Favoritismo no trabalho é ilegal? Saiba o que é e qual o papel do RH nessa situação

O favoritismo no trabalho é uma prática que afeta diretamente a motivação, o engajamento e a produtividade das equipes.

Quando líderes concedem oportunidades, reconhecimento ou benefícios a determinados colaboradores sem critérios claros de desempenho, surgem sensações de injustiça, desvalorização e desconfiança entre os demais membros do time.

Além de comprometer o clima organizacional, o favoritismo enfraquece a colaboração e pode gerar consequências sérias para a cultura e os resultados da empresa.

Por isso, compreender como essa prática se manifesta e adotar medidas para preveni-la ajuda a fortalecer a gestão, promover relações mais equilibradas e construir ambientes de trabalho mais saudáveis e meritocráticos.

Neste artigo, você vai entender o que caracteriza o favoritismo no trabalho, como identificá-lo, quais são seus impactos na organização e quais estratégias de transparência, reconhecimento justo e liderança baseada em mérito podem ser aplicadas pelo RH e pelos gestores.

O que é favoritismo no trabalho?

O favoritismo no trabalho acontece quando um líder, gestor ou chefe passa a tratar determinados colaboradores de forma diferenciada — os chamados favoritos — em detrimento dos demais. 

Esses profissionais acabam recebendo benefícios, oportunidades ou reconhecimento sem que haja justificativa baseada em critérios objetivos de desempenho ou resultados.

Na prática, isso significa que as decisões são pautadas por afinidades pessoais, proximidade hierárquica ou relações informais, e não por métricas claras ou pelo mérito profissional.

Embora o favoritismo possa parecer algo sutil, ele cria um ambiente de desigualdade, prejudica a motivação da equipe e mina a credibilidade da liderança. 

Com o tempo, a empresa tende a enfrentar consequências como aumento da rotatividade (turnover), queda no engajamento e dificuldade em atrair talentos qualificados.

Vale lembrar que o favoritismo não é considerado crime pela legislação, mas pode gerar consequências jurídicas indiretas, especialmente em casos de promoções, bônus ou oportunidades desiguais que possam configurar discriminação.

Além disso, essa prática compromete a cultura organizacional, reduz a transparência e enfraquece a construção de uma equipe de alta performance. 

Indícios de favoritismo no ambiente de trabalho

O favoritismo nem sempre é explícito, mas seus sinais costumam aparecer no dia a dia e podem ser percebidos tanto pelos colaboradores quanto por gestores atentos.

Por isso, a liderança e o setor de Recursos Humanos (RH) precisam estar preparados para identificar esses comportamentos e agir rapidamente.

Reconhecer os indícios de favoritismo é o primeiro passo para prevenir injustiças, manter a meritocracia e fortalecer um ambiente de confiança, engajamento e equilíbrio entre as equipes.

Promoções ou oportunidades desiguais

Um dos sinais mais evidentes de favoritismo é quando determinados colaboradores recebem promoções, aumentos salariais ou participações em projetos estratégicos sem critérios transparentes ou justificativas baseadas em desempenho.

Quando o reconhecimento se concentra em poucos indivíduos, sem respaldo em métricas objetivas ou resultados mensuráveis, surgem sentimentos de injustiça e desmotivação entre os demais membros da equipe.

Distribuição injusta de tarefas

Outro indício comum é a distribuição desequilibrada de responsabilidades. Alguns trabalhadores podem ser poupados de tarefas complexas ou de alto volume, enquanto outros são sobrecarregados.

Isso gera percepção de desigualdade e pode afetar até a produtividade da equipe de alta performance, já que talentos ficam mal aproveitados.

Leia também: 9 dicas para otimizar sua gestão de talentos em 2025.

Reconhecimento concentrado em poucos colaboradores

O feedback no trabalho é essencial para o desenvolvimento de qualquer profissional.

No entanto, quando gestores oferecem reconhecimento como privilégios dedicados apenas a um grupo restrito, ignorando esforços e resultados do restante do time, o favoritismo se torna evidente.

Esse comportamento reduz a relação coletiva, afeta a segurança psicológica do ambiente (assim como as emoções) e prejudica a autoavaliação dos profissionais, que passam a não se sentir valorizados.

Relações pessoais acima de critérios profissionais

O favoritismo também se manifesta quando líderes tomam decisões com base em afinidades pessoais ou relacionamentos fora do ambiente corporativo, em vez de considerar critérios técnicos e profissionais.

