Fluxo de caixa direto e indireto: entenda as diferenças e qual a melhor opção para sua empresa
Entenda a diferença entre o fluxo de caixa direto e o fluxo de caixa indireto. Saiba como escolher o melhor método DFC para sua empresa.

Na gestão financeira, o fluxo de caixa direto e o fluxo de caixa indireto estão entre os relatórios mais importantes — e também entre os que mais geram dúvidas entre gestores e empresários.
Ambos têm o mesmo objetivo: acompanhar a geração de caixa do negócio. No entanto, utilizam métodos diferentes para apresentar os resultados.
De forma estruturada, esses relatórios evidenciam todas as entradas e saídas de recursos — ou seja, os ganhos e despesas, sejam elas operacionais ou administrativas — dentro de um determinado período.
Controlar essa movimentação e o fluxo de caixa operacional é um dos maiores desafios para quem empreende, principalmente quando o foco é manter a saúde financeira da empresa e tomar decisões com base em dados confiáveis.
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Continue lendo o artigo para entender as diferenças entre os dois formatos é essencial para escolher o método mais adequado ao perfil e às necessidades da organização.
Você vai descobrir como funciona cada modelo, quais são suas vantagens e desvantagens e, principalmente, como tomar essa decisão com mais segurança e estratégia.
Boa leitura!
O que é fluxo de caixa direto ou indireto
O fluxo de caixa direto e o fluxo de caixa indireto são duas formas de apresentação do Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). Essa ferramenta é essencial para detalhar a movimentação de recursos financeiros da empresa, incluindo o capital de giro.
Vale lembrar que, de acordo com a Lei nº 11.638/07, empresas de capital aberto ou que faturam acima de R$ 2 milhões por ano são obrigadas a elaborar o demonstrativo do fluxo de caixa operacional. Nesses casos, a legislação prioriza o uso do modelo indireto.
Independentemente do tipo de apresentação, o DFC organiza as informações financeiras em três grupos de atividades:
- Operacionais: receitas e despesas diretamente ligadas à operação do negócio;
- De investimento: compra e venda de ativos, como máquinas, imóveis ou aplicações;
- De financiamento: entradas e saídas ligadas a empréstimos, financiamentos e pagamento de dividendos.
A principal diferença entre o fluxo de caixa direto e o indireto está na forma como as atividades operacionais são registradas:
- No direto, considera-se o regime de caixa (entradas e saídas efetivas);
- No caixa indireto, parte-se do lucro líquido e aplicam-se os ajustes contábeis baseados no regime de competência.
Qual a diferença entre o fluxo de caixa (DFC) no método direto e indireto
Embora ambos os métodos apresentem o mesmo resultado final — a variação do caixa no período —, eles se diferenciam principalmente na forma como registram e interpretam as atividades operacionais. Confira os detalhes abaixo:
DFC direto
No DFC direto, são registradas as entradas e saídas brutas de caixa, referentes às operações do dia a dia. Isso inclui:
- Recebimentos de clientes;
- Pagamentos a fornecedores;
- Despesas operacionais e tributos pagos, como salários, impostos e outros custos.
O foco é demonstrar de maneira objetiva e transparente tudo que envolveu as movimentações financeiras que de fato afetaram o saldo de caixa da empresa.
Logo, ao invés de partir do lucro, o DFC direto mostra o movimento de dinheiro “na veia” — ou seja, o que entrou e o que saiu do caixa, sem passar por ajustes contábeis.
O método direto é mais utilizado em contextos de gestão financeira empresarial operacional, por proporcionar uma visão imediata da movimentação do dinheiro.
Ele oferece uma visualização mais imediata e intuitiva do comportamento financeiro da organização, facilitando o controle diário e a tomada de decisão operacional.
Por isso, é mais utilizado por pequenos e médios negócios, onde os gestores precisam de informações rápidas para administrar o fluxo de caixa financeiro.
DFC indireto
O fluxo de caixa pelo método indireto tem como ponto de partida o lucro líquido do exercício, apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A partir desse valor, são realizados ajustes contábeis que permitem refletir, de forma mais fiel, a movimentação real de caixa gerada ou consumida pelas atividades operacionais.
Nesse modelo, é fundamental considerar todos os demonstrativos financeiros relevantes, incluindo o controle da conta bancária e os lançamentos contábeis.
Para se chegar ao fluxo de caixa operacional no método indireto, aplicam-se ajustes como:
- Itens não monetários, que impactaram o lucro, mas não movimentaram caixa, como amortização, depreciação e provisões;
- Variações patrimoniais, ou seja, nos saldos do balanço patrimonial, como contas a pagar, contas a receber e no controle de estoque.
Dessa forma, o DFC indireto reconcilia o lucro contábil com a movimentação financeira efetiva, oferecendo uma visão mais ampla da relação entre o desempenho contábil e o fluxo de caixa.
