Carreiras em alta em 2024: confira os profissionais que serão disputados neste ano
Descubra quais áreas estarão em alta em 2024 e quais profissionais serão mais difíceis de recrutar pelos RHs.
Recém-divulgado, o Guia Salarial de 2024 da Robert Half reforça a percepção do mercado. O cargo de especialista em ESG, por exemplo, já aparece como um dos mais demandados na área de engenharia.
Em vários dos outros setores pesquisados, como recursos humanos e mercado financeiro, profissionais com habilidades na área também estão entre os mais difíceis de se encontrar.
"As empresas estão investindo mais em ESG, principalmente as indústrias. Não só por causa da questão climática, mas pela preocupação com o futuro", diz Ana Mathias, especialista em carreiras.
O setor de TI, que há anos enfrenta uma realidade em que há mais vagas abertas do que profissionais qualificados para preenchê-las, também seguirá em expansão, impulsionado pela inteligência artificial. A expectativa, segundo especialistas, é que, nos próximos dois anos, mais de 350 mil novos postos sejam abertos no setor.
“Mas ainda com grande escassez de pessoas para ocupá-los. Isso em razão do Brasil formar em média 50 mil profissionais por ano e a demanda ultrapassar 150 mil", diz Michel Khouri, executivo sênior de transição de carreira e headhunter da consultoria Thomas Case & Associados.
Para Ana Mathias, por continuarem bastante disputados pelas empresas, os profissionais de TI serão aqueles que terão poder de barganha para conseguir posições em home office, ainda que o retorno ao presencial venha ganhando força no mercado.
"A IA vem transformando o dia a dia de empresas e profissionais. Ao processar grandes volumes de dados em tempo real, a ferramenta fornece insights valiosos para tomada de decisões rápidas e assertivas, além de prever e corrigir ineficiências e diminuir o tempo gasto em processos”, afirma Michael.
Assim, exemplifica, setores de saúde, educação, financeiro, agricultura, infraestrutura e da indústria vêm utilizando o recurso para automação de processos em grande escala e devem abrir novas vagas para profissionais que saibam lidar com a IA.
Como ficará o mercado de trabalho em 2024?
Das guerras às mudanças no cenário político de grandes potências mundiais, são muitos os fatores que fazem com que, de tempos em tempos, determinadas profissões pareçam mais valorizadas.
"Tivemos um ano de 2023 que não foi fácil, o mundo não contava com a realidade de enfrentar duas guerras. Isso acaba afetando economicamente também porque leva a uma escassez de matérias-primas, entre outras coisas”, afirma Ana Mathias.
No cenário brasileiro, apesar das instabilidades internacionais, em 2023, as variáveis econômicas tiveram melhoras, como o PIB em ascensão, a desaceleração da inflação e o câmbio mais favorável.
De acordo com o Estudo de Remuneração da consultoria Michael Page, todos esses fatores são indicativos de que 2024 será um ano melhor para os negócios no Brasil. Não à toa, segundo o mesmo estudo, 71,6% das empresas afirmaram que pretendem aumentar em até 10% o quadro de colaboradores neste ano.
Aliado a isso, segundo o estudo da Robert Half, 51% das empresas responderam estar muito mais confiantes e 41% um pouco mais confiantes do que estavam em 2023. As respostas foram influenciadas por motivos como:
- Aumento da demanda por produtos e serviços;
- Melhora da situação econômica;
- Oportunidade de expansão dos negócios;
- Aumento do orçamento/recursos financeiros;
- Adoção de novas tecnologias.
Atrair e reter talentos continuará entre desafios do RH em 2024
O estudo da Robert Half também apontou que a busca por atrair e reter profissionais qualificados seguirá sendo uma dor para as empresas, superando até mesmo preocupações relacionadas à incertezas econômicas.
De acordo com a pesquisa, 46% das empresas se dizem preocupadas em atrair talentos. Outras 29% estão muito preocupadas com a questão.
Curiosamente, enquanto o mundo corporativo assiste a uma onda de empresas exigindo o retorno ao presencial, a falta de flexibilidade para o trabalho remoto e flexível é o campeão entre os motivos para a preocupação das empresas em conseguir conquistar os profissionais.
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A preocupação é mais que legítima. Isso porque, na outra ponta, de acordo com o estudo da Michael Page, apesar de 84,5% dos candidatos apontarem o salário como o principal motivador para aceitar uma nova vaga, flexibilidade no trabalho segue como um atributo importante e, muitas vezes, decisivo para mudar de emprego.
A pesquisa também revela que 40,6% dos profissionais vêem a oportunidade de crescimento como algo relevante para permanecer em uma empresa ou aceitar um novo desafio.
Para Ana Mathias, para evitar que as empresas percam talentos para a concorrência, é importante que os RH ofereçam mecanismos para mobilidade interna e outros modelos de progressão de carreira, como as carreiras em Y ou W.
“É preciso olhar para dentro da própria empresa em vez de ir buscar primeiro no mercado, que é o que a maioria faz. Às vezes você tem uma pessoa no seu quadro com o perfil para vaga, que só precisa de treinamento", diz.
Soft skills continuarão em alta em 2024
Uma tendência que já vinha aparecendo em anos anteriores e que deve continuar em alta é a valorização das chamadas soft skills, as competências comportamentais, em detrimento apenas das habilidades técnicas.
