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20 de novembro é feriado nacional: o que o RH precisa saber sobre o dia da Consciência Negra

Saiba como o RH pode transformar a data em ações efetivas contra o racismo durante todo o ano.

Flash

Um ano após o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, ter se tornado um feriado nacional, a data fortalece ainda mais seu papel como uma oportunidade de as empresas criarem políticas de combate ao racismo. 

Mais do que isso, a transformação do feriado em nacional ajuda a tornar o tema uma prioridade dentro das empresas. Para especialistas ouvidos pela Flash, o saldo é positivo, apesar dos diferentes níveis de maturidade das organizações com relação a ele.

O RH não consegue transformar o cenário sozinho, mas tem um papel importante para começar essa conversa e, para além de promover ações pontuais perto de 20 de novembro, precisa estar ciente de que esta é uma missão constante, para o ano inteiro. 

O Dia da Consciência Negra representa a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que se tornou um símbolo contra o racismo e de resistência à escravidão. A data já era feriado em alguns estados e municípios desde 2011, mas em 2023 o Congresso Nacional aprovou a lei nº 14.759, que a transformou em feriado nacional – começando a valer em 2024. 

Segundo Wilma Tinoco, consultora do Diversifica, companhia especializada em diversidade para as empresas, mesmo a data sendo feriado há apenas um ano, já é possível ver seu impacto nas corporações. “As mais maduras já estão trazendo dados e medindo isso, fazendo programas mais estruturados, mentorias e pipelines de liderança para que ela possa de fato ser inclusiva. Algumas ainda atuam de uma forma mais pontual, mas é o caminho para que elas tomem consciência.” 

A importância do Dia da Consciência Negra como feriado nacional

Para Wilma, que também é autora dos livros “Acenos da Memória: Crônicas de uma Vida Inteira” (ed. Skoobooks, 2023)  e “Sim (Crônicas)” (ed. Ramalhete, 2025), em que trata de temas como gênero e raça, a oficialização elevou a data a um novo patamar. 

“Não só as empresas, mas o país inteiro é convidado a repensar, parar e refletir sobre a nossa própria história e as consequências do racismo no Brasil. Já me deparei com empresas que se recusam a reconhecer o feriado, migrando-o para uma outra data, não deixando que fique tão demarcado como o Dia da Consciência Negra", conta.

Quando essa se torna uma agenda obrigatória, avalia, todos os players ao redor das empresas são chamados à conversa. Isto amplia o debate público sobre o tema e a oficialização tira o caráter de que falar sobre racismo é uma opção, segundo Wilma. 

Beatriz Santa Rita, especialista em diversidade e sócia-fundadora da consultoria estratégica Diverse, vê a conquista do feriado nacional como um marco da luta do movimento negro no Brasil. “É mais do que simbólico. Tem toda uma luta por trás de ter o feriado da Consciência Negra como nacional, porque já houve resistência e contestação da iniciativa privada”, afirma. 

Para Beatriz, é uma busca para enfrentar o racismo estrutural de diferentes formas. “Ele vai se reinventando. Por que ninguém contesta a importância da Páscoa, do Natal ou de qualquer outro feriado com a alegação de que eles trazem perdas? Contestar o feriado da Consciência Negra é mais uma demonstração de que a gente precisa muito desse feriado para avançar no combate ao racismo estrutural.”

Segundo Beatriz, hoje o Brasil é um país majoritariamente negro, com 56% da população negra, sendo as mulheres negras o maior grupo populacional do país.  

Papel do RH no combate ao racismo

Na avaliação de Wilma, a consolidação da data como feriado nacional abriu uma janela para que a área de gestão de pessoas estabeleça metas e a criação de uma política interna de combate ao racismo. 

“Estamos falando de compromissos a serem seguidos, um código de conduta, inserir no manual do colaborador o que é e o que não é mais permitido. Não é para ser um dia de purpurina, não é um dia de festa, é um dia de reflexão e de conscientização”, afirma Wilma. 

A consultora da Diversifica lembra também que empresas que trabalham com serviços essenciais, em turnos, e não possam dar o feriado, precisam demarcar a data de outra maneira.

“A gente vai pagar em dobro? A gente vai dar uma folga compensatória? É preciso comunicar isso de forma clara para os empregados. Eles têm que saber que o motivo de a empresa não fechar é ela ser prestadora de um serviço essencial, mas que todos os colaboradores que trabalharam naquele turno serão compensados.”

Para Wilma, do ponto de vista estratégico, o dia 20 de novembro deve servir como um gatilho para que organizações divulguem diagnósticos de ações que estejam mobilizando durante todo o ano. 

“É importante vocacionar a empresa para saber qual é a representatividade dos negros no conjunto de funcionários, a remuneração desse público, já que via de regra ganhamos menos para executar as mesmas funções, saber a rotatividade. Quando o turnover desse público é muito grande dentro da organização, na essência lá dentro tem uma prática racista, assédio, bullying”, afirma. 

Leia também: Diversidade racial -  10 livros que todo RH antirracista deveria ler

Programas de recrutamento baseados em uma política antirracista e de equidade racial também são medidas que a especialista vê como eficazes, além de rodas de conversa e escuta ativa com colaboradores negros. 

