanhas inclusivas.
Danielle Torres - Sócia-diretora de Práticas Profissionais na KPMG Brasil. É uma das primeiras mulheres trans do Brasil a ocupar um posto de alta liderança em uma grande empresa.
Rosalind Brewer - CEO da Walgreens Boots Alliance. Atualmente, é a única mulher negra a liderar uma empresa da Fortune 500. Antes de migrar para a Walgreens, foi a primeira mulher e pessoa negra a assumir a posição de COO na Starbucks.
Tim Cook - CEO da Apple. O primeiro CEO assumidamente gay de uma grande empresa.
Sensibilizando gestores para a diversidade
À medida que o tema avança na sociedade e os exemplos se tornam visíveis, fica mais difícil para as companhias deixarem as ações de diversidade e inclusão só no papel. Por isso, nos últimos anos vemos cada vez mais bons exemplos de programas sendo lançados pelas empresas e atingindo bons resultados.
A Liberty Mutual Insurance criou o “Men as Allies” para atrair e capacitar os homens para as questões da diversidade. Além de oferecer conteúdos para ensinar os homens a se tornarem aliados à causa, a ação também contou uma plataforma interna para que os participantes pudessem compartilhar ideias e sugestões.
Já a Johnson & Johnson desenvolveu a Universidade da Diversidade, um site programado para ajudar os funcionários a entenderem os benefícios da inclusão, da equidade e da diversidade. Para incluir as esferas mais altas da liderança, o diretor do projeto se reporta diretamente ao CEO da J&J.
Iniciativas como essas contribuem também para reduzir o desconforto de alguns líderes com a temática da diversidade. Um estudo realizado pela SurveyMonkey aponta que 60% dos gerentes se sentem desconfortáveis em interagir com mulheres no ambiente de trabalho após o movimento #MeToo (que trouxe à tona os assédios vividos por mulheres na indústria de cinema).
Dar a possibilidade para que todos participem e aprendam sobre o assunto pode ser um passo importante rumo à inclusão.
Benefícios da liderança diversa
Pessoas diversas ocupando cargos estratégicos contribui para um maior engajamento dos funcionários. Segundo uma pesquisa da Quantum Workplace, 61% dos respondentes afirmaram que as estratégias de diversidade e inclusão da empresa aumentaram seu senso de pertencimento à organização. O fato de terem uma liderança diversa para admirar também fez com que se sentissem motivados a avançar na carreira dentro da empresa.
Esse tipo de percepção ultrapassa os limites da corporação. Isso porque quando os clientes entendem que uma companhia valoriza a diversidade entre os seus funcionários, as chances de eles se verem representados em seus produtos e serviços também aumentam.
Um outro estudo realizado pela Mckinsey revela que dois em cada três americanos moldam suas decisões de compras por seus valores sociais. Mais do que comprando itens ou serviços, eles sentem que estão apoiando trabalhadores pertencentes às minorias.
Líderes mais diversos, não só nas empresas mas também nos governos, promovem os direitos das minorias, das mulheres e das crianças, e defendem os interesses da sociedade. O ganho é para todos.
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