O que é mobile learning e como ele potencializa os processos de aprendizagem
Saiba o que é Mobile learning, a nova tecnologia de aprendizagem móvel na educação que já chegou em muitas empresas e promete ser tendência de ensino.

Quando se pensa em educação corporativa, uma das principais vantagens do mobile learning em relação a outros métodos de aprendizado é sua flexibilidade. Por não estar condicionado a um espaço físico ou um horário fixo para acontecer, o m-learning permite que o próprio funcionário determine o ritmo em que quer adquirir seus novos conhecimentos.
Segundo dados de uma pesquisa desenvolvida pela empresa norte-americana Towards Maturity, o m-learning chega a melhorar a produtividade em até 43%. O estudo apontou, ainda, que os cursos são finalizados até 45% mais rápido do que os realizados via desktop.
Desta forma, o mobile learning favorece a adesão dos colaboradores e amplia seu envolvimento, o que resulta numa melhor retenção de conhecimento.
Continue conosco neste artigo e saiba com mais detalhes o que é mobile learning e como implementar na sua empresa.
O que é mobile learning?
Mobile learning, ou m-Learning, ao pé da letra, significa aprendizagem móvel. Na prática, é uma modalidade de ensino e treinamento à distância, desenvolvida com base nos comportamentos digitais, permitindo que o aprendizado se dê dentro do ambiente virtual.
Nas empresas, o m-Learning vem sendo aplicado como alternativa aos treinamentos, workshops, palestras e outras formas de capacitar colaboradores. Rápida, prática e acessível, trata-se de uma opção para potencializar o processo de ensino-aprendizagem.
Outro ponto importante está relacionado à própria dinâmica do trabalho nos tempos atuais, em que tudo muda o tempo todo. Com treinamentos rápidos e acessíveis, as empresas podem atualizar mais rapidamente seus colaboradores sobre os novos recursos ou tecnologias inseridas no seu dia a dia.
Exemplos são a aquisição de novos softwares ou mesmo as possibilidades do novo Chat GPT na rotina de trabalho.
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Há ainda outros atrativos, igualmente vantajosos, para as empresas apostarem no mobile learning como forma de capacitação. É a possibilidade de utilizar recursos dos próprios smartphones na elaboração de conteúdos, como games, podcasts, vídeos e imagens.
Segundo Ana Paula de Toledo Soares, designer educacional do atendimento Corporativo do Senac SP, por serem familiares às pessoas, esses recursos devem ser usados como parte de uma estratégia para favorecer o processo de aprendizagem, tornando-o mais lúdico.
“Eles democratizam os diferentes estilos de aprendizagem, considerando que algumas pessoas são mais visuais, outras mais auditivas e outras mais cinestésicas”, complementa.
Mobile learning na educação pede conteúdos mais simples
Em um país com mais smartphones do que gente -são 242 milhões, segundo a FGV-, em que 99% dos acessos à internet vêm dos celulares, a familiaridade com os aparelhos é outro ponto positivo. Mas, para o sucesso do investimento em mobile learning, a empresa deve considerar o contexto, o público-alvo e o objetivo a ser alcançado.
É importante que o time do RH planeje as etapas de estudo antes de traçar a estratégia.
- O primeiro passo é identificar as informações que devem ser ensinadas aos funcionários ou os pontos que precisam ser revistos na equipe.
- Em seguida, deve-se definir o que se pretende com o curso, levando em conta as particularidades do conteúdo.
No geral, o mobile learning é indicado para quando há necessidade de ensinar assuntos simples de assimilar, já que o aprendizado se dá sem o contato com um professor ou profissional que possa esclarecer dúvidas no momento em que se toma contato com o conteúdo. Materiais curtos, portanto, como vídeos e podcasts, são boas opções.
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Qual é a principal diferença entre e-learning e mobile-learning?
Embora ambos façam parte do universo do ensino a distância, cada formato tem suas particularidades e vantagens específicas.
O e-learning, ou aprendizado eletrônico, é um modelo de ensino realizado por meio de dispositivos como computadores e notebooks. Ele costuma ser utilizado em plataformas de ensino online (LMS), oferecendo cursos mais robustos, com videoaulas, avaliações, fóruns e conteúdos em profundidade. É ideal para quem busca uma formação mais completa, com estrutura organizada por módulos e acompanhamento do progresso do aluno. O acesso normalmente acontece via navegadores em desktops.
