Micro e pequenas empresas: diferenças e classificações essenciais
Saiba o que são micro e pequenas empresas, como se classificam, os principais benefícios fiscais, diferenças entre EPP e como fazer uma boa gestão.

No Brasil, as micro e pequenas empresas (MPEs) representam mais de 90% dos negócios formais, sendo responsáveis por grande parte da geração de empregos e da movimentação econômica.
Por isso, entender como funcionam as micro e pequenas empresas, quais são seus direitos, deveres, benefícios e desafios, é essencial para quem já empreende ou deseja abrir o próprio negócio.
Apesar da sua relevância, muitas dessas empresas enfrentam dificuldades relacionadas à gestão financeira, acesso a crédito, organização de processos e cumprimento de obrigações legais.
O acesso a informações claras e confiáveis, portanto, ajuda a estruturar decisões mais estratégicas e a aproveitar os benefícios previstos por lei. Dentre eles, os principais estão estabelecidos no Estatuto da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006).
Neste guia completo, você vai saber tudo o que precisa sobre o tema, desde a definição e classificações legais, até as melhores práticas de gestão para transformar o dia a dia do seu negócio. Confira!
Qual é a definição de micro e pequena empresa?
A legislação brasileira define critérios específicos para enquadrar um negócio como microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP).
Essa classificação está prevista na Lei Complementar 123/2006, conhecida como Estatuto da Micro e Pequena Empresa, que estabelece limites de faturamento anual para cada categoria:
- Microempresa (ME): receita bruta anual de até R$ 360 mil;
- Empresa de pequeno porte (EPP): receita bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões.
Essa diferenciação é essencial porque garante o acesso a benefícios fiscais e regimes tributários simplificados, como o Simples Nacional.
Mas vale destacar que as MPEs contam também com políticas públicas voltadas ao estímulo do empreendedorismo, à gestão financeira para micro e pequenas empresas, ao crédito e à desburocratização do ambiente de negócios.
O objetivo dessa regulamentação é promover um tratamento favorecido para negócios de menor porte, reduzindo a carga tributária e facilitando a atuação no mercado de forma formal e sustentável.
Esse é o primeiro e mais importante conhecimento para saber como abrir uma micro e pequena empresa.
Leia também: Veja como elaborar o organograma de uma empresa pequena.
Qual a diferença de micro empresa e empresa de pequeno porte
A tabela abaixo, resume as principais diferenças entre microempresa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP), com base nos critérios legais e operacionais mais relevantes.
Critério |
Microempresa (ME) |
Empresa de pequeno porte (EPP) |
Faturamento anual |
Até R$ 360 mil |
De R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões |
Regime tributário |
Pode optar pelo Simples Nacional |
Pode optar pelo Simples Nacional |
Tamanho da carga operacional |
Menor, com foco em estrutura enxuta |
Maior, exigindo mais organização e controle |
Sociedade empresarial |
Empreendedores iniciantes ou negócios locais |
Negócios em expansão ou com mais funcionários |
Gestão financeira necessária |
Controle básico de caixa e despesas |
Exige gestão financeira estruturada e contínua |
Mesmo com diferenças operacionais, ambas podem se beneficiar de soluções como software de reembolso de despesas, cartões corporativos e ferramentas de gestão de despesas, que automatizam rotinas e ajudam na sustentabilidade financeira do negócio.
Quais os benefícios para micro e pequenas empresas?
As micro e pequenas empresas têm direito a um conjunto de benefícios previstos na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
Conheça, a seguir, os principais incentivos do programa de apoio a micro e pequenas empresas:
1. Acesso ao Simples Nacional
Um dos principais benefícios é a possibilidade de adesão ao Simples Nacional, um regime de tributação unificado que simplifica o pagamento de impostos federais, estaduais e municipais.
