O que é recrutamento misto, vantagens e desvantagens do modelo
Entenda o que é recrutamento misto, como ele une estratégias internas e externas, vantagens e desvantagens e quando adotar esse modelo no processo seletivo.

No atual cenário de gestão de Recursos Humanos (RH), encontrar o equilíbrio entre valorização dos talentos internos e oxigenação da equipe com novos perfis é um desafio constante.
Empresas que priorizam apenas candidatos externos podem perder o engajamento dos colaboradores. Já aquelas que contratam só internamente podem limitar o potencial de inovação.
É nesse contexto que o recrutamento misto pode ser uma ferramenta estratégica, mas ainda pouco explorada.
Ao combinar o recrutamento interno com o externo, é possível ampliar o leque de talentos disponíveis sem abrir mão do conhecimento já presente na organização.
O resultado é um processo mais completo, capaz de conciliar experiência, cultura e novas competências.
Neste conteúdo, você vai entender o que é o recrutamento misto, como ele funciona na prática, quais são seus tipos, benefícios, cuidados necessários e em quais contextos ele é mais indicado.
Também vai obter orientações para implementá-lo de forma clara e estratégica, valorizando tanto os profissionais da casa quanto os potenciais talentos do mercado.
Boa leitura!
O que é e quais os objetivos do recrutamento misto (recrutamento interno/externo)?
O recrutamento misto de pessoas é um tipo de recrutamento que integra duas abordagens complementares:
- Recrutamento interno, focado em colaboradores já ativos na empresa;
- Recrutamento externo, voltado à atração de profissionais disponíveis no mercado.
Dentre os objetivos dessa abordagem, estão:
- Ampliar as possibilidades de contratação, acessando talentos internos e externos de forma simultânea ou escalonada;
- Equilibrar a inovação com a manutenção da cultura organizacional, ao combinar perfis já alinhados ao ambiente com novas perspectivas;
- Fortalecer a marca empregadora, ao demonstrar que valoriza os colaboradores e transparência nos critérios de seleção;
- Aumentar a assertividade nas contratações, reduzindo o risco de erro e melhorando os índices de retenção de talentos.
Trata-se de uma iniciativa útil para posições-chave, transições estruturais e momentos de expansão.
Ela exige organização, critérios bem definidos e uma comunicação clara com todos os envolvidos.
Como funciona o recrutamento e seleção misto no processo seletivo?
O funcionamento do recrutamento misto pode variar conforme a política interna da empresa.
Em geral, o processo é estruturado com abertura simultânea ou sequencial da vaga para candidatos internos e externos, respeitando critérios de isonomia e aderência ao perfil desejado.
A análise de currículo, entrevistas e avaliações devem considerar de forma igual ambos os públicos, garantindo que a escolha final seja feita com base em competências, potencial de entrega e fit cultural.
Tipos de recrutamento misto
Embora o conceito de recrutamento misto envolva a combinação entre candidatos internos e externos, essa integração pode ocorrer de diferentes formas.
Tudo vai depender da política da empresa, do perfil da vaga perante ao mercado de trabalho e da estratégia de gestão de pessoas adotada.
Confira, a seguir, como utilizar o recrutamento misto, escolhendo a ferramenta mais adequada para cada contexto, garantindo equilíbrio entre valorizar internamente e buscar por novos talentos.
Recrutamento interno com apoio externo
Nesse formato, a vaga é voltada aos colaboradores da empresa e para o recrutamento externo. Ou seja, ambos os públicos participam em simultâneo da seleção para a posição.
Essa abordagem permite manter o foco no desenvolvimento interno, sem abrir mão da expertise técnica e inovação do externo.
Interno antes do externo (processo de recrutamento no modelo escalonado)
Aqui, o processo é iniciado apenas com os candidatos internos. A vaga só é divulgada externamente — na página de carreiras do site e nas redes sociais — quando não há colaboradores com perfil aderente internamente.
Esse tipo preserva a cultura organizacional, estimula o desenvolvimento de carreira e reduz custos com divulgação e integração de novos profissionais.
