Democrático, inspirador, por cadeia de valor: qual é o melhor modelo de gestão de recursos humanos?
Entenda como enfrentar o desafio de alinhar diferentes modelos de gestão de recursos humanos às mudanças do mercado de trabalho.
Assim como a pandemia estabeleceu novos formatos de trabalho, como o híbrido e o remoto, os tipos de relações que prevalecem entre os gestores e seus liderados também vêm se transformando. Um cenário que coloca no centro das discussões os modelos de gestão de recursos humanos.
Se o trabalhador tem colocado no topo de suas prioridades inegociáveis o próprio bem-estar, as companhias precisam se adaptar a essa nova realidade, não apenas para atrair e reter talentos, mas para a performance dos negócios. Com o modelo de comando e controle se mostrando cada vez mais ultrapassado, quais são os formatos de gestão mais alinhados ao momento atual e como saber qual é o melhor para sua empresa? Existe uma estratégia assertiva?
Nesse cenário, os modelos de gestão humanizados têm se mostrado os mais alinhados com o futuro do trabalho, pois têm como objetivo a motivação, a inspiração e a entrega por resultados.
Segundo um estudo da IDC Brasil, realizado a pedido do Google Workspace, os modelos de gestão que trazem a colaboração no seu DNA têm mais sinergia com o momento atual, por favorecer a comunicação e o alinhamento entre os times.
Isso não significa, no entanto, que há apenas um modelo de gestão de pessoas eficiente e conectado à nova realidade. E escolher a melhor estratégia passa por um diagnóstico preciso da empresa, compreendendo metas, cultura organizacional, tecnologias disponíveis e perfil dos próprios colaboradores.
E uma relação eficaz aparece como prioridade para 60% dos líderes de recursos humanos, de acordo com estudo da Gartner que aponta as tendências de RH para 2023. Na outra ponta, porém, 24% deles afirmam que sua abordagem ainda não é eficiente para preparar líderes para o futuro do trabalho.
A seguir, o blog da Flash apresenta o que levar em consideração em um modelo de gestão de recursos humanos e quais os tipos mais conhecidos, começando pelos que estão em sintonia com o RH do futuro:
O que é modelo de gestão?
De forma direta, o modelo de gestão de pessoas em uma empresa consiste na forma como as expectativas da organização são transmitidas e alinhadas com os colaboradores para que se atinjam os objetivos pretendidos.
Na prática, estamos falando da forma como líderes e liderados irão se relacionar, o que precisa acontecer de maneira estratégica, principalmente em uma corporação conectada com o RH do futuro e com a tendência de gestão humanizada que os estudos evidenciam para os próximos anos.
O que levar em consideração ao definir um modelo de gestão de recursos humanos?
Sim, o olhar empático para o colaborador, a flexibilidade e a autonomia estarão em alta no RH do futuro. Para que o modelo de gestão funcione, seja ele qual for, esses valores precisam ser incorporados à cultura organizacional da empresa e praticados em esquema top down (de cima para baixo, em tradução livre do inglês).
Como saber qual é o modelo de gestão ideal para cada time?
A primeira característica a se observar é a cultura da organização, seus valores, seu tipo de negócio, seus objetivos e também como funciona a concorrência.
Mas isso não significa que um modelo exclui o outro. Determinados momentos podem pedir mudanças pontuais na forma de fazer esse gerenciamento ou até mesmo uma combinação de fatores de mais de um modelo de gestão.
Por exemplo: ainda que no dia a dia uma empresa aposte em uma gestão democrática, em um momento de crise financeira ou de imagem, ela pode optar por uma gestão mais centralizada até que o problema seja resolvido.
O que mais influencia o modelo de gestão a ser escolhido?
1. Perfil dos colaboradores (perfil comportamental, idade, necessidades com relação a flexibilidade, benefícios etc.)
2. Quantidade de colaboradores e times
3. Nível de maturidade da empresa em relação à automação de processos e de que forma ela pode influenciar a gestão dos times
Confira os modelos alinhados com o futuro do trabalho:
Gestão democrática
O que é
O time participa de todas as decisões a serem tomadas, do orçamento à melhor forma de executar as tarefas, até que se chegue ao objetivo pretendido da maneira mais rápida e eficiente possível.
