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O que é plano de contingência financeira e qual o seu papel na empresa?

O plano de contingência financeira é o escudo contra crises financeiras inesperadas. Saiba como fazer um planejamento de contingência para um negócio seguro.

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O plano de contingência financeira é essencial para que empresas se protejam de imprevistos e mantenham sua operação estável. Todo gestor sabe que aumentos inesperados nos custos ou falhas na cadeia de suprimentos podem afetar diretamente o fluxo de caixa e a continuidade dos negócios.

Neste artigo, vamos mostrar como criar um planejamento que ajude a sua organização a reagir rapidamente a essas situações, além de mostrar como a tecnologia pode facilitar todo esse processo.

Continue a leitura e descubra como proteger sua empresa contra possíveis crises. 

O que é um plano de contingência financeira?

Um plano de contingência é um conjunto de estratégias focadas na recuperação e na antecipação de eventos inesperados que possam comprometer a saúde financeira da corporação.

Ao desenvolvê-lo, é essencial considerar tanto ações preventivas quanto corretivas, garantindo que o negócio siga operando mesmo em tempos de crise.

Quando implementado, ele ajuda a prever possíveis eventos adversos, como instabilidade econômica, aumento de custos, falhas na cadeia de suprimentos e flutuações cambiais. Além disso, estabelece medidas para minimizar prejuízos e manter o equilíbrio do fluxo de caixa.

Em resumo, o plano de contingência financeira serve para:

  • Minimizar o impacto de crises;
  • Proteger a reputação da empresa;
  • Garantir a continuidade das operações;
  • Agilizar a recuperação;
  • Melhorar a tomada de decisão;
  • Otimizar a gestão de recursos;
  • Fortalecer a cultura de segurança;
  • Auxiliar no cumprimento de normas regulamentadoras;
  • Aumentar a resiliência;
  • Atrair e reter talentos.

Além de proteger a empresa contra impactos negativos, um planejamento de contingência bem estruturado melhora a tomada de decisão, otimiza a gestão dos recursos financeiros e fortalece a resiliência organizacional.

Desse modo, adotar esse tipo de gestão é fundamental para que uma empresa consiga se recuperar rapidamente de crises e preservar sua competitividade no mercado.

Situações que exigem um plano de contingência financeira

Leve em conta que existem diversas situações que podem colocar a saúde financeira de uma corporação em risco. A seguir, apresentaremos os principais cenários onde é necessário a elaboração de um plano de contingência financeira.

  • Aumentos repentinos nos preços de matérias-primas: quando o custo de insumos sobe de forma inesperada, a margem de lucro pode ser reduzida drasticamente. Um bom plano antecipa esse risco e define ações como negociações com fornecedores ou a busca por alternativas mais acessíveis.

  • Desvalorização da moeda: negócios que dependem de importação podem sofrer grandes perdas financeiras com a flutuação cambial. Estratégias como contratos de hedge (utilizados para proteger empresas e investidores contra variações indesejadas nos preços de ativos) ou diversificação de fornecedores ajudam a minimizar o impacto.

  • Quebra na cadeia de suprimentos: atrasos ou falhas no fornecimento de materiais afetam a produção e podem gerar prejuízos. Ter fornecedores alternativos e estoques estratégicos reduz esse risco.

  • Alterações nas leis e regulamentações: mudanças tributárias ou novas exigências podem aumentar custos ou impactar contratos. O gerenciamento de risco prevê esses cenários e ajusta os processos com antecedência.

  • Instabilidade econômica: recessões, crises e altas taxas de juros reduzem a capacidade de pagamento dos clientes e dificultam o acesso ao crédito. Medidas preventivas incluem ajustes no planejamento financeiro e diversificação de receitas.

  • Desastres naturais: inundações, incêndios e outras situações desse tipo podem interromper operações e gerar perdas financeiras. Um plano robusto deve incluir seguros adequados e estratégias para retomada rápida das atividades.

  • Problemas com fornecedores: a falência ou incapacidade de entrega de um fornecedor pode comprometer a produção. A solução passa por contratos bem estruturados, múltiplos fornecedores e monitoramento constante do mercado.

  • Ataques cibernéticos: a perda de dados e a interrupção dos sistemas impactam tanto a reputação quanto a saúde financeira das empresas. Investir em segurança digital e backups regulares são medidas essenciais.