Segundo o estudo da Robert Half, habilidades como resiliência, flexibilidade, adaptabilidade e comunicação aparecem em quase todas as áreas pesquisadas como as mais buscadas pelos empregadores.
“Esse tipo de habilidade está em alta nas empresas porque impactam diretamente o desempenho e as interações com outras clientes, fornecedores e colegas”, afirma Michael.
O especialista também destaca ainda a valorização crescente das green skills, ou seja, a conhecimentos técnicos e práticos relacionados à sustentabilidade socioambiental dos negócios.
"As empresas estão focando os seus negócios no ESG (meio ambiente, social e governança) e, assim como empresas, profissionais deverão desenvolver cada vez mais as habilidades sustentáveis atuando como protagonistas da mudança", diz Michael.
Segundo o headhunter, neste universo, haverá potencial para profissionais das áreas de inovação, tecnologia, infraestrutura, produção, engenharia, projetos, construção e operação.
Quais as carreiras que estarão em alta no mercado em 2024?
Confira a seguir a lista de profissionais que devem ser mais requisitados em cada área e sua faixa salarial de acordo Guia Salarial de 2024 da Robert Half:
Finanças e contabilidade
Planejamento Financeiro
- Analista - R$ 4.200 a R$ 11.500
- Coordenador - R$ 12.500 a R$ 21.750
- Gerente - R$ 21.900 a R$ 36.500
- Controller - R$ 17.500 a R$ 41.000
Tesouraria/Financeira
- Analista - R$ 3.700 a R$ 9.700
- Coordenador - R$ 10.000 a R$ 18.900
- Gerente - R$ 18.800 a R$ 29.200
Contábil/Fiscal
- Analista - R$ 4.200 a R$ 11.000
- Coordenador - R$ 10.450 a R$ 19.850
- Gerente - R$ 15.200 a R$ 31.000
Relações com Investidor
- Analista - R$ 5.500 a R$ 12.350
- Coordenador - R$ 14.700 a R$ 25.000
- Gerente - R$ 29.800 a R$ 43.150
Tecnologia
- Consultor ERP - R$ 13.100 a R$ 17.000
- Analista de Segurança da informação - R$ 6.100 a R$ 15.000
- Desenvolvedor RPA/Automação - R$ 6.200 a R$ 16.000
- Gerente de TI - R$ 20.400 a R$ 34.200
Vendas e Marketing
- Especialista em Business Intelligence - R$ 6.400 a R$ 11.200
- Analista de Marketing - Marketplace - R$ 5.350 a R$ 12.950
- Analista de CRM - R$ 4.000 a R$ 10.050
Engenharia
- Gerente de Supply Chain - R$ 18.500 a R$ 32.000
- Gerente de Projetos - R$ 15.500 a R$ 32.600
- Gerente de Produção - R$ 16.500 a R$ 29.900
Especialista de ESG
- Engenheiro - R$ 8.600 a R$ 19.300
- Coordenador - R$ 10.750 a R$ 21.350
- Gerente - R$ 14.900 a R$ 33.300
Recursos humanos (RH)
Generalista
- Analista - R$ 7.000 a R$ 10.200
- Coordenador - R$ 11.500 a R$ 15.500
- Gerente - R$ 19.000 a R$ 28.000
- Diretor - R$ 31.000 a R$ 44.500
Business Partner
- Analista - R$ 8.400 a R$ 11.000
- Coordenador - R$ 10.555 a R$ 15.500
- Gerente - R$ 18.300 a R$ 27.900
Administração de Pessoal/Payroll
- Analista - R$ 6.700 a R$ 8.650
- Coordenador - R$ 10.500 a R$ 15.500
- Gerente - R$ 13.300 a R$ 22.700
Atração e Seleção
- Analista - R$ 6.700 a R$ 9.150
- Coordenador - R$ 11.400 a R$ 15.474
- Gerente - R$ 17.000 a R$ 25.790
Remuneração e benefícios
- Analista - R$ 8.800 a R$ 11.700
- Coordenador - R$ 13.200 a R$ 17.400
- Gerente - R$ 22.000 a R$ 31.000
Jurídico
- Empresarial/M&A - R$ 6.150 a R$ 20.000
- Tributário (consultivo e contencioso) / Reforma Tributária - R$ 5.350 a R$ 20.000
- Compliance - R$ 5.350 a R$ 16.500
Mercado Financeiro
Crédito
- Analista - R$ 12.850 a R$ 16.000
- Especialista - R$ 18.100 a R$ 27.700
- Diretor - R$ 37.200 a R$ 46.000
Compliance/Controles Internos
- Especialista - R$ 15.300 a R$ 23.450
- Diretor - R$ 25.500 a R$ 31.600
M&A
- Analista - R$ 15.100 a R$ 18.700
- Associado - R$ 21.450 a R$ 26.700
Seguros
Generalista
- Analista - R$ 7.100 a R$ 9.600
- Executivo de Contas - R$ 9.500 a R$ 12.900
- Gerente Comercial - R$ 14.500 a R$ 19.500
Área de Crédito
- Analista - R$ 8.900 a R$ 12.000
- Gerente - R$ 20.950 a R$ 28.200
Área de subscrição
- Analista - R$ 7.250 a R$ 9.800
- Gerente - R$ 15.500 a R$ 20.800
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Jornalista e mãe do Martin. Além de colaborar com a Flash, é assessora de imprensa na área de música e escreve sobre cultura em veículos de imprensa.