Essa prática compromete a credibilidade da gestão, mina a confiança da equipe e pode gerar conflitos internos difíceis de serem revertidos, prejudicando o clima organizacional e a produtividade.

Impactos do favoritismo no local de trabalho nas empresas

O favoritismo interno no trabalho vai além de uma questão de justiça ou percepção dos colaboradores.

Essa prática gera efeitos concretos na produtividade, engajamento e retenção de talentos, comprometendo diretamente os resultados da empresa. 

Confira, abaixo, os principais efeitos.

Queda no engajamento da equipe

Quando colaboradores percebem que oportunidades e reconhecimentos são concedidos de forma desigual, há uma redução significativa no engajamento no trabalho.

Os profissionais deixam de se esforçar ao perceber que seu desempenho não é o critério determinante para progressão.

Aumento de conflitos internos

O favoritismo gera comparações constantes entre colegas e pode desencadear conflitos internos.

Questões como disputas veladas, comentários negativos e perda de confiança nos líderes se tornam mais frequentes.

Com isso, o ambiente deixa de ser colaborativo e passa a ser competitivo de forma nociva, prejudicando a cultura organizacional e a cooperação entre equipes.

Prejuízo ao clima

Um dos reflexos mais claros do favoritismo é o impacto negativo no clima organizacional.

A percepção de desigualdade e falta de transparência compromete a confiança dos colaboradores, tornando o ambiente mais pesado e menos produtivo.

Empresas que não lidam com esse problema enfrentam dificuldades para melhorar o clima organizacional e correm o risco de criar um ciclo contínuo de insatisfação.

Maior turnover e perda de talentos

O favoritismo também contribui para o aumento do turnover, já que profissionais qualificados tendem a buscar ambientes onde haja transparência e meritocracia.

A perda de talentos representa um custo elevado para a empresa, que precisa investir novamente em recrutamento, treinamento e integração de novos colaboradores.

Além disso, afeta a continuidade dos projetos e reduz a competitividade no mercado.

Como identificar o favoritismo no trabalho

Embora muitas vezes o favoritismo no trabalho não seja declarado, existem sinais que indicam sua presença.

Identificar esses comportamentos é fundamental para que líderes e RH possam agir de forma preventiva e corrigir distorções que comprometem a Gestão de Desempenho e a cultura organizacional.

Feedbacks desalinhados

O favoritismo também pode se manifestar por meio de feedbacks inconsistentes ou desalinhados com a realidade percebida pela equipe.

É comum que determinados colaboradores recebam retornos mais positivos ou detalhados, enquanto outros, mesmo apresentando bom desempenho, não recebem a mesma atenção ou orientação.

Essa disparidade dificulta o desenvolvimento profissional, gera insegurança e prejudica a confiança e a motivação dentro da equipe.

Métricas de desempenho incoerentes

A avaliação de desempenho deve ser baseada em critérios claros e aplicados de forma uniforme.

No entanto, em ambientes marcados por favoritismo, é comum perceber métricas subjetivas ou incoerentes, que beneficiam determinados colaboradores.

Isso prejudica a avaliação por competências, distorce processos de autoavaliação e compromete a credibilidade dos resultados.

Queixas recorrentes da equipe

Outro indício importante são as queixas recorrentes feitas por colaboradores sobre decisões percebidas como injustas.

Essas reclamações podem surgir em conversas informais, em pesquisa de clima ou até em canais formais.

Quando ignoradas, elas tendem a se acumular e gerar frustração coletiva, dificultando o equilíbrio organizacional e enfraquecendo o engajamento da equipe.

Estratégias de como evitar favoritismo no trabalho e como lidar com situações existentes

O combate ao favoritismo no ambiente corporativo exige medidas estruturadas que fortaleçam a meritocracia, a transparência e o reconhecimento justo.

Além de prevenir práticas desiguais, essas estratégias ajudam a restaurar a confiança da equipe e a consolidar uma cultura organizacional saudável.

Estabelecimento de critérios claros para promoções

A clareza é fundamental para evitar percepções de injustiça, por isso, definir critérios objetivos para promoções e oportunidades, como:

• Competências técnicas;
• Resultados alcançados;
• Pontos a desenvolver de um colaborador;

Essa objetividade ajuda as organizações a reduzirem subjetividades, garantindo que todos tenham as mesmas condições de crescimento e evitando que apenas alguém que seja favorito, tenha preferência.

