RHs brasileiros gastam quase 17 horas por semana com burocracia, diz pesquisa da Think Work com a Flash
Levantamento inédito mapeou o nível de maturidade digital dos RHs no Brasil e mostrou o impacto negativo do excesso de tarefas manuais para a área.
Com as mudanças profundas do mercado de trabalho, a área de gestão de pessoas ganhou um protagonismo inédito dentro das organizações. Especialistas como o lendário ex-CEO da General Electric (GE), Jack Welch, e o guru de gestão de pessoas Ram Charan, já declararam que o RH é tão importante quanto o CFO para o crescimento dos negócios.
Mas, apesar dessa relevância e da cobrança para ser mais estratégico, o profissional de gestão de pessoas no Brasil continua preso em tarefas repetitivas e burocráticas. Além disso, ainda que o avanço da tecnologia tenha democratizado o acesso a ferramentas e softwares, a área permanece pouco digitalizada.
Pelo menos é isso que descobriu a pesquisa Transformação Digital do RH: Como a tecnologia e a inteligência artificial vão moldar o futuro do RH, estudo pioneiro realizado pela Think Work, plataforma de conhecimento sobre gestão de pessoas, em parceria com a Flash.
Segundo o levantamento, que ouviu 303 profissionais de recursos humanos de diferentes níveis hierárquicos e de todas as regiões do Brasil, os RHs brasileiros gastam, em média, 16,9 horas semanais, ou 38% da sua jornada de trabalho, com tarefas burocráticas. Cerca de 22% dos profissionais ouvidos chegam a declarar que suas atividades são monótonas e repetitivas e os desmotivam a trabalhar.
Como consequência, 80% destes RHs também afirmam que a rotina com pouco estímulo à criatividade e inovação traz impactos negativos para a sua saúde mental. A grande maioria (90%) ainda admite que esse contexto os torna mais propensos a pedir demissão do emprego atual.
“A transformação digital no RH não se trata apenas de modernizar processos, mas de liberar o time para tarefas mais estratégicas, que realmente impactem a vida dos colaboradores, tornando-os mais produtivos e engajados. Algo que traz resultados imediatos para o negócio”, afirma Frederico Miranda, Diretor de Produto da Flash.
RH no Brasil é pouco digitalizado e lida com excesso de plataformas
Não é de hoje que ouvimos empresas declararem que a digitalização se tornou parte central da estratégia dos seus negócios. Contudo, isso parece não se refletir na área de gestão de pessoas.
Isso porque, segundo o levantamento, apenas 6% dos RHs afirmam que a área passou por um grande processo de digitalização. A grande maioria (40%) admite que não realizou nenhum movimento prático para tornar os processos de pessoas mais tecnológicos e menos manuais.
Fora isso, 38% das empresas utilizam de dois a cinco sistemas diferentes para realizar as operações de RH na organização. A falta de tecnologia e centralização de informações se reflete na ausência de uma gestão de pessoas orientada a dados: 69% dos RHs que não são digitalizados afirmam que as decisões da área são baseadas em crenças e opiniões. Em contrapartida, entre os RHs que já são maduros digitalmente apenas 6% dizem o mesmo.
“Essa colcha de retalhos de plataformas e planilhas de Excel aumenta a complexidade para o RH e, ao mesmo tempo, não permite que ele atue de forma mais estratégica. Não à toa, a pesquisa mostra que 89% dos entrevistados acreditam que uma melhor integração entre os sistemas facilitaria o seu dia a dia”, diz Frederico, da Flash.
Inteligência artificial avança lentamente entre os RHs no Brasil
Desde novembro de 2022, quando o ChatGPT foi lançado e, rapidamente, atingiu milhões de usuários, a inteligência artificial tem mudado a forma de trabalhar e impactado empresas e profissionais. Apesar disso, apenas 30% das empresas utilizam IA no RH.
Para a maioria dos RHs (47%), a principal barreira para a adoção da IA nas operações de pessoas é o receio dos profissionais de perder o emprego para a tecnologia. Em seguida, 33% afirmam que os custos envolvidos para implementar as ferramentas são o segundo maior empecilho.
Do outro lado, apesar de minoria, os RHs que já utilizam a IA em suas operações de pessoas relatam que têm colhido benefícios. Para 61% deles houve uma redução do tempo dedicado a tarefas manuais com a adoção da tecnologia. Outros 59% afirmam que a IA permitiu que o RH se dedicasse a atividades mais estratégicas e 49% dizem que as ferramentas reduziram os custos operacionais.
“A transformação digital e a IA podem revolucionar o RH, mas é necessário que as empresas enfrentem os desafios culturais e invistam em soluções que não só modernizem, mas também empoderem a área com recursos e dados”, diz Frederico. “Para começar é preciso dar um passo atrás e entender onde a tecnologia poderia ser aplicada para simplificar ou reduzir processos complexos e onerosos”, finaliza o executivo da Flash.
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Jornalista formada pela PUC-SP, cobre negócios e recursos humanos há oito anos. Tem passagens pelas redações de EXAME, VOCÊ S/A e Jornal Metro.