Recrutamento externo com triagem interna de talentos potenciais
Mesmo ao abrir uma vaga para o mercado, o RH deve considerar profissionais internos com potencial de sucessão — ainda que não tenham se candidatado formalmente.
Essa triagem acontece paralelamente no banco de talentos interno, com base em indicadores de desempenho, avaliações anteriores e planos de desenvolvimento individual.
Essa prática fortalece a mobilidade interna e promove um ambiente mais estratégico e engajado, mesmo quando a iniciativa parte da liderança.
Indicações internas para vagas externas
Nesse tipo de recrutamento, os colaboradores são convidados a indicar profissionais externos para as vagas em aberto.
Além de ampliar o alcance da divulgação, esse modelo fortalece o engajamento e pode trazer candidatos mais alinhados ao perfil e à cultura da empresa.
Ele também costuma ser mais informal, mas pode ser incorporado de forma estruturada em programas de indicação com recompensas por contratação efetiva.
Vantagens e desvantagens do recrutamento misto para a área de Recursos Humanos (RH)
Adotar o recrutamento misto como estratégia amplia o alcance do processo seletivo e oferece ao RH maior flexibilidade para formar equipes mais diversas, sem perder a conexão com a cultura.
No entanto, como qualquer ferramenta, exige atenção a riscos e desafios específicos para que seus benefícios sejam bem aproveitados.
Vantagens do recrutamento misto
Mais opções de candidatos
Ao combinar fontes internas e externas de recrutamento e seleção, o RH amplia o leque de perfis disponíveis, tendo um ótimo retorno entre custo-benefício do processo.
Isso permite uma análise mais abrangente e aumenta a chance de encontrar o talento mais aderente à vaga — técnica e comportamentalmente.
Equilíbrio entre inovação e cultura organizacional interna
Abrir vagas para o mercado externo permite a entrada de profissionais com novas ideias, experiências e métodos de trabalho — fatores que oxigenam a empresa e incentivam a superação da zona de conforto.
Por outro lado, considerar talentos internos nos processos seletivos garante o aproveitamento de quem já conhece o negócio, possui histórico de performance e está alinhado à cultura da empresa.
Essa combinação estratégica equilibra renovação e continuidade, promovendo inovação sem perder a identidade organizacional.
Valorização de talentos da casa e fortalecimento do employer branding
A abertura de vagas para os funcionários da empresas demonstra seu reconhecimento e compromisso com o desenvolvimento interno, contribuindo para o engajamento e reforçando a marca empregadora.
Maior precisão nas contratações, contribuindo para retenção de talentos
Com mais dados e possibilidades de comparação, o processo seletivo tende a ser mais objetivo e completo.
Essa busca, mais alinhada ao perfil organizacional da companhia, reduz o risco de incompatibilidades com os times e o cargo, além de aumentar as chances de permanência e crescimento do candidato no médio e longo prazo.
Estímulo ao aprimoramento profissional
Quando percebem que as oportunidades de recrutamento interno são reais, os colaboradores se sentem mais motivados a investir em capacitação e a manter uma performance consistente.
Isso contribui para a construção de um ambiente focado em crescimento e desenvolvimento contínuo.
Desvantagens do recrutamento misto
Transparência no processo
A principal exigência do recrutamento misto é garantir que todos os candidatos, internos ou externos, sejam avaliados com os mesmos critérios.
A falta de clareza nessa tarefa pode gerar desconfiança no profissional e comprometer a legitimidade do processo.
Evitar desmotivação interna
Se a vaga for aberta para o mercado sem considerar os colaboradores internos qualificados, ou se a escolha recair em candidatos externos, pode haver frustração interna.
Essa desconfiança pode impactar a percepção de crescimento e valorização no quadro de profissionais da empresa.
Critérios bem definidos de avaliação
É indispensável que os parâmetros de avaliação estejam claros desde o início, tanto para quem conduz o processo, quanto para quem participa dele.
Essa padronização do método garante isonomia e contribui para uma experiência positiva para todos os envolvidos.
Quando o recrutamento interno e externo, juntos, é mais indicado?