Por sua abordagem mais completa, esse é o método mais utilizado em demonstrações financeiras obrigatórias, conforme exigido pelas normas do CPC e do IFRS.
Além disso, é especialmente relevante para quem precisa realizar análises financeiras completas a partir dos demonstrativos contábeis.
Como fazer o fluxo de caixa direto e indireto
A escolha entre o fluxo de caixa direto ou indireto não deve se basear apenas no formato mais prático para a rotina da empresa.
É fundamental considerar também o nível de maturidade da gestão financeira, a finalidade do demonstrativo e o perfil do público que irá analisá-lo.
Cada método atende a objetivos diferentes:
- O fluxo de caixa direto é ideal para o controle operacional do dia a dia, pois oferece uma visualização clara e imediata dos fluxos financeiros;
- Já o fluxo de caixa indireto conecta o desempenho contábil ao comportamento do caixa, sendo mais indicado para fins de auditoria, relatórios contábeis e análise estratégica.
A seguir, você confere como montar e aplicar cada tipo de fluxo de forma prática e eficiente:
Método direto: detalhando a demonstração de fluxo das entradas e saídas de caixa
Conforme falamos, o fluxo de caixa direto é organizado a partir do registro detalhado de todas as entradas e saídas financeiras do negócio.
Cada recebimento e pagamento realizado deve ser registrado com clareza e categorizado conforme sua natureza (vendas, salários, fornecedores, tributos, etc.).
Para estruturar o, é preciso:
- Registrar todas as movimentações: cada recebimento de clientes e pagamento a fornecedores, salários, tributos e despesas operacionais deve ser registrado na data da movimentação financeira.
- Classificar tudo: categorize as movimentações conforme o tipo de atividade (operacional, investimento ou financiamento) para facilitar a análise posterior.
- Atualizar com frequência os registros: de preferência diária ou semanal, garantindo que os dados estejam sempre alinhados à realidade financeira.
- Ter controle de outros recebimentos e pagamentos operacionais: aluguel, energia elétrica, entre outros.
O fluxo de caixa direto é mais fácil de ser interpretado por gestores operacionais, ao mostrar com clareza quanto entrou e quanto saiu de caixa, sem necessidade de ajustes complexos.
Exemplo prático de como fazer o fluxo de caixa direto
Na análise contábil, esse fluxo de caixa nada mais é do que:
Entradas/receitas - saídas/despesas.
- Recebimentos de clientes: R$ 45.200
- Pagamentos a fornecedores e empregados: (R$ 36.800)
Caixa gerado pelas operações: R$ 8.400
Agora, é subtrair esse valor por encargos e tributos que foram pagos nessa operação:
- Juros pagos: (R$ 500)
- Imposto de renda e contribuição social pagos: (R$ 1.300)
- Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos: (R$ 150)
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais: R$ 6.450
Vantagens e desvantagens do DFC direto
Vantagens:
- Oferece uma visão clara e objetiva do fluxo real do negócio;
- Facilita o controle diário da organização e a tomada de decisão operacional;
- Ideal para micro e pequenas empresas ou gestores que buscam precisão imediata;
Desvantagens:
- Demanda mais disciplina nos lançamentos diários para manter a precisão;
- Pode gerar um volume elevado de registros, tornando o processo operacional mais pesado sem ferramentas adequadas;
- Pouco utilizado em demonstrações contábeis formais, como DFC padronizado.
Método indireto: partindo do lucro
Como vimos, o fluxo de caixa indireto parte do lucro líquido apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e realiza ajustes para aproximar esse resultado contábil da movimentação real de caixa.
Esse processo elimina os efeitos de receitas e despesas que não representaram entrada ou saída efetiva de recursos, como depreciações, amortizações e provisões, além de incorporar as variações nos ativos e passivos circulantes registrados no balanço patrimonial.
Para aplicar o fluxo de caixa indireto:
- Comece pela liquidez do lucro: utilize o resultado total da DRE como ponto de partida.
- Ajuste os itens não monetários: subtraia efeitos contábeis como depreciação, amortização e provisões.
- Aplique as variações patrimoniais: adicione ou subtraia mudanças em contas a pagar, contas a receber, estoques, impostos a recolher, entre outros.
Esse método é essencial para empresas que precisam apresentar suas demonstrações financeiras em conformidade com as normas contábeis.
Além disso, é altamente relevante para oferecer uma visão mais ampla e estratégica sobre a capacidade de geração de caixa do negócio.
Exemplo prático do fluxo de caixa indireto
No método indireto, é necessário realizar diversos ajustes sobre o lucro líquido.
