Descubra como calcular o IRRF na folha de pagamento do jeito certo
Explore o cálculo do IRRF em folhas de pagamento: um guia prático para gerentes de RH e estudantes, com dicas e exemplos claros.
A rotina de um gerente de RH exige muitos conhecimentos sobre contabilidade. Por exemplo, como calcular o IRRF na folha de pagamento, um assunto que sempre gera dúvidas, principalmente em quem ainda não tem muita experiência na área.
É esse o caso de Jéssica, uma estudante de administração, com ênfase em recursos humanos, que estagia em uma empresa de grande porte. A supervisora dela solicitou uma pesquisa sobre o tema para que não ficasse nenhuma dúvida sobre o assunto.
Assim, a estudante listou as dúvidas que ela e seus colegas de faculdade têm sobre IRRF na folha de pagamento e entrevistou profissionais, que trouxeram respostas. Veja um resumo da pesquisa realizada pela estudante, a seguir!
O que é o IRRF na folha de pagamento?
IRRF é a sigla para Imposto de Renda Retido na Fonte. Trata-se de uma espécie de adiantamento do pagamento do imposto de renda que, anualmente, é cobrado pela Receita Federal das pessoas físicas e jurídicas.
Quando um funcionário recebe o seu pagamento, o cálculo do IRRF que incide sobre o valor ganho deve ser mostrado no holerite. O objetivo é facilitar os recolhimentos futuros.
O que diz a legislação a respeito dessa obrigação tributária?
A legislação tributária obriga as empresas a fazerem o cálculo de IRRF para que os valores do imposto dos beneficiários da renda, ou seja, os colaboradores, sejam retidos.
As leis do nosso país ainda exigem que o IRRF esteja explícito nas folhas de pagamento de todos os funcionários que atuam no regime CLT.
Como somar os vencimentos?
Para calcular o IRRF na folha de pagamento de um colaborador, é preciso começar pelo seu salário bruto. Assim sendo, é necessário que todos os vencimentos de cada pessoa sejam somados.
Essa conta inclui o valor do salário do trabalhador, que está registrado na carteira de trabalho, o adicional noturno, o adicional de insalubridade, as horas extras, o salário-família etc. Como se tratam de benefícios diferentes que cada pessoa tem, as contas devem ser feitas individualmente.
Como descontar o valor do INSS?
Uma vez que for feita a soma dos vencimentos, é preciso descontar os valores da contribuição previdenciária. Isso varia de acordo com o salário bruto da pessoa.
Em tese, quanto maior é o salário, maior é o desconto, sendo necessário consultar a tabela de alíquotas do INSS para fazer o cálculo corretamente.
Qual é a base para calcular o IRRF?
Finalmente, depois de abater o INSS, é possível descontar o IRRF da folha de pagamento. Isso é realizado com o salário bruto sem a contribuição previdenciária, o que dá o número de base para o cálculo.
A fórmula, portanto, é:
SALÁRIO BRUTO – DESCONTO DO INSS = BASE DO IRRF
Assim, se uma pessoa tem um salário bruto de R$ 3 mil, por exemplo, cujo INSS descontado é 11%, o que equivale a R$ 330, é preciso fazer o seguinte cálculo:
3.000 – 330 = 2.670
Logo, o valor base para os descontos desse funcionário em específico é de R$2.670.
Quais são as deduções que podem ser feitas no cálculo de IRRF?
Antes de fazer o cálculo do IRRF, no entanto, ainda é necessário efetuar algumas deduções, como a de dependentes legais e a de pensão alimentícia.
Na dedução de dependentes legais, podem ser descontados o valor de R$189,59 para cada pessoa que dependa financeiramente do colaborador. Encaixam-se nessa categoria: o esposo ou a esposa, os filhos menores de 21 anos e os pais, desde que não tenham rendimentos.
Pais que pagam pensão alimentícia para filhos menores de idade ou incapazes também têm o direito de ter esse valor abatido da base para o cálculo de IRRF.
Como funciona a tabela de contribuição?
Para fazer o cálculo do IRRF na folha de pagamento, o profissional de RH também precisa conhecer a tabela de contribuição. Atualmente, ela é dividida em quatro faixas, variando de acordo com o salário bruto de cada pessoa.
As faixas são as seguintes:
- salários entre R$1.903,99 e R$2.826,26 — 7,5%;
- salários entre R$2.826,27 e R$3.751,05 — 15%;
- salários entre R$3.751,06 e R$4.664,68 — 22,5%;
- salários a partir de R$4.664,69 — 27,5%.
Assim é possível verificar a alíquota da base do cálculo de IRRF na folha de pagamento, que tem um valor fixo para cada faixa.
Atualmente, a tabela de alíquotas é a seguinte:
- faixa 1: R$142,80;
- faixa 2: R$354,80;
- faixa 3: R$636,13;
- faixa 4: R$869,36.
Afinal, como calcular o IRRF na folha de pagamento?
Finalmente, é possível fazer o cálculo de IRRF na folha de pagamento. Para isso, a fórmula a ser aplicada é a seguinte:
- (Salário bruto com todas as deduções X porcentagem da tabela de contribuição) - valor fixo da alíquota.
Assim, vamos imaginar que um funcionário, com todas as deduções, ganha um salário de R$3 mil. Nesse caso, ele estaria na faixa 2 da tabela de contribuição, com o cálculo feito com 15%.
A aplicação da fórmula, portanto, seria a seguinte:
- (3.000 X 15%) – 354,80 = 450 – 354,80 = 95,20
Nesse caso, o valor de imposto a ser retido é de R$95,20.
Quando se é isento?
As pessoas que têm um salário inferior a R$1.903,98 são isentas de fazer o desconto do IRRF na folha de pagamento.
Como calcular IRRF nas férias e no 13º salário?
Ao calcular o IRRF para o pagamento de férias, deve-se fazer o mesmo, tomando como base o valor total pago ao colaborador, identificando as tabelas e fazendo as deduções.
Para o 13º salário, é necessário ter o cuidado de, no caso de pagar em duas parcelas, fazer o desconto do IRRF apenas na segunda parcela.
Assim, Jéssica concluiu a sua pesquisa sobre como calcular o IRRF na folha de pagamento. Ela também ouviu dos profissionais entrevistados que, para não errar nos cálculos, o uso de tecnologia, como softwares de RH, é essencial.
Gostou deste artigo? Então continue conosco e veja agora dicas de como calcular a folha de pagamento mais facilmente.
O meu trabalho é encontrar soluções de conteúdo e desenvolver histórias nos momentos certos. Para isso, uso todos os tipos de linguagem a que tenho acesso: escrita criativa, fotografia, audiovisual, entre outras possibilidades que aparecem ao longo do caminho.