  • Mudanças no comportamento do consumidor: se a demanda por determinados produtos ou serviços cai repentinamente, ajustes na estratégia comercial e no portfólio podem ser necessários para manter a receita.

Dica de leitura: Tudo sobre Gestão Financeira Empresarial: Objetivos e estratégias para sua empresa crescer

Tipos de planos de contingência financeira

O plano de contingência financeira pode ser customizado para enfrentar diferentes riscos e cenários. A seguir, listamos os principais tipos e seus objetivos, para que você seja capaz de compreender e criar planos de contingência ideais para o seu negócio.

Plano de contingência para crise econômica

Focado em momentos de recessão e instabilidade macroeconômica, visa preservar o fluxo de caixa e ajustar despesas e investimentos para manter a saúde financeira, mesmo quando a demanda cai e o acesso ao crédito se torna restrito.

Plano de contingência para riscos de mercado

Para riscos de mercado, o plano deve responder às oscilações do mercado, envolve a diversificação de investimentos e a revisão constante das estratégias de gestão de crise, protegendo a empresa contra variações inesperadas na concorrência e nos preços de ativos.

Plano de contingência para riscos operacionais

Aborda problemas internos que podem afetar a produção e a logística, como falhas em processos e interrupções na cadeia de suprimentos. A implementação de planos de ação e a automação de processos são fundamentais para reduzir impactos operacionais.

Plano de contingência para riscos legais

Destinado a mitigar os efeitos de mudanças na legislação, litígios ou regulamentações imprevistas, garante que a organização esteja preparada para eventuais custos adicionais e penalidades, mantendo o compliance e evitando surpresas jurídicas.

Plano de contingência para riscos de liquidez

Com foco na manutenção do capital de giro, assegura que a empresa tenha recursos suficientes para cumprir obrigações financeiras, mesmo diante de dificuldades no acesso a crédito ou atrasos em recebimentos.

Planos de contingência financeira no setor de compras 

Além dos modelos abordados acima, alguns planos de contingência exigem atenção especial do setor de compras, que lida diretamente com fornecedores e insumos.

Plano de contingência para riscos de suprimento

Garante a continuidade do abastecimento, mesmo em casos de falhas com fornecedores ou interrupções na cadeia de suprimentos. A diversificação e o mapeamento de fornecedores são estratégias essenciais para evitar a descontinuidade das operações.

Plano de contingência para flutuações de preço

Voltado para proteger a margem de lucro, estabelece medidas para enfrentar a volatilidade nos preços de matérias-primas e insumos. Negociações estratégicas e contratos de longo prazo podem ajudar a minimizar esses impactos.

Plano de contingência para riscos de crédito

Focado em reduzir as perdas causadas pela inadimplência, envolve a análise rigorosa do crédito dos clientes e a revisão periódica dos contratos, garantindo a segurança das receitas corporativas.

Plano de contingência para riscos de câmbio

Ideal para empresas que operam no mercado internacional, ajuda a proteger contra a desvalorização da moeda e as oscilações cambiais. Estratégias como contratos de hedge e parcerias com instituições financeiras são fundamentais para mitigar esses riscos.

Leia também: 5 tipos de riscos financeiros mais comuns para a empresa e como evitá-los.

O que o setor de compras deve levar em consideração ao elaborar um plano de contingência financeiro?

O setor de compras tem um papel crucial na construção de um plano de contingência financeira eficaz. Sua função não se limita apenas a garantir que os materiais e insumos necessários estejam disponíveis, mas também a identificar riscos e implementar estratégias para manter a operação estável em tempos de crise.

Confira, abaixo, alguns pontos-chave que o setor de compras deve considerar. 

Identificação e avaliação de riscos

O primeiro passo é identificar os principais riscos que podem afetar o abastecimento da empresa, como a quebra na cadeia de suprimentos, aumento inesperado de preços ou falhas com fornecedores. Analisar esses riscos permite que a equipe de compras crie estratégias para mitigá-los, como a diversificação de fornecedores e a manutenção de estoques de segurança.

