Varíola dos macacos: tudo o que o RH precisa saber sobre a doença
Guia completo sobre transmissão, sintomas e tratamento da varíola dos macacos criado com infectologista e dados do Ministério da Saúde
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Quando a pandemia da Covid-19 finalmente deu uma trégua e a rotina de trabalho presencial ganhou fôlego, veio a monkeypox, ou varíola dos macacos (como é chamada no Brasil), reacender o estado de alerta mundial, especialmente para o RH, que trabalha cuidando de pessoas. Segundo relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), houve uma alta de 190,7% no número de casos no Brasil.
Mas, afinal, quais são os sintomas e tratamento dessa doença? Hoje, o que não faltam são perguntas: como manter os colaboradores seguros e protegê-los? O que fazer caso alguém do time manifeste sintomas ou receba o diagnóstico da doença? E se eu encostar em uma superfície tocada por alguém contaminado, posso pegar a varíola dos macacos? Dividir a mesa com um colega infectado oferece algum risco?
Para sanar essas e outras dúvidas, a Flash preparou este guia com a ajuda do médico Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, e dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Ministério da Saúde do Brasil, que emitiu uma nota técnica com orientações para a saúde do trabalhador.
O que é a varíola dos macacos?
Apesar do nome, a origem da doença não tem como causa os macacos. O que ocorre é que foi observada pela primeira vez em macacos, no final da década de 1950. Os portadores originais são possivelmente roedores das selvas africanas. Trata-se de uma zoonose viral, ou seja, a monkeypox foi transmitida a humanos a partir de um vírus que circula em animais.
sintomas e tratamento
Os principais sintomas da doença são febre, calafrios, gânglios inchados, dores e feridas pelo corpo. Normalmente o paciente se cura sem complicações, mas há registros raros de sequelas como problemas na visão e encefalite (inflamação cerebral causada por infecção). É, porém, uma doença de riscos mais brandos que a varíola (smallarrpox), erradicada do mundo a partir do final dos anos 1970.
Como se dá a transmissão
A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto ou indireto com as lesões corporais, secreções originadas das feridas ou por gotículas respiratórias.
Pode ocorrer também por meio do contato com materiais contaminados com o vírus. Porém, essa situação é mais comum em áreas mais contaminadas, como próximo ao leito de um paciente infectado. Nessas situações, há quantidade grande de vírus e exposição por tempo mais prolongado.
Por causa disso, o Ministério da Saúde anunciou a compra de um lote de vacinas exclusivo para profissionais de saúde. Por ora, a vacinação em larga escala, para a população, é descartada pelo órgão.
Dados mostram que a doença tem sido diagnosticada principalmente entre homens que fazem sexo com outros homens, o que levou a OMS a pedir que essas pessoas diminuam o número de parceiros. Isso não quer dizer que homens que fazem sexo com outros homens sejam mais suscetíveis à varíola dos macacos. Qualquer um pode contraí-la, inclusive crianças. "Estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto", disse o presidente da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em julho.
O risco de complicações, embora de incidência rara, atinge principalmente os menores de oito anos, grávidas, imunossuprimidos e pessoas com comorbidades.
Formas de prevenção e protocolos no escritório
Uma dúvida que tem surgido é se os protocolos de combate à Covid-19, como higienização frequente dos ambientes e distanciamento, servem também para evitar o monkeypox.
Ainda que com menor incidência, o vírus pode ser transmitido por contato com materiais contaminados. Sendo assim, é importante, sim, um plano de higienização dos espaços de trabalho, principalmente para aqueles compartilhados em diferentes turnos. Entretanto, segundo dados da OMS, o risco de transmissão dessa forma é muito baixo.
Uso de máscara e o monkeypox
De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, essa é uma questão um pouco controversa. “Pode acontecer a transmissão através de gotículas respiratórias, porém a gente sabe que a principal forma de transmissão é através do contato com lesões de uma pessoa com a doença ou contato sexual, mais íntimo. Hoje, pelo conhecimento atual, é difícil afirmar que sim ou que não, mas, na dúvida, recomenda-se a máscara, sempre que possível."
Monkeypox no ambiente de trabalho
O infectologista indica ainda que as empresas promovam atividades de educação e treinamento natualizados para os trabalhadores sobre a varíola dos macacos, “especialmente fatores de risco e prevenção”, destaca Weissmann, além de disponibilizar estrutura e insumos suficientes para a adequada higienização das mãos, condições de ventilação e renovação do ar dos ambientes de trabalho e distanciamento adequado entre os profissionais.
Também não se deve compartilhar copos, talheres e outros objetos de uso pessoal.
Uma vez que um trabalhador receba o diagnóstico, ele precisará permanecer isolado e afastado. O afastamento do trabalho deve ser mantido até o desaparecimento das crostas, com a pele cicatrizada, ou por até 21 dias, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
O que fazer se um colaborador teve contato com um infectado?
O profissional deve ser encaminhado ao sistema de saúde e afastado do trabalhonpara prevenir a transmissão, mesmo que ainda esteja em investigação diagnóstica.
Segundo o Ministério da Saúde, casos suspeitos de varíola dos macacos valem para pessoas de qualquer idade que tenham apresentado súbitas erupções cutâneas pelo corpo aliadas a algum dos seguintes fatores de interação com outros casos, suspeitos ou confirmados, nos últimos 21 dias:
- Exposição próxima e prolongada sem proteção respiratória.
- Contato físico direto, apenas toque ou contato sexual, mesmo com uso de preservativo (neste caso, contato íntimo com pessoas de histórico desconhecido também são considerados suspeitos).
- Contato com materiais contaminados, como roupa de cama e copos.
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Jornalista especializada em negócios, gestão de pessoas, empreendedorismo, carreira, comportamento e tecnologia. Com passagens por diversos veículos de imprensa e pós-graduação em marketing pela FGV, atuo com comunicação, curadoria e projetos editoriais de marca. Na Flash é gerente de comunicação e conteúdo.