Já o mobile-learning (ou m-learning) é uma vertente do e-learning focada no uso de dispositivos móveis, como celulares e tablets. O principal diferencial está na mobilidade e praticidade. O conteúdo é otimizado para telas pequenas e costuma ser mais curto, direto e interativo, com formatos como quizzes, vídeos rápidos e microlearning. Essa abordagem favorece o aprendizado em qualquer lugar e a qualquer hora, ideal para rotinas corridas.
Em resumo, a principal diferença entre e-learning e mobile-learning está no meio de acesso e na forma como o conteúdo é estruturado. Enquanto o e-learning oferece profundidade e maior carga horária, o mobile-learning foca em agilidade, flexibilidade e consumo rápido de informação. Saber escolher entre um e outro pode fazer toda a diferença na eficácia de um programa de capacitação, seja ele corporativo ou individual.
Aspectos para ficar de olho:
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Distração: a obrigatoriedade de acessar o dispositivo móvel é um convite para verificar as redes sociais, o que pode causar distração;
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Barreiras tecnológicas: caso o funcionário não saiba como acessar as ferramentas adequadamente. Neste caso, a empresa precisa antes capacitar os colaboradores a usar a ferramenta;
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Canal de dúvidas: caso o conteúdo do treinamento desperte dúvidas, o ideal é que o funcionário possa entrar em contato com o professor ou responsável pelas informações para saná-las. Na estratégia de ensino, é importante pensar nesse canal.
Tecnologia é ponto de atenção no m-learning
Feita a opção pelo m-Learning, não se pode esquecer que os funcionários vão estudar utilizando seus aparelhos de smartphone —o que significa que o conteúdo precisa, necessariamente, poder ser acessado de qualquer aparelho.
“O m-learning deve ser muito bem desenvolvido e sempre de forma responsiva, para se adequar aos diferentes dispositivos, como o celular e o tablet. Caso contrário, pode não haver engajamento por parte dos participantes. Afinal, se você tenta acessar um aplicativo e diversas vezes ele não funciona, trava, é muito lento etc., você acaba desistindo”, analisa Ana Paula.
Não adianta apostar em m-Learning e não investir na qualidade do material e na tecnologia. Para não perder nem o dinheiro nem o objetivo, os responsáveis pelo treinamento precisam buscar desenvolvedores e especialistas em educação à distância.
Os retornos do investimento no desenvolvimento profissional dos colaboradores não se limitam à melhora da capacitação técnica. Englobam da melhora da autoestima ao clima organizacional e, consequentemente, ao aumento da retenção de talentos. É o que aponta pesquisa divulgada pelo Linkedin, segundo a qual 94% dos trabalhadores revelaram que permaneceriam em uma empresa que investisse em seus aprendizados.
Confira as 7 vantagens do mobile learning
A seguir, veja as 7 principais vantagens do mobile learning para empresas:
1. Economia de tempo para a empresa
Com conteúdos curtos e objetivos, os treinamentos não impactam na produtividade do time. Cada colaborador pode acessar os módulos individualmente, sem comprometer suas atividades diárias.
2. Acessibilidade
Como todo mundo está com o celular por perto, o conteúdo fica sempre à mão. Isso aumenta as chances de o aprendizado acontecer com mais frequência e naturalidade.
3. Flexibilidade
O colaborador escolhe a melhor hora e lugar para estudar. Isso cria uma experiência mais personalizada e respeita o ritmo de cada pessoa.
4. Recursos diversos
Vídeos, áudios, imagens, jogos... o mobile learning permite usar a ferramenta mais adequada para cada tipo de informação, tornando o conteúdo mais atrativo e eficaz.
5. Agilidade
Com atividades rápidas, o funcionário consegue avançar com facilidade. Isso gera uma sensação de progresso constante, essencial para manter a motivação.
6. Engajamento com gamificação
Ao usar elementos lúdicos, como pontuação, desafios e recompensas, a gamificação transforma o aprendizado em uma experiência divertida e motivadora. Isso aumenta o engajamento e melhora os resultados de aprendizagem.
7. Empoderamento do colaborador
À medida que avança no conteúdo, o profissional sente que está evoluindo — e isso o inspira a continuar aprendendo e até a incentivar colegas a fazerem o mesmo.

Repórter da Unicamp, formada na USP. Tem vasta experiência em produção de conteúdo para mídias digital e impressa, e assessoria de imprensa. Passou por Grupo Folha, Record e Microsoft.