Além de reduzir a carga tributária, o modelo brasileiro facilita o controle das despesas e receitas e o acompanhamento das obrigações acessórias, favorecendo a economia e gestão financeira da empresa.
2. Menos burocracia
A administração pública garante um tratamento diferenciado para as MPEs, independentemente dos setores, reduzindo exigências de registro, licenciamento e fiscalização.
O trabalho e trâmites para abertura, alterações cadastrais e fechamento de pequenas e microempresas são mais simples, permitindo que o empresário dedique mais tempo à operação e organização de processos e pessoas.
3. Facilidade de acesso a crédito
A pequena ou microempresa tem prioridade em programas de fomento e linhas de financiamento específicas, com taxas e condições adequadas ao seu porte.
O Programa de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (PRONAMPE), por exemplo, é uma dessas iniciativas voltadas à concessão de crédito com garantia pública para aumentar a competitividade.
Além disso, as pequenas e microempresas têm acesso a programas de capacitação, tanto ofertadas pela administração pública, quanto por parceiros como o SEBRAE.
4. Tratamento diferenciado em licitações
A participação em licitações públicas também é favorecida por políticas de incentivo da administração pública às micro e pequenas empresas.
Empresas MPEs de alguns setores da economia, por exemplo, têm exclusividade em determinados processos e a possibilidade de regularização de pendências após a habilitação.
Esse diferencial reforça a importância dos pequenos negócios no país, ampliando oportunidades e contribuindo para o fortalecimento e o crescimento sustentável e estratégico da empresa.
Quais as obrigações legais e fiscais da MPE?
Apesar dos benefícios concedidos, manter um negócio regularizado e de sucesso no complexo campo tributário e legal brasileiro exige atenção a uma série de obrigações legais e fiscais.
Cadastro na Junta Comercial e Receita Federal
Toda empresa, independentemente do seu tamanho ou porte, ao ser formalizada, deve realizar o registro no sistema da Junta Comercial do estado e obter o CNPJ junto à Receita Federal.
Esse processo também envolve a inscrição municipal e, em alguns casos, estadual — dependendo da atividade exercida pelas pequenas ou microempresas.
A regularização cadastral é o primeiro passo para atuar na legalidade e acessar benefícios, como crédito e emissão de notas fiscais, além de permitir a contratação de funcionários.
Declarações mensais e anuais
As micro e pequenas empresas devem manter em dia a entrega de obrigações acessórias exigidas pela legislação do país, como:
- DASN-SIMEI ou PGDAS-D, conforme o porte;
- DEFIS (Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais);
- RAIS e eSocial, se houver funcionários.
Essas declarações são essenciais para manter a conformidade da empresa e para evitar penalidades por omissão ou atraso, afetando sua competitividade.
Acompanhar o calendário tributário é outra prática recomendada para organizar os prazos.
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Pagamentos de tributos (DAS, folha, etc.)
As empresas optantes pelo Simples Nacional realizam o pagamento de tributos federais, estaduais e municipais por meio do Documento de Arrecadação do Simples (DAS).
Elas devem cumprir com as obrigações relacionadas à folha de pagamento, incluindo encargos trabalhistas e previdenciários, como FGTS e INSS, além do recolhimento da tributação retida na fonte.
Manter o controle sobre essas despesas operacionais e não-operacionais evita inconsistências contábeis e contribui para uma gestão de despesas eficiente.
Boas práticas de gestão para micro e pequenas empresas no Brasil
A adoção de boas práticas de gestão é decisiva para a sustentabilidade e o crescimento das micro e pequenas empresas.
Um modelo de gestão eficiente ajuda a manter a empresa saudável financeiramente, evita falhas operacionais e favorece decisões baseadas em dados.
Checklist de uma boa e eficiente gestão financeira para micro e pequenas empresas
Uma gestão financeira de sucesso começa com o controle rigoroso dos recursos da empresa. Veja, abaixo, os principais pontos que devem compor um checklist básico.
