Surto de dengue em 2024: tudo o que o RH precisa saber

Os casos de dengue devem bater recordes em 2024; entenda como as empresas podem agir para apoiar os colaboradores – e prevenir a doença.

Flash

Em fevereiro, o Ministério da Saúde vaticinou: 2024 entraria para a história como o ano com maior número de casos de dengue registrados no Brasil. Segundo estimativas do órgão, são esperados que 4,2 milhões de pessoas sejam infectadas neste ano, número 149% maior do que o registrado em 2015, o pior desde o início da série histórica. 

Resultado de uma combinação de fatores, que incluem novas versões do vírus, arrefecimento das medidas de proteção e mudanças climáticas, o surto de dengue em 2024 já levou oito Estados brasileiros, além do Distrito Federal, a decretarem estado de emergência.

Para se ter uma ideia da gravidade do quadro, caracteriza-se uma epidemia de dengue quando são contabilizados 300 infectados a cada 100 mil habitante. No Brasil, o número já chega a 597. 

Não à toa, a doença voltou a ser motivo de preocupação no país e, consequentemente, nas empresas. Mas como o RH pode apoiar o time na prevenção e no acompanhamento também de outras doenças tipicamente tropicais que costumam dar as caras nesse período? 

Isso porque, além da dengue, a febre oropouche (que, apesar de ser bem menos conhecida, já apresentou 1.700 casos no Norte do Brasil), a zika e a chikungunya também registram aumentos de casos no país. 

Para responder a essa pergunta e ajudar o RH a apoiar seus times, o blog da Flash conversou com Tânia Chaves, médica infectologista e membro da diretoria da SBMT (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical), e Irineu Massaia, médico e head de Atenção Primária da Salú, startup especializada em saúde ocupacional. Confira! 

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O que é e quais os sintomas da dengue?

A dengue faz parte de um grupo de doenças chamadas de arboviroses, desenvolvidas a partir de vírus inoculados no corpo humano por mosquitos. É uma doença aguda, febril e debilitante que, apesar de poder ocorrer o ano todo, apresenta um padrão sazonal, com maior incidência nos períodos quentes e chuvosos. 

“São vários os desafios para lidar com a dengue, e um deles é o aspecto clínico, já que a detecção precoce da doença impacta na evolução clínica favorável do paciente”, afirma Tânia Chaves, infectologista e membro da SBMT.

Por isso, conhecer os principais sintomas é importante e ajuda a evitar que a doença seja confundida com outras viroses. A lista de sinais a que se deve estar atento inclui:

  • Febre alta, geralmente variando entre 39°C e 40°C;
  • Dor de cabeça intensa, com irradiação para dor atrás dos olhos;
  • Fortes dores no corpo, conhecidas como mialgia;
  • Dor nas articulações;
  • Perda do apetite;
  • Náuseas e vômitos também podem estar presentes;
  • Aparecimento de manchas avermelhadas na pele.

“Para receber o diagnóstico de dengue, o paciente deve apresentar febre e, pelo menos, dois dos outros sintomas mais comuns”, completa Irineu Massaia, médico da Salú, startup especializada em saúde ocupacional.

Leia também: Varíola dos macacos: tudo o que o RH precisa saber sobre a doença

Qual o tratamento para a dengue? E quantos dias é preciso ficar de repouso por causa da doença?

Por ser uma doença debilitante, a dengue demanda bastante repouso (a indicação costuma girar em torno de sete a oito dias) e cuidados com a hidratação, tanto por via oral quanto por soro, quando necessário.

Como existem quadros mais leves e outros bastante graves, é preciso estar atento à evolução da doença. Muitas vezes, os sintomas que indicam maior gravidade do quadro surgem após o quadro de febre, a partir do oitavo dia de doença.

“Na presença dos sintomas, é muito importante buscar atendimento médico nas unidades de saúde”, afirma Tânia. 

Os quadros mais graves (quando há presença de vômito persistente, dor de barriga, prostração, irritabilidade, letargia e pressão baixa) demandam acompanhamento hospitalar, uma vez que podem levar ao comprometimento de alguns órgãos do corpo. 

Qual o tempo de duração da dengue?

A dengue possui uma dinâmica peculiar. Em determinados momentos, os sintomas podem parecer mais brandos, voltando com força em seguida. Por isso, a recomendação médica é de, no mínimo, oito dias de acompanhamento antes da alta, que pode ser adiada caso sejam constatados sinais de agravamento do quadro.

“Para as empresas, é uma causa de absenteísmo bastante relevante, o que reforça a importância de elas estarem envolvidas na difusão das melhores práticas para o controle dos surtos”, afirma Irineu, da Salú.

Da vacina ao repelente: como se proteger do surto de dengue

Por ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a principal medida de combate à dengue é a erradicação desses vetores da doença. Não é uma tarefa simples. Para ter uma ideia, o nome científico do transmissor da dengue significa odioso do Egito.

