Flash lança o 1º índice nacional de engajamento de funcionários do Brasil
Idealizado pela Flash em parceria com a FGV-EAESP e o Grupo Talenses, o 1º Índice Nacional de Engajamento de Funcionários no Brasil traz dados inéditos.
É isso o que revela o Engaja S/A – 1º Índice Nacional de Engajamento de Funcionários no Brasil, estudo pioneiro idealizado pela Flash em parceria com FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas) e o Grupo Talenses, lançado ontem, 27, durante um evento que reuniu cerca de 50 líderes de Recursos Humanos em São Paulo.
Confira o evento de lançamento na íntegra:
Primeiro levantamento do gênero realizado no país, o Engaja S/A tem como objetivo mapear o engajamento dos colaboradores brasileiros levando em consideração aspectos culturais do país — algo que nem sempre os estudos globais conseguem captar.
Fora isso, o principal diferencial do estudo é o seu caráter acionável para os RH. Por meio de seis dimensões, o Engaja S/A mapeia quais as práticas de gestão de pessoas fazem a diferença para impulsionar o engajamento dos profissionais.
“Muita gente conhece a Flash pela maneira de pensar fora da caixa e reinventar os benefícios. O tema engajamento surgiu quando começamos a abrir os horizontes e pensar em outras maneiras de ajudar o RH com informações de impacto”, afirmou Ricardo Salem, CEO da Flash, durante o evento.
Entre as descobertas do estudo, destaca-se o fato de que as questões que mais impactam para a satisfação das pessoas, como remuneração adequada, oportunidade de crescimento e confiança na liderança, estão deixando a desejar.
Esse cenário impõe novos desafios às empresas e ignorar os dados pode cobrar um preço alto para os negócios. Isso porque, segundo a consultoria Gallup, a falta de engajamento nas organizações leva a perdas de US$ 8,8 trilhões em produtividade no mundo, o equivalente a 9% do PIB global.
Engaja S/A: um índice diferente
Para Paul Ferreira, professor da FGV-EAESP e um dos responsáveis pelo estudo, o índice reforça a importância do diálogo entre a academia e o mundo corporativo. “O estudo é uma etapa desse diálogo, e será importante saber como mantê-lo nas organizações”, disse.
Luiz Valente, CEO da Talenses Group, e um dos idealizadores do Engaja S/A, aponta algumas questões que estão diretamente relacionadas com o engajamento ou a falta dele.
“A primeira é a econômica, decorrente das sucessivas crises no mundo e no Brasil, como a quebra de grandes empresas como o Lehman Brothers, em 2008. Por aqui, só nos últimos anos, tivemos um impeachment, a pandemia, a Lava-Jato e eleições conturbadas. Tudo isso, que impacta a economia, impacta o engajamento”, afirmou.
A segunda questão, segundo ele, é a transformação digital, que tem provocado uma mudança profunda nas relações de trabalho e na maneira como as empresas fazem a gestão de suas equipes.
“E, para finalizar, temos a dimensão geracional. Hoje parte dos baby boomers e Xs estão no comando das empresas. A geração Y, dos millennials, chegou a cargos de nível de gestão agora. Enquanto os Z estão entrando no mercado de trabalho. Isso traz uma complexidade em relação ao engajamento”, completa.
Como a Merck e a Aon trabalham o engajamento
O evento de lançamento do Engaja S/A também contou com a participação de executivas de duas empresas que são benchmarking quando o assunto é engajamento: Edise Toreta, líder de RH para a América Latina na Merck, e Joana Vecchia, diretora de colleague experience na Aon.
As profissionais compartilham como as duas gigantes acompanham o engajamento dos times e deram dicas para outras organizações que querem metrificar a satisfação dos colaboradores.
Edise compartilhou que, na Merck, além do levantamento anual existe uma ferramenta capaz de mensurar o engajamento dos colaboradores a nível individual. Segundo ela, ao oferecer um olhar para o indivíduo os profissionais se sentem mais ouvidos e a organização consegue criar planos de ação que respondem às insatisfações de forma mais eficiente.