Diversificação de fornecedores

Depender de um único fornecedor pode ser um grande risco, especialmente em momentos de crise. A diversificação é uma estratégia fundamental para garantir que, caso um fornecedor enfrente dificuldades, a operação não seja interrompida. Além disso, manter bons relacionamentos com múltiplos fornecedores ajuda a negociar melhores condições de pagamento e preços.

Negociação de contratos

Contratos bem estruturados são essenciais para garantir que a empresa consiga condições favoráveis em situações adversas. A equipe de compras deve negociar cláusulas que permitam flexibilidade em momentos de crise, como prazos de pagamento mais longos ou revisões de preços em caso de aumento significativo de matérias-primas.

Gestão de estoques

A gestão de estoques é um aspecto importante no planejamento de contingência financeira. Manter um estoque de segurança para períodos de incerteza ajuda a evitar interrupções na produção. Além disso, o negócio deve adotar uma abordagem eficiente para monitorar os níveis de estoque e evitar tanto o excesso quanto a falta de insumos essenciais.

Monitoramento contínuo do mercado

O setor de compras deve estar atento às flutuações de preço e aos riscos de suprimento, monitorando constantemente o mercado para antecipar possíveis crises. Esse acompanhamento permite que o gestor de compras ajuste rapidamente o plano de contingência, buscando alternativas e realizando compras estratégicas quando necessário.

Comunicação e colaboração

Por fim, a comunicação constante com os demais setores da organização, especialmente com o financeiro, é crucial. A gestão de riscos deve ser um esforço conjunto, e o setor de compras deve estar alinhado com as metas e prioridades da gestão financeira. A troca de informações facilita a tomada de decisões rápidas e mais assertivas durante uma crise.

Ao considerar esses pontos, o setor de compras contribui significativamente para a criação de um plano de contingência financeira sólido, que ajuda a empresa a enfrentar desafios financeiros e manter a continuidade das operações, mesmo em tempos de incerteza.

5 passos para elaborar um plano de contingência financeira

Este guia prático apresenta 5 passos cruciais para a elaboração de um plano de contingência financeira eficaz, explicando quando cada etapa deve ser colocada em prática.

1. Identificar os riscos

Liste os possíveis riscos que podem afetar o setor financeiro da empresa, como aumento de custos, instabilidade econômica ou falhas na cadeia de suprimentos

2. Analisar o impacto

Avalie como cada risco pode comprometer o fluxo de caixa e as operações, identificando quais ameaças exigem uma ação imediata

3. Desenvolver estratégias de mitigação

Defina medidas específicas para reduzir ou neutralizar os efeitos dos riscos, como diversificar fornecedores ou renegociar contratos

4. Estabelecer procedimentos de emergência

Crie um plano de ação claro para ser acionado imediatamente em caso de crise, garantindo uma resposta rápida e eficiente

5. Testar e revisar o plano

Realize simulações e revisões periódicas para confirmar a eficácia das ações e ajustar o plano conforme as mudanças do mercado e da empresa

O papel do gestor financeiro e do gestor de compras no plano de contingência financeira

O gestor financeiro e o gestor de compras desempenham papéis complementares e cruciais em um plano de contingência financeira, garantindo a saúde e a continuidade da empresa em momentos de crise.

Confira na tabela abaixo as responsabilidades específicas de cada gestor:

Gestor financeiro, o guardião das finanças

Gestor de compras, o estrategista das aquisições

Controla os recursos financeiros, identifica riscos e garante a estabilidade da empresa

Garante o abastecimento, diversifica fornecedores e negocia contratos flexíveis

Realiza projeções financeiras, define limites e desenvolve ações de mitigação

Negocia cláusulas contratuais, monitora preços e mapeia fornecedores alternativos

Antecipa problemas econômicos e alinha ações preventivas à realidade da corporação

Assegura a disponibilidade dos insumos e mitiga riscos na cadeia de suprimentos

Garante a continuidade das operações e minimiza os impactos financeiros

Protege a margem de lucro e mantém a eficiência operacional, evitando rupturas

Assegura o financeiro e a estabilidade do negócio em tempos de crise

Assegura a resiliência operacional, protegendo o setor de compras

Em resumo:

O gestor financeiro assume a responsabilidade pela análise de riscos, planejamento e controle financeiro, garantindo a saúde da empresa em cenários de crise, incluindo a elaboração de estratégias de recuperação quando necessário.