- Separação entre finanças pessoais do empresário e da sociedade empresarial;
- Registro classificação de despesas receitas;
- Planejamento de capital de giro e reservas para imprevistos;
- Acompanhamento de indicadores de desempenho financeiro;
- Previsão de custos fixos e variáveis;
- Avaliação periódica da margem de lucro.
Esse checklist deve ser acompanhado de processos padronizados e ferramentas que facilitem o monitoramento das finanças com agilidade e precisão.
Controle de despesas e fluxo de caixa
Manter o controle de despesas é essencial para evitar desequilíbrios financeiros. Isso envolve a identificação e categorização correta de despesas fixas e variáveis, além de atenção às despesas reembolsáveis e não reembolsáveis, que muitas vezes são negligenciadas.
Um fluxo de caixa bem estruturado permite antecipar períodos de maior gasto, planejar investimentos e garantir que a empresa tenha recursos suficientes para cumprir com suas obrigações.
Uso de software e digitalização
A automação da rotina administrativa é uma das formas mais eficientes de reduzir erros e ganhar produtividade.
O uso de ferramentas como um software de gestão de despesas, como o da Flash, permite:
- Acompanhar as finanças de forma prática e efetiva;
- Gerar relatórios;
- Controle transparente dos gastos por centro de custo, equipe ou projeto.
Esses recursos são fundamentais para a gestão de micro e pequenas empresas, especialmente quando há limitação de tempo e equipe.
Organização de processos e pessoas
Empresas que crescem de forma sustentável costumam investir em processos bem definidos e numa estrutura mínima de governança, mesmo em operações enxutas.
Organizar funções, definir responsabilidades e adotar ferramentas de produtividade colaborativa (como plataformas de RH, agendas compartilhadas e sistemas de tarefas) são medidas essenciais para melhorar a gestão interna. Essas práticas reduzem o retrabalho, aprimoram a comunicação e fortalecem o foco em resultados.
Principais desafios enfrentados pela microempresa e empresa de pequeno porte
Entender os obstáculos mais comuns é essencial para antecipar riscos e definir estratégias eficazes de mitigação.
Falta de capital de giro
A insuficiência de capital de giro para pequenas empresas é um dos principais motivos de instabilidade financeira.
Sem recursos suficientes para cobrir despesas financeiras, operacionais, fornecedores e folha de pagamento, o negócio corre risco de interrupção das atividades, mesmo tendo boa demanda ou faturamento.
Ter um bom planejamento financeiro e acesso a um cartão corporativo e/ou a um sistema de gestão de despesas auxilia no controle de fluxos e garante previsibilidade para honrar compromissos no curto prazo.
Burocracia fiscal
O excesso de obrigações fiscais e tributárias é um entrave recorrente, especialmente para negócios sem estrutura contábil interna.
Embora o Simples Nacional simplifique parte dos processos, ainda é necessário lidar com declarações, documentos fiscais eletrônicos e ajustes regulares.
Gestão de tempo e de equipe
O empresário de micro e pequenas empresas tendem a acumular diversas funções, comprometendo a eficiência na gestão de pessoas, processos e finanças.
Sem uma estrutura mínima de delegação ou automação de tarefas, aumenta o risco de falhas operacionais, retrabalho e desgaste da liderança.
Por isso, o uso de sistemas que centralizem informações e simplifiquem a rotina, como um sistema ERP ou ferramentas de automação administrativa, é um diferencial estratégico.
Baixo acesso à tecnologia
A adoção de tecnologia ainda é limitada em muitas pequenas empresas, principalmente por falta de informação sobre custo-benefício.
O uso de planilhas e controles manuais, além de impreciso, dificulta a escalabilidade e a competitividade do negócio, além de prejudicar o acompanhamento de indicadores.
Como crescer com segurança e organização?
Crescer de forma estruturada é um dos maiores objetivos das micro e pequenas empresas, mas exige preparação e atenção a aspectos que vão além do aumento de faturamento.