Processos estruturados de avaliação de performance

A adoção de ferramentas como avaliação de performance, potencializada com o uso de um software de avaliação de desempenho, por exemplo, garante consistência e imparcialidade.

Esses processos oferecem dados concretos para embasar decisões e evitam que afinidades pessoais tenham mais peso do que resultados mensuráveis.

Cultura de meritocracia e transparência

Promover uma cultura de meritocracia significa valorizar entregas e esforços reais. Para isso, é preciso investir em práticas de feedback contínuo, comunicação aberta e processos de decisão transparentes.

Quando os colaboradores entendem como as escolhas são feitas, a confiança no modelo de gestão de pessoas aumenta.

Programas de reconhecimento diversificados

O reconhecimento precisa ser acessível a todos, logo, programas que valorizem diferentes formas de contribuição são indispensáveis.

Eles podem ser feitos por meio de iniciativas de desenvolvimento profissional, colaboração ou inovação, e ampliam as chances de todos se sentirem valorizados.

Essa prática fortalece o engajamento e contribui para a construção de um time de alta performance.

O papel do RH e da liderança na prevenção do favoritismo

O enfrentamento do favoritismo no trabalho depende da atuação direta, ativa e estratégica do RH, assim como do engajamento da liderança.

São essas áreas que garantem que os processos de gestão de pessoas sejam conduzidos com imparcialidade, transparência e foco na construção de uma cultura organizacional saudável.

Comunicação aberta e empática

A liderança deve estimular uma comunicação clara, com espaço para ouvir as percepções de todos os funcionários no ambiente de trabalho.

A prática de conversas francas reduz ruídos, fortalece a confiança e cria condições para identificar sinais de favoritismo antes que se transformem em conflitos maiores.

Essa postura contribui para manter o engajamento no trabalho e a colaboração entre equipes.

Treinamento de líderes

O treinamento da liderança é fundamental para preparar gestores a lidar com vieses inconscientes e a adotar práticas de reconhecimento justas.

Programas de desenvolvimento orientados a avaliação de performance, feedbacks construtivos e gestão baseada em dados ajudam a reduzir decisões subjetivas.

Pesquisas de clima como ferramenta preventiva

As pesquisas de clima organizacional funcionam como um termômetro da percepção dos colaboradores.

Quando bem aplicadas, elas ajudam a identificar indícios de favoritismo, apontar fragilidades na gestão e direcionar ações de melhoria.

Além disso, esses diagnósticos fortalecem iniciativas para melhorar o clima, aumentando a transparência e a confiança na empresa.

Falando nisso, baixe gratuitamente agora a planilha de pesquisa de clima organizacional da Flash e tenha acesso a perguntas prontas e sugestões de respostas que facilitam a análise do engajamento, da satisfação e das necessidades da sua equipe.

Como a Flash auxilia na promoção de reconhecimentos justos

Evitar o favoritismo no trabalho passa por adotar processos estruturados, dados consistentes e práticas que fortaleçam a transparência.

A Flash é a sua parceira estratégica nessa missão ao oferecer uma plataforma completa de gestão de pessoas que apoia empresas na construção de ambientes mais equilibrados e meritocráticos.

Com a Flash, é possível implementar processos de gestão de desempenho baseados em critérios claros.

Nossas ferramentas automatizam e facilitam a execução de etapas como avaliação de desempenho, por competências, autoavaliação e análise de indicadores em tempo real.

Essas práticas permitem que decisões de promoção, feedback ou reconhecimento sejam embasadas em dados objetivos, reduzindo a subjetividade.

Além disso, a Flash contribui para programas de reconhecimento diversificados, ajudando empresas a valorizar diferentes tipos de contribuição dos colaboradores, indo além dos resultados individuais.

A tecnologia também apoia na criação de políticas de feedback contínuo, essencial para o desenvolvimento profissional e para a formação de uma equipe de alta performance.

Com a Flash, sua empresa fortalece a cultura, promove um ambiente mais justo e transparente e cria as condições ideais para melhorar o clima, engajar colaboradores e reter talentos.

Quer transformar sua gestão de pessoas com mais transparência e assertividade? Clique no banner abaixo e descubra como nossa plataforma pode apoiar o crescimento justo e sustentável da sua equipe.