Guerra de talentos: descubra como atrair profissionais de tecnologia
Veja algumas estratégias de como atrair os profissionais de tecnologia que o RH pode adotar para melhorar o processo de admissão.
São tempos desafiadores para a equipe de talent acquisition. Uma pesquisa recente da Think Work, sobre os desafios de gestão de pessoas em 2003, aponta que quase três quintos dos RHs preveem que a empresa deverá sofrer para encontrar profissionais no próximo ano. Esse cenário é pior quando se trata de tecnologia.
É nessa área que os respondentes do levantamento esperam ter mais dificuldade para contratar, principalmente (56%) por acreditarem que há poucos profissionais tech disponíveis no mercado.
A boa notícia é que a realidade talvez se apresente um pouco mais alentadora para o RH que tem como desafio buscar talentos de “tech”. Uma janela de oportunidades pode ter se aberto neste momento devido às demissões em massa em empresas de tecnologia.
Mais de 150 mil trabalhadores foram dispensados este ano por cerca de 1 mil empresas de tecnologia, de acordo com o Layoffs.fyi, site que monitora os cortes de empregos divulgados publicamente pelo setor.
A importância de atrair talentos tech
Se ainda há quem se pergunte por que uma companhia que não desenvolve software, aplicativos ou coisas do tipo deve ir atrás de profissionais de tecnologia, a resposta é simples: eles podem ser a chave para transformar os modelos de negócio para algo mais ágil e, portanto, mais preparado para enfrentar qualquer turbulência.
Não é preciso olhar muito longe para saber como isso é importante. No início de 2020, quando a pandemia de covid-19 estourou no Brasil, companhias tradicionais tiveram de criar alternativas rapidamente para continuar existindo diante da realidade imposta pelas medidas sanitárias de isolamento social.
Benefícios de ter um time de tecnologia
Além de buscar formas de continuar atendendo seus clientes, precisaram pensar em como garantir o trabalho remoto. Depois de quase três anos, já deu para perceber que sobrevivemos, mas que o home office vai além das videoconferências com as quais nos habituamos. E é aí que essa força de trabalho tech se mostra relevante para empresas que não se dedicam à tecnologia, mas precisam dela para sobreviver.
E os benefícios de aproveitar o momento e investir na atração dos talentos tech passa ainda pela busca de melhorias na jornada do cliente, a extensão do atendimento automatizado, a segurança cibernética e a coleta de dados capazes de gerar ricos insights para o desenvolvimento do negócio.
A lista de benefícios é extensa. A Jaguar Land Rover, por exemplo, pretende contratar cerca de 800 trabalhadores de tecnologia já pensando em acelerar seu crescimento em áreas que vão da direção autônoma à inteligência artificial.
Fatores de atração
Mas como atrair essa turma acostumada a salários crescentes, vantagens como bônus polpudos e regalias como ambientes de trabalho mais descontraídos? Veja, a seguir, cinco aspectos importantes para conquistar os talentos tech.
1. Garantir estabilidade
A onda de demissões nas big techs, cuja previsão aponta que deve continuar em 2023, a insegurança em relação à economia brasileira e a especulação de uma possível crise econômica global têm feito com que os trabalhadores, de modo geral – e não somente os de tecnologia – voltem a olhar com bons olhos para a velha e atraente estabilidade, proporcionada especialmente pelas corporações tradicionais.
Uma pesquisa da Handshake, plataforma que conecta estudantes de universidades americanas a vagas de trabalho, ouviu 1.400 recém-formados sobre a sua principal prioridade na busca por emprego e 73% disseram que é estabilidade. No Brasil, essa também já parece ser uma realidade.
Outro levantamento da Think Work, realizado entre outubro e novembro, mostrou que, depois do salário (segundo 25% dos respondentes), a estabilidade aparece em segundo lugar (24%) entre os motivos que fazem os funcionários permanecerem na empresa atual.
2. Promover um ambiente diverso e propício ao desenvolvimento
E o que mais pode vir no pacote de atração de talentos tech, principalmente aqueles da geração Y e Z? De acordo com um artigo na Harvard Business Review, essa turma está atenta a questões como o compromisso da empresa com a diversidade, uma gestão baseada na transparência e possibilidades de desenvolvimento.
E nesse caso, inclui a capacidade de investir também naqueles que têm talento, mas não necessariamente experiência, focando em programas de estágio.
3. Realizar processos seletivos mais ágeis e modernos
Outro ponto de atenção para o RH devem ser os modelos de recrutamento e seleção. Que tal pensar em formas de entrevistas mais rápidas e personalizadas? Os profissionais de tecnologia sabem que são cobiçados, então, não vão ficar esperando ad infinitum um retorno sobre uma vaga.
Eles vão ainda aproveitar esse momento de entrevista, com a presença do possível futuro líder, para escrutinar seu tipo de liderança. Portanto, os gestores devem estar preparados para mostrar que o ambiente da companhia será, não somente um local para se ganhar o pão, mas um espaço para pensar criativamente e buscar soluções inovadoras.
4. Oferecer modelos de trabalho flexíveis
Depois de contratados, o segundo desafio é manter os talentos tech na organização. É bom o RH ter claro que, na média, são funcionários que permanecem pouco tempo no mesmo emprego. E que eles têm um interesse muito forte por trabalho híbrido e, principalmente, remoto – o que reflete nos benefícios que valorizam, como ajuda de custo para produtos voltados para ergonomia, como cadeira, mesa etc.
5. Fomentar o intraempreendedorismo
Além disso, não pense que todo talento de tecnologia gosta de “ficar fechado no porão”, escrevendo códigos sem entender o impacto final de seu trabalho. Para usar um termo bastante caro a David Gram, o dinamarquês especialista em inovação que transformou a história da tradicional empresa de brinquedos de montar Lego: garanta que os talentos tech sejam intraempreendedores na sua organização. Pode ser agora o momento e a oportunidade para transformar seu negócio.
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Especialista em clima organizacional e modelos de gestão de pessoas, é head de pesquisas e benchmarking na Think Work.