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Mais da metade dos trabalhadores brasileiros tomam remédios relacionados à saúde mental, diz pesquisa

Pesquisa da The School of Life mostra que o uso de medicamentos por profissionais brasileiros dobrou em um ano. Entenda o impacto e o que o RH pode fazer.

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O uso de medicamentos psiquiátricos entre profissionais brasileiros mais que dobrou no último ano. É o que mostra a 7ª edição da pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Trabalho, realizada pela The School of Life em parceria com a Robert Half, que ouviu cerca de 800 profissionais de diferentes níveis e setores.

Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados dizem usar medicamentos para lidar com ansiedade, depressão, insônia ou burnout —em 2024, eram 23%. Entre os líderes, o salto foi de 18% para 52%, e entre os liderados, de 21% para 59%.

Os números escancaram uma tendência preocupante: os profissionais estão adoecendo emocionalmente e buscando alívio em soluções emergenciais, enquanto as causas estruturais permanecem sem tratamento.

“Se a medicação faz parte de uma estratégia terapêutica estruturada e bem monitorada, estamos no caminho certo. Se é apenas a ‘válvula’ para seguir aguentando, é preciso revisar urgentemente o que está sendo negligenciado tanto no plano individual quanto no organizacional”, avalia Camila Magalhães Silveira, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental, especialista em saúde mental estratégica para empresas. 

Um retrato do esgotamento profissional

O avanço no consumo de medicamentos caminha ao lado de outro dado alarmante: o aumento de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. Segundo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mais de 220 mil brasileiros se afastaram do trabalho em 2024 por esse motivo —alta de quase 40% em relação a 2020.

“Vivemos no país mais ansioso do mundo e um dos líderes em índices de depressão, segundo a OMS [Organização Mundial de Saúde]. Ou seja, há uma questão epidemiológica e de saúde pública que ultrapassa os muros das empresas”, afirma Tatiana Pimenta, CEO e fundadora da Vittude, empresa referência no desenvolvimento de programas de saúde mental corporativos.

O levantamento da The School of Life mostra ainda que sete em cada dez profissionais relatam ansiedade relacionada ao trabalho e 65% dizem sentir sintomas de esgotamento com frequência. Entre as principais causas estão sobrecarga de tarefas (37%), pressão por resultados (33%) e falta de apoio (31%).

Apesar disso, apenas 35% fazem psicoterapia de forma contínua, o que indica que muitos tratam os sintomas, não as causas. “Quando há um número crescente de profissionais em sofrimento, a produtividade coletiva é comprometida. Os que estão bem acabam sustentando o ritmo das equipes  e o ciclo de adoecimento se repete”, afirma Tatiana.

Mesmo com a alta nos diagnósticos e tratamentos, falar sobre saúde mental ainda é difícil. A pesquisa revela que 73% dos gestores e 33% dos colaboradores não se sentem à vontade para revelar o uso de medicamentos à liderança.

“Ainda há a falsa ideia de que saúde mental é fraqueza. É preciso criar ambientes em que pedir ajuda seja natural e legítimo”, diz a psicóloga Laís Bestetti, mestre em psicologia clínica pela USP (Universidade de São Paulo).

O preço do silêncio emocional nas lideranças

Quando diagnosticados com ansiedade ou burnout, 63% dos líderes e 41% dos liderados não conversaram com sua liderança direta sobre o tema. E apenas 7% dos líderes e 20% dos liderados disseram ter recebido acolhimento integral.

“As lideranças parecem ter mais dificuldade para se abrir sobre questões emocionais. É fundamental criar uma cultura em que exista espaço para diálogos verdadeiros sobre o tema”, afirma Laís Bestetti.

Além da exaustão, há falta de empatia: 17% dos líderes e 10% dos liderados disseram não ter recebido apoio prático ao relatar problemas de saúde mental. Outros 13% perceberam indiferença da chefia, e 5% relataram reações negativas ou punições.

Saúde mental x engajamento

A 3ª edição do Engaja S/A, pesquisa realizada pela Flash em parceria com FGV EAESP que mede a quantas anda a motivação do trabalhador brasileiro, aponta na mesma direção: o esgotamento chegou ao alto escalão.