Embora o recrutamento misto possa ser aplicado em diferentes situações, ele se mostra eficaz em contextos que exigem equilíbrio entre aproveitamento interno e expansão de competências.
Identificar esses cenários permite que o RH e os recrutadores atuem de forma mais estratégica, adaptando o método à necessidade real da organização.
Cargos estratégicos
Funções de alta responsabilidade, que exigem visão de negócio e impacto direto nos resultados, se beneficiam da diversidade de perfis oferecida pelo método misto.
Avaliar candidatos internos que conhecem a operação, ao lado de profissionais externos com experiência em outras empresas ou mercados, eleva o nível de comparação e aumenta a precisão na escolha.
Para cargos de liderança, essa abordagem permite verificar não só as competências técnicas do profissional, mas também:
- O fit cultural;
- O histórico de entregas;
- E o potencial de alinhamento com os objetivos de longo prazo da organização.
Processos de crescimento ou reestruturação
Empresas em transformação, seja por crescimento acelerado, fusões, aquisições ou reorganização interna, podem usar o recrutamento misto como ferramenta para manter a coesão da equipe, ao mesmo tempo em que introduzem novas habilidades.
Nesses casos, o modelo funciona como um ponto de equilíbrio entre as oportunidades de estabilidade e inovação, facilitando a construção de equipes multidisciplinares e resilientes diante de mudanças.
Empresas em expansão
Negócios em fase de crescimento — seja pela abertura de novas unidades, ampliação da operação ou diversificação de serviços — precisam escalar suas equipes com agilidade, mantendo a essência da cultura organizacional.
O recrutamento misto é uma estratégia eficiente nesse cenário, pois permite aproveitar talentos já validados internamente e, ao mesmo tempo, incorporar profissionais do mercado com experiências complementares.
O resultado é a formação de uma estrutura mais robusta, diversa e sustentável.
Boas práticas para adotar o recrutamento misto: como fazer com sucesso
Para o recrutamento misto entregar os resultados esperados, é essencial adotar práticas que garantam transparência, equidade e clareza em todas as etapas do processo.
A seguir, destacamos ações fundamentais para implementar esse modelo de forma estruturada e estratégica.
Comunicação clara com os colaboradores
Antes de abrir a vaga para o mercado, é importante comunicar a política de recrutamento e seleção adotada nos canais internos da companhia.
Esclarecer que a empresa valoriza seus talentos, mas também busca complementar o time com novas competências, contribui para gerar confiança e engajamento.
Esse alinhamento evita ruídos, reduz expectativas irreais e reforça o compromisso com uma cultura de oportunidades reais de crescimento.
Definição de etapas e pesos para candidatos do recrutamento externo e interno
Para o processo ser justo, é necessário definir critérios de avaliação padronizados, válidos para ambos os públicos.
As etapas devem ser as mesmas — entrevistas de emprego, testes, dinâmicas — e os parâmetros de análise precisam considerar competências técnicas, comportamentais e fit com a posição.
Caso haja alguma diferença de abordagem, como entrevistas adicionais para externos ou avaliações de desempenho para internos, isso deve ser justificado e comunicado com antecedência.
Feedback para todos os participantes
Um processo seletivo saudável exige retornos estruturados e respeitosos para todos os candidatos — aprovados ou não.
No modelo de recrutamento misto, essa prática se torna ainda mais estratégica, especialmente quando envolve colaboradores da própria equipe.
Oferecer feedback construtivo fortalece a cultura de transparência, contribui para o desenvolvimento profissional e mantém o engajamento dos talentos internos, mesmo quando não são selecionados naquele momento.
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Adotar o recrutamento misto é uma estratégia poderosa, mas seus melhores resultados surgem quando ele está alinhado a uma gestão de pessoas bem estruturada e focada no desenvolvimento contínuo dos talentos internos.
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O meu trabalho é encontrar soluções de conteúdo e desenvolver histórias nos momentos certos. Para isso, uso todos os tipos de linguagem a que tenho acesso: escrita criativa, fotografia, audiovisual, entre outras possibilidades que aparecem ao longo do caminho.