Vamos usar como exemplo o valor de R$ 7.800, sobre o qual serão aplicados os seguintes ajustes:
- Depreciação: +R$ 700
- Provisão para devedores duvidosos: +R$ 300
- Resultado de equivalência patrimonial: (R$ 600)
- Despesas financeiras: +R$ 450
Subtotal após ajustes: R$ 8.650
Agora, é preciso ajustar as variações patrimoniais:
- Aumento nas contas a receber: (R$ 1.200)
- Redução nos estoques: +R$ 2.000
- Aumento nas contas a pagar: +R$ 1.500
Caixa gerado pelas operações: R$ 10.950
- Juros pagos: (R$ 500)
- Imposto de renda e contribuição social pagos: (R$ 1.300)
- Imposto de renda retido na fonte sobre dividendos: (R$ 150)
Líquido das atividades operacionais: R$ 9.000
Atividades de investimento:
- Compra de imobilizado: (R$ 4.500)
- Aplicações financeiras de longo prazo: (R$ 2.000)
Líquido utilizado nas atividades de investimento: (R$ 6.500)
Atividades de financiamento:
- Novo financiamento bancário contratado: +R$ 7.000
- Pagamento de parcelas de financiamento: (R$ 2.500)
Líquido gerado nas atividades de financiamento: R$ 4.500
Variação líquida no período:
- Atividades operacionais: +R$ 9.000
- Atividades de investimento: (R$ 6.500)
- Atividades de financiamento: +R$ 4.500
Variação final do caixa: R$ 7.000
Vantagens e desvantagens do método indireto
Vantagens
- O fluxo de caixa indireto segue o regime de competência, conectando o desempenho econômico à movimentação de caixa.
- Facilita a elaboração de relatórios formais, como o DFC, e integra a análise com balanço patrimonial e análises financeiras.
- Permite identificar com mais clareza a origem das variações no caixa líquido da empresa.
Desvantagens
- É menos intuitivo para gestores que não têm formação contábil.
- Não detalha claramente os recebimentos e pagamentos do dia a dia, podendo dificultar o controle operacional.
- Requer maior atenção na elaboração para garantir que todos os ajustes contábeis sejam realizados corretamente.
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Como escolher entre o fluxo de caixa direto e indireto? Qual o mais adequado?
Conforme falamos, a escolha entre o fluxo de caixa direto e indireto depende dos objetivos da análise, do público que irá utilizar as informações e da estrutura interna da companhia.
Não existe um método melhor em termos absolutos, mas sim aquele que melhor atende às necessidades da organização em determinado contexto.
O modelo direto é mais indicado quando o foco está no controle operacional e na gestão de liquidez diária, ainda mais para pequenas empresas ou negócios com alta rotatividade de caixa.
Já o método indireto é preferido em contextos contábeis e gerenciais mais robustos, onde é necessário integrar as informações do balanço patrimonial, da DRE e realizar análises financeiras mais amplas.
Considere os seguintes fatores:
- Tamanho e complexidade da empresa: negócios menores podem optar pelo direto pela sua simplicidade. Já os maiores, podem ter sistemas contábeis que facilitam a elaboração de ambos os métodos.
- Necessidade de detalhamento: se a gestão precisa de uma visão detalhada das entradas e saídas de caixa operacionais, o método direto é mais indicado.
- Facilidade de obtenção dos dados: avalie qual método exige menos esforço na coleta e organização das informações.
- Comparabilidade: se a empresa precisa comparar seu fluxo de caixa com o de outras do setor, é importante verificar qual é o mais utilizado.
- Requisitos regulatórios: em alguns casos, pode haver exigências específicas sobre o modelo a ser utilizado.
Qual o melhor fluxo de caixa para atividades de financiamento
Para atividades de financiamento — como tomada de empréstimos, amortização de dívidas e distribuição de lucros —, ambos os métodos oferecem visibilidade semelhante.
Porém, o método indireto tende a facilitar a análise de impacto dessas operações por estar ligado aos relatórios contábeis e à variação do caixa líquido.
Qual o melhor demonstrativo de fluxo para as demonstrações contábeis
O método indireto é o mais utilizado em demonstrações contábeis formais, como o DFC exigido por normas contábeis brasileiras (CPC) e internacionais (IFRS), devido à sua conexão direta com o lucro e os ajustes do patrimônio.
Agora, independentemente do modelo escolhido, manter um controle rigoroso do fluxo de caixa é essencial para garantir a saúde financeira e o crescimento sustentável de qualquer organização.
Seja pelo método direto ou indireto, o mais importante é contar com ferramentas que simplifiquem o registro, a análise e o planejamento financeiro.
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O meu trabalho é encontrar soluções de conteúdo e desenvolver histórias nos momentos certos. Para isso, uso todos os tipos de linguagem a que tenho acesso: escrita criativa, fotografia, audiovisual, entre outras possibilidades que aparecem ao longo do caminho.