Para isso, o gestor financeiro elabora projeções de fluxo de caixa, busca fontes de financiamento e monitora o desempenho financeiro, comunicando a situação à alta administração para decisões estratégicas.

Já o gestor de compras assegura a continuidade do fornecimento, otimiza custos e gerencia estoques.

Para isso, o gestor de compras diversifica fornecedores, negocia contratos flexíveis e busca alternativas econômicas, adaptando os níveis de estoque para garantir a disponibilidade de itens essenciais e evitar desperdícios.

Plano de contingência vs. plano de emergência, gerenciamento de crise e gerenciamento de risco: como diferenciar?

Os conceitos de plano de contingência, plano de emergência, gerenciamento de crise e gerenciamento de risco podem ser facilmente confundidos no setor financeiro, inclusive na hora da aplicação prática.

Na tabela abaixo, trazemos as principais diferenças entre plano de contingência, plano de emergência, gerenciamento de crise e gerenciamento de risco:

Aspecto

Plano de contingência

Plano de emergência

Gerenciamento de riscos

Gerenciamento de crises

Conceito

Prevenção de riscos futuros

Resposta imediata a uma crise

Identificação e tratamento contínuo de ameaças

Coordenação das ações durante uma crise

Foco

Preparar a empresa para possíveis problemas futuros

Agir rapidamente em situações críticas

Monitoramento e controle constante das ameaças

Resolver problemas emergentes de forma rápida

Tempo

Médio a longo prazo

Curto prazo

Atividade contínua

Resposta imediata no curto prazo

Abordagem

Proativa: ações antecipadas para minimizar impactos

Reativa: ações imediatas após o ocorrido

Proativa: prevenção e monitoramento sistemático

Reativa: resolução e coordenação durante a crise

Exemplo

Plano para lidar com a perda de um grande cliente

Plano de evacuação em caso de incêndio

Análise SWOT para identificar ameaças e ajustar estratégias

Equipe especializada para gerenciar um ataque cibernético

Em resumo:

  • O gerenciamento de risco previne,
  • o plano de contingência prepara,
  • o plano de emergência reage a perigos iminentes,
  • o gerenciamento de crise lida com as consequências.

Como a tecnologia pode ajudar no plano de contingência financeiro?

A tecnologia desempenha um papel fundamental na criação e execução de um plano de contingência, ajudando a antecipar riscos e ter agilidade. De forma geral, ela permite:

  • Análise de dados e previsão: os recursos coletam e analisam grandes volumes de dados, facilitando a identificação de tendências e a previsão de cenários de risco. Isso possibilita um planejamento mais assertivo e embasado.

  • Automação de processos: é possível automatizar tarefas repetitivas e monitorar KPIs em tempo real, o que ajuda a reduzir erros e otimizar a execução das ações de contingência.

  • Comunicação e colaboração: ferramentas digitais promovem a integração entre os setores, facilitando a troca de informações e a tomada de decisão durante crises.

  • Simulação de cenários: softwares avançados realizam simulações, prevendo os impactos de diferentes riscos e testando a eficácia das estratégias de contingência.

  • Gerenciamento de riscos: plataformas integradas auxiliam na identificação, avaliação e mitigação de riscos, consolidando as informações essenciais para o planejamento financeiro.

Falando nisso, aproveite a oportunidade e descubra agora mesmo como criar um plano financeiro estratégico em 9 passos para sua empresa. 

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Exemplos de ferramentas

  • Softwares de ERP: integram os processos financeiros, de compras e de vendas, proporcionando uma visão completa da saúde financeira do negócio.

  • Ferramentas de Business Intelligence: transformam dados brutos em informações estratégicas, otimizando a tomada de decisão.

  • Plataformas de colaboração em nuvem: facilitam o trabalho em equipe e o compartilhamento de informações em tempo real.

  • Soluções de cibersegurança: protegem os sistemas da empresa contra ataques cibernéticos, assegurando a integridade dos dados e a continuidade dos processos.

Como deu para perceber, a tecnologia é uma excelente aliada quando o assunto é um plano de contingência financeiro eficaz.

Afinal, por meio de um bom software de gestão financeira, é possível monitorar cada saída de recursos, identificar desvios e promover ajustes rápidos para manter a saúde financeira. 

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