Nesse modelo, também chamado de horizontal, a responsabilidade cabe a todos, independentemente da função que cada um desempenha.
Principais características
Todos são ouvidos e suas ideias, mesmo que opostas entre si, são levadas em conta para a tomada de decisão.
O líder age como um conciliador, criando um ambiente para que todos se sintam respeitados e à vontade para opinar, ao mesmo tempo em que deve ser firme para filtrar as ideias que serão integradas ao projeto.
Vantagens
Quando o time é ouvido, a tendência é que todos se sintam mais motivados. Na medida em que a tarefa a ser entregue é estruturada com contribuições da equipe e não apenas como uma ordem que vem "de cima", a produtividade aumenta, assim como a probabilidade de surgirem soluções inovadoras e criativas.
Gestão inspiradora
O que é
É baseada na ideia de que o líder atua motivando seu time, buscando extrair de cada um na equipe suas melhores habilidades em prol do objetivo em comum.
O propósito da tarefa a ser realizada está bem claro e evidente para todos, assim como seus por quês. Esta é uma gestão que favorece a busca por inovação.
Principais características
Este tipo de gestão não funciona se o time não estiver se sentindo motivado. O gestor precisa ser o primeiro a se mostrar estimulado e, assim, estimular a própria equipe. Aqui, é importante que essa figura no comando da equipe tenha o dom de engajar a todos. Características como humildade e empatia são imprescindíveis, assim como a cultura de feedbacks.
Vantagens
Atuando como um coach, o líder consegue motivar e manter a equipe unida de maneira harmoniosa. Isso reduz atritos, diminui os índices de turnover e contribui para um ambiente de segurança psicológica, favorável à saúde mental.
Gestão por cadeia de valor
O que é
Modelo alinhado com o RH do futuro, baseia-se na ideia de observar a fundo os processos e as dificuldades dos colaboradores para implementar uma gestão baseada nessa compreensão, com o intuito de oferecer a todos a melhor experiência no trabalho e, claro, aprimorar e melhorar os fluxos, inclusive na comunicação entre áreas distintas.
Principais características
Num primeiro momento, profissionais qualificados para isso mapeiam os processos detalhadamente, elaborando planejamentos estratégicos que serão essenciais nesse modelo de gestão. Eventualmente, contratar auditorias externas pode ajudar a ter uma visão mais ampla do cenário da companhia.
Vantagens
Com o colaborador no centro do processo e suas necessidades sendo respeitadas, ele vai trabalhar mais engajado e satisfeito, o que aumenta os índices de produtividade. Para a empresa, mapear processos ajuda a enxergar oportunidades de crescimento e de ajustes para otimizar o tempo e os custos.
Gestão por desempenho
O que é
Nesse modelo, habilidades técnicas, comportamentais e pontos fortes e fracos do colaborador são identificados em um processo contínuo para que ele seja capacitado e possa desempenhar suas funções de acordo com as necessidades da empresa e com suas ambições.
Não se trata de simplesmente submetê-lo a avaliações de desempenho todo mês, mas de monitorar e medir constantemente seu desempenho de diferentes maneiras e também de capacitá-lo e desenvolvê-lo para isso.
Principais características
A empresa investe em avaliações de desempenho, treinamentos constantes e, principalmente, em um plano de desenvolvimento de carreira que contemple os aprimoramentos necessários. Feedbacks e o contato constante entre líderes e liderados também são parte da cultura organizacional neste modelo de gestão.
Vantagens
O índice de turnover tende a diminuir quando o funcionário percebe a empresa investindo em seu futuro. A longo prazo, a companhia sai ganhando pois tem equipes funcionais, com colaboradores altamente qualificados em suas funções.
Características de um modelo de gestão de recursos humanos de sucesso:
1. A comunicação entre departamentos é transparente e fluida
2. Há espaço e estímulo para a busca por inovação
3. Existe aprendizado constante e melhorias e ajustes são feitos com frequência por meio de workshops, treinamentos e palestras
4. Os índices de atração de talentos, de turnover e de absenteísmo são positivos, com colaboradores satisfeitos e engajados.
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Jornalista e mãe do Martin. Além de colaborar com a Flash, é assessora de imprensa na área de música e escreve sobre cultura em veículos de imprensa.