“Os resultados da empresa são fruto de um trabalho diário. E o tema do engajamento é recorrente na multinacional, como um indicador estratégico de crescimento, envolvendo todos os níveis da organização, a partir do CEO global”, afirmou.
Joana Vecchia contou que na Aon existem três comitês alinhados ao negócio: operações, crescimento comercial e pessoas. Este último reúne lideranças de todas as sub-regiões da América Latina e tem a responsabilidade de tocar um plano de ação de engajamento após a pesquisa realizada anualmente sobre o assunto.
“A gente entende as dimensões, principalmente as mais críticas, e analisa comentário por comentário dos colaboradores. No People Board, além de avaliar os resultados, geramos um brainstorming das ações que realizaremos no próximo ano. Algumas delas envolvem grupos focais, por exemplo, para casos mais críticos”, disse.
Entenda o Engaja S/A
Com metodologia inovadora, o índice foi idealizado por uma equipe formada por:
- Paul Ferreira, professor e pesquisador, vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da FGV-EAESP e colunista da MIT Sloan Management Review Brasil;
- Lilian Carvalho, professora doutora na FGV-EAESP e selecionada pela Nasa como cientista de dados para o programa Datanauts;
- Jan Christian, diretor-geral da Unidade de Negócios de Gestão de Pessoas na Flash;
- Luiz Valente, CEO do Grupo Talenses, que tem mais de 20 anos de experiência em business consulting e executive search.
A pesquisa ouviu 1.732 trabalhadores em todas as regiões do Brasil, entre agosto e outubro deste ano. A amostra teve como foco espelhar a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2021, principal fonte estatística sobre o emprego no âmbito da CLT no Brasil.
Primeiro levantamento exclusivo sobre engajamento no país, o Engaja S/A também contou com uma etapa anterior à pesquisa, quando o time responsável reuniu a literatura sobre engajamento e ouviu executivos de Recursos Humanos. Desse jeito, a pesquisa teve como objetivo responder quatro questões principais:
- Qual é o nível de engajamento dos trabalhadores brasileiros atualmente?
- Quais são os atributos que engajam colaboradores e líderes?
- Qual é o peso desses fatores e como influenciam a tomada de decisão das pessoas ao escolher uma nova oportunidade de trabalho?
- Qual a probabilidade de os trabalhadores brasileiros recomendarem seus empregadores a um amigo ou familiar?
Na busca das respostas, o índice considerou seis dimensões do engajamento:
- Ambiente de trabalho positivo
- Trabalho com significado
- Confiança na liderança
- Boas práticas de gestão
- Oportunidades de crescimento
- Remuneração
Para cada dimensão, foram definidos seus respectivos atributos, totalizando 31 aspectos. Por exemplo, a dimensão “Remuneração” tinha como atributos salário adequado à posição, salário na média do mercado, benefícios ligados à saúde, benefícios financeiros e bônus e remuneração variável
A partir desses fundamentos, os entrevistados puderam avaliar, em uma escala de 1 a 5, seu nível de satisfação com os 31 atributos de engajamento nas empresas em que trabalham, sendo 1 “discordo totalmente” e 5 “concordo totalmente”.
Foram classificados como “engajados” os funcionários que se mostram comprometidos com os objetivos e valores da organização, motivados e dispostos a contribuir para o sucesso organizacional.
Já os “desengajados” são aqueles que tendem a cumprir as tarefas exigidas, mas não estão plenamente comprometidos com os objetivos e valores da organização e não fazem esforço extra para que as metas sejam atingidas.
Por fim, os “ativamente desengajados” são os insatisfeitos, desmotivados e desconectados, que não dedicam energia para contribuir com o sucesso organizacional.
Confira, ainda, o minidoc que ouviu a opinião de profissionais brasileiros sobre o engajamento:
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Ricardo Marques da Silva é jornalista, com passagem por jornais diários e revistas como repórter e editor.