Cinco visões de Kate Darling, pesquisadora do MIT confirmada no Flash Humanidades 2024

Humanos e robôs interagindo de forma afetiva. Pode até parecer premissa de um filme de ficção científica, mas para Kate Darling, cientista que desenvolve pesquisas no MIT Media Lab, é o melhor caminho para que as máquinas ocupem um papel menos ameaçador no futuro da humanidade.

Kate apresentará um pouco mais de suas ideias e pesquisas ao público brasileiro durante o Flash Humanidades. Ela dará uma palestra sobre a integração entre “cérebros e algoritmos” para a construção de empresas e participará de um debate com Dave Ulrich, pai do RH moderno, sob mediação do jornalista Caco Barcellos.

Mas se você nunca ouviu falar dessa especialista que está revolucionando a relação homem/máquina, venha saber um pouco mais sobre ela aqui: 

Quem é Kate Darling, a pesquisadora que acredita na conexão emocional entre humanos e robôs

Formada em direito, Kate desenvolveu um amplo trabalho sobre propriedade intelectual até se especializar em assuntos relacionados à inteligência artificial. Em suas pesquisas, ela explora as implicações sociais, éticas e legais da robótica e da inteligência artificial, conduzindo experiências sobre a interação entre humanos e robôs.

Como resultado de suas pesquisas na área, ela escreveu o livro "The New Breed" (“A Nova Raça”, em tradução livre, ainda sem edição brasileira), no qual aborda como as interações com robôs podem transformar a sociedade – e quais são as lições que podemos tirar a partir da forma como nos relacionamos com os animais até aqui.

Além de uma entusiasta teórica da relação entre máquinas e humanos, Kate divide sua casa com alguns “robôs de estimação”, cuja experiência de relacionamento ela descreveu em uma palestra TED.

O que fala o livro “The New Breed”, de Kate Darling?

"The New Breed" explora a ideia de que podemos aprender muito sobre o futuro da robótica observando como tratamos os animais. Esse conceito é defendido já no subtítulo da obra: “O que nossa história com os animais releva sobre nosso futuro com os robôs”.

Ao longo de 336 páginas, ela combate a visão de que as máquinas têm evoluído para se tornarem substitutas dos humanos. Em vez disso, ela defende que os robôs sejam enquadrados em uma nova categoria, os "animais artificiais". Ao adotarmos essa visão, segundo Kate, em vez de estabelecermos uma relação de conflito, passamos a encarar as inteligências artificiais como um apoio para ampliar nossas capacidades e nos acompanhar em várias tarefas.

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5 visões de Kate Darling sobre a relação entre humanos robôs

1. A tendência é desenvolvermos laços emocionais com as máquinas

Uma das ideias mais polêmicas de Kate Darling é que os humanos podem desenvolver laços emocionais com robôs. Para exemplificar como é possível estabelecer com as máquinas o mesmo tipo de laço que temos com os nossos pets, ela conta sobre a própria relação que desenvolveu com seus robôs. Segundo a pesquisadora, quanto mais presentes os robôs estiverem em nossas vidas, mais comum será vermos pessoas desenvolvendo sentimentos de afeição e até mesmo amor por robôs.

2. Humanos podem aprender sobre empatia com ajuda dos robôs

Kate Darling acredita que a interação com robôs pode impactar nossa capacidade de empatia. Em suas pesquisas ela descobriu que, quando as pessoas interagem com robôs que simulam emoções, elas tendem a responder com empatia. Isso levanta questões interessantes sobre como os robôs podem ser usados para educar e treinar empatia em humanos, especialmente em contextos como o cuidado com idosos ou educação infantil.

3. É preciso avançar no debate sobre ética e legislação na robótica

As implicações éticas e legais da robótica são o campo inicial de trabalho de Kate Darling e, por isso, um dos que recebe mais atenção em seu trabalho. Ela discute como a legislação atual muitas vezes não acompanha o rápido desenvolvimento da tecnologia, criando lacunas que precisam ser abordadas para garantir que o uso de robôs seja seguro e benéfico. A pesquisadora defende a necessidade de políticas que protejam os direitos dos humanos enquanto permitem a inovação tecnológica.

4. A interação humano-robô ainda tem muito a evoluir

Outro ponto importante de seus estudos é o entendimento de que essas são tecnologias em franca evolução, o que nos desafia a estabelecer com muita antecedência como se dará também a interação humano-máquina conforme as máquinas ganharem mais espaço nas nossas tarefas cotidianas. Essa é uma questão relevante sobretudo para as empresas, uma vez que o trabalho conjunto entre pessoas e inteligências artificiais já vem ditando o ritmo de desenvolvimento dos negócios. 

5. Os impactos do robôs com características humanas

Um dos grandes dilemas éticos que a evolução da tecnologia discute é o quão benéfica é a humanização dos robôs. Em uma entrevista ao podcast de Lex Fridman, um dos mais populares pesquisadores de inteligência artificial do mundo, Kate defendeu que trazer características humanas às máquinas é importante para a usabilidade, mas que é preciso tomar cuidado para não gerar confusões sobre as capacidades reais das máquinas. Segundo ela, todo investimento nesse sentido deve vir acompanhado de uma conscientização sobre o fato de robôs não terem sentimentos, por exemplo.

Durante o Flash Humanidades, evento realizado pela Flash desde 2022 para discutir as grandes questões do mundo do trabalho, Kate aprofundará suas visões sobre o relacionamento entre pessoas e máquinas, sobretudo no ambiente corporativo. O evento acontece em São Paulo, no dia 25 de julho e pretende reunir mais de 350 líderes de recursos humanos. As inscrições já estão encerradas, mas você pode acompanhar a cobertura do evento no blog e nas redes sociais da Flash! 

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