A expansão só é sustentável quando acompanhada de organização financeira, conformidade legal e uso de tecnologias adequadas à realidade do negócio.
Planejamento financeiro
Ter um plano financeiro bem definido é indispensável para direcionar investimentos, prever necessidades de capital de giro e acompanhar a rentabilidade do negócio.
Isso envolve:
- Projeção de receitas e despesas;
- Definição de metas realistas;
- Monitoramento de indicadores de desempenho;
- Identificação de oportunidades e gargalos.
Um bom planejamento financeiro possibilita decisões mais seguras e evita imprevistos que comprometam o crescimento.
Formalização e regularização
A expansão exige que a empresa esteja formalizada e em dia com suas obrigações fiscais e trabalhistas.
A regularização junto à Receita Federal e à Junta Comercial, bem como a adesão a regimes adequados, são etapas básicas para garantir segurança jurídica e acesso a crédito e parcerias comerciais.
Também é fundamental manter a documentação atualizada e o controle de despesas operacionais e não-operacionais, ainda mais em ciclos de crescimento.
Apoio contábil e consultorias
Contar com suporte especializado pode fazer a diferença na transição de fases do negócio. Escritórios de contabilidade e consultorias em gestão financeira auxiliam na tomada de decisões estratégicas, no planejamento tributário e na análise de viabilidade de expansão.
Esse apoio contribui para reduzir riscos, ajustar processos e adotar práticas alinhadas ao porte e aos objetivos da organização.
Investimento em tecnologia
A digitalização de processos é uma das principais alavancas para o crescimento. Investir em ferramentas como um software de reembolso de despesas permite que a empresa ganhe escala sem perder o controle.
Além disso, plataformas integradas ajudam a manter a operação organizada, facilitam a análise de dados e melhoram a eficiência da equipe, liberando tempo para ações estratégicas.
Leia também: Veja como montar um RH em empresa pequena.
Ferramentas e soluções para facilitar a vida e a gestão de micro e pequenas empresas
Com a transformação digital, as micro e pequenas empresas têm acesso a um número crescente de soluções que automatizam rotinas, reduzem erros operacionais e melhoram o controle financeiro.
Conheça, a seguir, as ferramentas indispensáveis para sua MPE.
Sistemas de gestão (ERP, financeiro, folha)
Um bom sistema de gestão empresarial (ERP) centraliza informações de compras, vendas, estoque, folha de pagamento, tributos e finanças. Isso permite um acompanhamento profissional e em tempo real das operações, além de garantir a conformidade com as obrigações legais.
A automação da gestão financeira também contribui diretamente para a organização do fluxo de caixa, controle de despesas fixas e variáveis e análise de desempenho por centro de custo ou projeto.
Plataformas de RH simplificadas
Mesmo com equipes reduzidas, é essencial que as MPEs tenham processos estruturados para admissão, folha, ponto e benefícios.
As plataformas de RH simplificadas ajudam a formalizar a gestão de pessoas, evitando passivos trabalhistas e otimizando o tempo da liderança.
Soluções com integração entre folha e financeiro também favorecem o controle sobre despesas reembolsáveis e não reembolsáveis que, muitas vezes, são negligenciadas.
Automação de rotinas administrativas
Ferramentas voltadas à automação administrativa reduzem tarefas manuais e aumentam a produtividade.
Aplicativos de controle de documentos, geração automática de relatórios, envio de lembretes fiscais e gestão de processos são aliados importantes para manter a organização e o cumprimento de prazos.
Cartões corporativos e controle de despesas
O uso de cartões corporativos integrados a um sistema de gestão de despesas permite rastrear gastos em tempo real, definir limites por equipe, evitar fraudes e eliminar reembolsos manuais.
Essa solução é ideal para micro e pequenas empresas que desejam mais eficiência e previsibilidade financeira.
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