O jeito que as empresas avaliam a performance está defasado — mas a IA promete repensar a forma como medimos o talento
No SXSW 2025, executivos de empresas como Adobe e ETS discutiram como a tecnologia pode ajudar as empresas a avaliar as habilidades que importam para o futuro dos negócios.

Foto: Juliana Cordaro/Flash - 08.03.25
No cenário corporativo contemporâneo, a rapidez das transformações exige que empresas reavaliem suas estratégias para medir a performance e desenvolver seus talentos. Esse foi o ponto central do painel “Future Shock Therapy: Revolutionizing How We Measure Minds”, realizado ontem, (08/03), no SXSW 2025.
No painel, estiveram presentes os especialistas: Chris Duffey, líder da Adobe para estratégias de tecnologias emergentes, Craig Elimeliah, diretor de criação da agência de comunicação Code and Theory, e Michelle Froah, líder global de marketing e inovação da empresa de educação corporativa ETS.
Durante o encontro, os especialistas trouxeram uma nova visão sobre como a inteligência artificial, as habilidades duráveis e a cultura do aprendizado contínuo vão redefinir o sucesso profissional.
- Amy Webb no SXSW 2025: “inteligência viva” é o futuro da inteligência artificial
- Futurista conta como Accenture 'prevê o futuro' para tomar decisões estratégicas para o negócio
- As previsões de Scott Galloway para 2025: o que os líderes precisam saber
O desafio das métricas de talento no mundo atual
Os métodos tradicionais de avaliação profissional já não acompanham as exigências de um ambiente de trabalho dinâmico. Segundo os palestrantes, 80% dos decisores de RH relatam dificuldades para validar candidatos, enquanto 55% dos profissionais ao redor do mundo sentem ansiedade sobre a relevância de suas habilidades no futuro.
A questão central não é apenas contratar talentos qualificados, mas garantir que as competências avaliadas hoje se sustentarão nos próximos anos. “55% das pessoas ao redor do mundo estão tendo medo de se tornarem obsoletas”, destacou um dos especialistas. Esse dado reflete a necessidade de métodos mais eficazes para medir e atualizar a capacitação profissional ao longo da carreira.
A importância das "habilidades duráveis" na era da automação
Um dos conceitos fundamentais discutidos no painel foi o de habilidades duráveis — competências que vão além da parte técnica e permanecem relevantes independentemente da evolução tecnológica. Criatividade, colaboração e pensamento crítico estão entre esses conhecimentos essenciais.
“Habilidades duráveis são as habilidades que você realmente precisa ao longo da vida”, destacou um dos participantes da discussão. Segundo os especialistas, em tempos de rápida automação, apostar nessas competências garante que profissionais tenham capacidade de adaptação e tomada de decisão, habilidades que a IA ainda não substitui completamente.
IA como ferramenta de desenvolvimento contínuo
A inteligência artificial já está transformando a maneira como empresas medem e desenvolvem talentos. Os palestrantes enfatizaram que a IA pode fornecer feedback em tempo real, ajudando indivíduos e organizações a ajustarem suas estratégias de aprendizado e evolução profissional.
“A IA está nos permitindo executar na mesma velocidade do pensamento”, afirmou um deles. Isso significa que não só as habilidades poderão ser medidas com maior precisão, mas que também será possível mapear trajetórias de crescimento personalizadas, impulsionando profissionais em direção ao desenvolvimento contínuo.
O que esse futuro significa para empresas e gestores?
RHs, CEOs e tomadores de decisão precisam revisar seus critérios para avaliar e capacitar os profissionais da sua força de trabalho. Incorporar novas métricas para medir a performance dos talentos, focadas no desenvolvimento constante e no uso de IA, pode ser a chave para preparar seus times para os desafios do futuro.
Como sua empresa pode equilibrar a tecnologia com o fator humano para garantir que os profissionais de hoje não se tornem obsoletos amanhã? A resposta pode estar na transição de um modelo estático para uma cultura de aprendizado contínuo. A sua organização está se preparando para isso? Essas foram algumas das questões que o painel provocou os espectadores a refletir.

É videomaker sênior na Flash. Formada em audiovisual, tem experiência em desenvolvimento de identidade visual, fotografia, design, animação e edição de vídeos. Viajou ao Texas, Estados Unidos, para fazer cobertura especial do SXSW 2025 para o blog e as redes sociais da Flash.