Embora ainda se mantenham mais engajados, a edição deste ano do mostrou que a alta liderança registrou a maior queda de engajamento no último ano, com um declínio de sete pontos percentuais. Entre a média gerência, a retração foi de cinco pontos percentuais.

Pressionados por um cenário macroeconômico adverso e pela imprevisibilidade dos negócios, líderes enfrentam cobranças intensas que resultam no fenômeno da “liderança cansada”.

“Executivos e média gerência apresentam os maiores níveis de engajamento, mas também sinais consistentes de esgotamento e insônia. Ou seja, os principais responsáveis por engajar os outros já demonstram dificuldade em se sustentar. A pirâmide de engajamento pode estar sendo construída sobre uma base frágil. Se os líderes colapsarem, todo o sistema desmorona”, analisa Renato Souza, professor da FGV EAESP e coautor do estudo.

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NR-1: quando a saúde mental vira exigência legal

Nesse contexto de adoecimento corporativo, a atualização da NR-1, que entrará em vigor em 2026, ganha contornos de urgência. Pela primeira vez, o cuidado com a saúde mental e a prevenção do assédio moral e sexual entram na lista de obrigações das empresas e órgãos públicos.

“O que antes podia ser considerado ‘bom senso’ passa a ser exigência legal. Esse é um avanço importante, porque obriga a estrutura organizacional a olhar para a saúde mental com o mesmo rigor dedicado à segurança física”, afirma Camila.

Para Tatiana, a norma representa uma oportunidade para que as empresas passem a mapear riscos psicossociais e indicadores de saúde mental de forma estruturada. Na prática, isso significa realizar diagnósticos baseados em instrumentos psicométricos validados, capazes de identificar fatores de sofrimento, riscos de adoecimento e fenômenos presentes no ambiente de trabalho —algo impossível de fazer “a olho nu”.

“A verdade é que as pessoas se tornaram muito hábeis em esconder o sofrimento. Não é raro que colegas e líderes sejam pegos de surpresa por um caso grave, como o suicídio de alguém aparentemente bem. Por isso, a prevenção precisa se apoiar em dados, não em suposições”, ressalta.

Entre as medidas consideradas essenciais para que o RH e a liderança construam planos de ação efetivos estão:

  • Mapear riscos psicossociais e indicadores de saúde mental;
  • Capacitar líderes para reconhecer sinais de sofrimento;
  • Garantir acesso a cuidado clínico e terapêutico;
  • Correlacionar dados de saúde e performance;
  • Estabelecer metas e orçamento para o tema.

VENHA SABER MAIS SOBRE A NR-1:

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Como o RH pode identificar sinais precoces de sobrecarga emocional

O primeiro passo é garantir o básico: um ambiente em que as pessoas saibam que podem falar abertamente sobre o que enfrentam, que serão ouvidas com respeito e não serão cobradas por metas inalcançáveis ou prazos que só se cumprem à custa da própria saúde.

“Além disso, é fundamental observar mudanças de comportamento, produtividade ou humor —muitas vezes, são esses sinais sutis que indicam que algo não vai bem e que o cuidado precisa ser acionado”, afirma Laís.

No dia a dia, vale atenção a mudanças de produtividade, oscilações de humor e energia. Outros sinais incluem retraimento, perda de paciência em interações simples e abandono de rituais de equipe, além de queda no desempenho ou falhas repetidas no trabalho.

 “Quando o descanso, as férias, o feriado não geram melhora real, há um sinal de alerta. Se a pessoa volta e está igual ou pior, isso não é apenas sobrecarga normal, é adoecimento”, reforça Camila.

Paralelamente, práticas como conversas individuais em momentos de privacidade, escuta ativa, sem julgamentos, ajustes de carga e prioridades e encaminhamento para apoio clínico ou psicológico são essenciais nesse contexto. 

6 passos para cuidar da saúde mental dos colaboradores

Muito além das ações como campanhas pontuais e palestras isoladas, o desafio é  sair do campo do simbólico e construir uma governança de saúde mental, com indicadores acompanhados pela alta liderança, metas de melhoria, recursos destinados e corresponsabilidade entre RH, gestores e executivos.

“A prevenção real exige coragem, investimento e continuidade. É quando o cuidado deixa de ser uma ação de marketing e passa a ser um pilar estratégico de sustentabilidade organizacional”, salienta Tatiana.

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