“Com isso, o RH pode alinhar com a liderança metas ou um planejamento que seja longevo e perene. As ações de inclusão demandam um esforço muito grande, porque muitas vezes é como se a gente tivesse que começar do zero para fazer o letramento racial das pessoas dentro da organização. Pessoas que não estão acostumadas a falar sobre o racismo, que trazem dentro das suas práticas cotidianas muitas posturas racistas”, afirma Wilma. 

Nas rodas de conversa, é imprescindível garantir confidencialidade e um ambiente seguro para que as pessoas se abram e eventualmente denunciem o racismo que sofreram. De acordo com Wilma, as empresas precisam investir em canais seguros para que as pessoas denunciem, seja uma ouvidoria ou um espaço neutro criado pelo RH. 

A importância de políticas antirracistas corporativas

As palestras e treinamentos na semana do Dia da Consciência são importantes, mas não suficientes, diz a consultora da Diversifica. “Essa ação pontual pode se mostrar insuficiente porque as pessoas ouvem aquilo tudo e são mobilizadas, mas se não colocarem em prática, isso desaparece. Como consultoria, nossa grande preocupação após esse primeiro movimento de trazer um especialista para falar sobre o tema é que elas criem movimentos reais, de programas que estabeleçam metas, que deem maior visibilidade para essa pauta.” 

Beatriz reforça que o importante é que a empresa assuma um compromisso. “Compromisso não significa que está tudo certo, mas que a empresa está comprometida em corrigir desigualdades e está avançando. Quando esse compromisso é efetivo, tem um trabalho que pode ser feito de forma antecipada à data.” 

Nesse processo, mostrar que a empresa não tolera práticas racistas e dar respostas que comprovem isso, por vezes significa perder colaboradores. “Pessoas que numa medida entregam, entre muitas aspas, resultados, mas com um discurso de que é um bom profissional, mas tem algo questionável com relação à ética, também não combina mais em 2025", afirma a fundadora da Diverse.

O que não fazer no dia 20 de novembro 

Para Beatriz, antes de mais nada, as empresas não devem contestar a relevância do feriado. “Por trás dessa contestação, a gente tem um cunho racista. Então é preciso conceder o feriado e não fazer ajustes.”

Ficar só na palestra na semana do Dia da Consciência Negra também não é suficiente, diz a fundadora da Diverse. O feriado é uma obrigação legal e, para Wilma, é preciso costurar essa data com outras iniciativas de educação antirracista. 

Wilma diz que os comitês antirracistas têm se mostrado um importante primeiro passo para inserir a pauta na cultura das empresas. “Se elas formalizam uma política antirracista clara e com consequências disciplinares, elas dão o seu segundo passo. Eu crio um comitê, discuto, defino o que pode e o que não pode mais ser tolerado. Produzo uma política antirracista, que traz de forma muito clara, objetiva e direta o que é uma postura racista dentro da empresa, o que a gente tem que fazer para evitar e, se ela acontecer, quais serão as consequências”, diz. 

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Coletar dados e medir resultados é essencial 

Outro papel do RH, na avaliação de Wilma, é planejar o acompanhamento das ações e a mensuração dos resultados, principalmente quando for preciso convencer a liderança da empresa. “A gente precisa ter dados que fomentem, a métrica é muito importante. Eles têm o poder de legitimar a conversa. Com isso fica mais fácil de eu fazer o movimento em direção à liderança, que precisa acreditar em uma política antirracista, isso está amalgamado com o papel dela.”

Beatriz, da Diverse, tem opinião semelhante. “Eu sempre defendo que palestra, educação corporativa, qualquer ação de educação é importante na temática racial e precisa acontecer de forma perene, ao longo de todo do ano e de vários anos, mas a gente pode trazer dados, e isso está nas mãos do RH, ter um mapeamento profundo de quem são as pessoas negras da empresa.”

Os números podem ajudar também a aprofundar o olhar em métricas como turnover. “Tem pesquisas que mostram um efeito ‘porta giratória’. Na mesma medida que a gente consegue contratar e aumentar a representatividade, não só de pessoas negras, mas de profissionais de grupos minorizados em geral, a rotatividade é muito alta porque o ambiente ainda é racista, discriminatório, capacitista e homofóbico", analisa Beatriz. Daí a importância de trainees específicos para pessoas negras, por exemplo, associados a ações de capacitação das lideranças e revisão dos processos. 

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Diversidade e produtividade 

Os especialistas lembram que não faltam estudos evidenciando que empresas mais diversas têm melhores índices de produtividade entre os colaboradores, o que na prática se transforma em lucro.

Wilma cita uma pesquisa da McKinsey que diz que quando as empresas têm equipes diversas, principalmente em gênero e raça, elas podem ser 35% mais rentáveis. “Com a diversidade, a gente ganha uma tomada de decisão mais flexível, investe, aposta mais na inovação. Ideias diferentes são trazidas, conseguimos maior adaptabilidade", afirma a especialista. 

Para Beatriz, pessoas bem cuidadas dentro da companhia, que se sentem acolhidas, se sentem melhor e entregam mais resultados. Em um cenário altamente competitivo, essa não é uma margem a se ignorar. “Eu gosto sempre de dizer que diversidade é a coisa mais inteligente a ser feita, não só porque traz resultados para as empresas, mas porque também traz para empresa esse papel de transformação da sociedade gerando lucro”, afirma. 

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