“Já no antigo Egito, ele era considerado uma praga. Ele sempre se prolifera em períodos de grande crescimento populacional, principalmente quando acontece de forma desordenada, sem saneamento básico, por exemplo”, explica o médico da Salú.

Uma das principais formas de combater o Aedes é eliminando focos de água parada, uma vez que é ali que os mosquitos depositam seus ovos e estima-se que 80% desses focos estejam nas residências. 

Mas uma informação que não é tão difundida é que esse esforço deve ocorrer ao longo de todo ano e não apenas nos períodos de surto. Com o controle contínuo, o empenho nos meses chuvosos e de calor será menos intenso.

Além do controle dos focos, outras medidas para evitar a contaminação podem ser tomadas, como: 

  • A instalação de telas na janela; 
  • E o uso de repelentes à base de icaridina (substância indicada pela Organização Mundial da Saúde por apresentar maior tempo e área de proteção, além de ter baixa absorção pelo organismo, o que a torna liberada para crianças e gestantes).

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O que é a vacina QDenga e como ela age?

Mais recentemente foi também desenvolvida uma vacina, a QDenga, que foi incluída nos programas de vacinação do SUS (Sistema Único de Saúde no Brasil) e irá desempenhar um papel fundamental no combate aos surtos da doença. 

Além dela, está disponível no mercado brasileiro, na rede privada, a Dengvaxia, que é recomendada apenas para quem já foi infectado com o vírus da dengue.

“A vacina representa uma vitória da ciência para a população mundial, considerando que cerca de metade da população está sob risco de contrair dengue. Só nas Américas, o número de casos aumentou de 1,5 milhão na década de 1980 para 16,2 milhões na década de 2010”, afirma a infectologista Tânia Chaves.

A QDenga induz uma resposta imunológica no corpo contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Isso é feito seguindo o mesmo mecanismo de vacinas de outras doenças, como a caxumba, a febre amarela e a poliomielite: a presença de vírus vivos atenuados, que não têm capacidade de levar o indivíduo a desenvolver a doença em si.

A imunização é feita em duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. Para o surto atual da dengue, portanto, a resposta não estará na vacina, uma vez que não haverá tempo hábil para completar o esquema vacinal. 

De qualquer forma, Irineu ressalta a importância de as empresas incentivarem seus funcionários que estejam nos grupos-alvo da campanha de vacinação do SUS a buscarem a imunização.

“É uma questão que vai fazer muita diferença para os próximos anos, uma medida que deve se juntar a outras estratégias de prevenção que já conhecemos bem”, completa. 

Como prevenir a dengue no local de trabalho?

Como em diversas outras questões de saúde populacional, as empresas desempenham um papel importante — tanto pelo potencial de comunicação com grandes grupos quanto pela possibilidade de rastreamento de casos e orientação para encaminhamento aos médicos. 

“É importante ressaltar o quanto a empresa e o RH são aliados importantes para educar a população e prevenir as próximas epidemias”, diz Irineu, da Salú. 

Abaixo, algumas estratégias que as empresas podem adotar para combater a dengue no local de trabalho: 

  • Campanhas educativas

"O primeiro papel é educacional. Orientar os colaboradores a erradicar os mosquitos, inclusive fora das épocas de surto é algo que deve estar sempre no radar", destaca o médico da Salú. 

As organizações podem, por exemplo, promover campanhas educativas regulares para informar sobre a prevenção e o cuidado nas residências, reconhecimento de sintomas e a importância da vacinação.

  • Controle interno de criadouros

De nada adianta orientar os funcionários e não fazer a própria lição de casa. As companhias também precisam olhar para os potenciais focos de dengue em seus espaços físicos, reduzindo o risco de proliferação dos mosquitos por ali. Podem, inclusive, envolver os funcionários nesta tarefa para que vejam como fazer e sua importância. 

A instalação de telas nas janelas e a disponibilização de repelentes nos locais de trabalho também é uma iniciativa importante para o controle nas áreas corporativas e disseminação da importância da prevenção.

  • Monitoramento e apoio à saúde dos colaboradores

No caso de empresas maiores, que contam com times de saúde, é bem possível que se note um surto na região do escritório ou fábricas, ou onde morem boa parte dos funcionários, a partir da análise dos índices de afastamento. 

Estabelecer um sistema proativo de monitoramento de saúde, com a identificação precoce de sintomas, contribui para uma gestão eficaz de casos e a redução do absenteísmo. Quanto antes buscar ajuda, melhores são as condições de recuperação. 

  • Incentivo à vacinação

"No caso da QDenga, por ser uma vacina exclusiva do SUS, a empresa não pode comprar e fazer campanhas internas, mas pode incentivar os funcionários que se enquadrem nos grupos definidos pelo Ministério da Saúde a se vacinarem", menciona Irineu.  

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