Para revolucionar o varejo, Magalu aposta em formação de especialistas em IA
Companhia lançou programa de trainee focado em inteligência artificial para formar especialistas e transformar o futuro do varejo brasileiro.

O Magalu anunciou recentemente um novo programa de trainee, totalmente voltado para a formação em inteligência artificial. Mais do que um movimento natural em direção à tecnologia, ele representa, para a empresa, um passo importante rumo ao seu objetivo: a partir de 2026, tornar-se referência em como a IA pode revolucionar o varejo.
Em seu novo ciclo estratégico, o Magalu quer formar talentos com alta capacidade técnica e analítica e visão estratégica em dados e IA. Em entrevista ao blog da Flash, Patricia Pugas, diretora-executiva de gestão de pessoas da empresa, contou que o processo de seleção, voltado a profissionais da área de exatas, foi intencionalmente estruturado para incorporar o uso da inteligência artificial via WhatsApp.
A estratégia do Magalu ilustra bem uma tendência já captada pela terceira edição do Panorama da Saúde Emocional do RH 2025, estudo pioneiro desenvolvido pela Flash. A pesquisa mostrou que a IA vem ganhando espaço de forma acelerada na área de gestão de pessoas. Apenas 22% dos RHs afirmaram que a ferramenta não é usada na companhia em que trabalham, uma redução de 14 pontos percentuais em relação a 2024.
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Por outro lado, houve um crescimento expressivo na adoção limitada da tecnologia (de 26% para 40%), principalmente em processos de recrutamento e seleção, atendimento por chatbots e produção de textos. A utilização ampla também saltou de 10% em 2024 para 17% neste ano, mostrando que cada vez mais empresas têm buscado explorar todo o potencial da tecnologia na gestão de pessoas.
No processo do Magalu, além de aprender na empresa, com profissionais internos e convidados externos, a ideia é que os trainees também possam criar e apresentar os próprios projetos _ e os melhores poderão sair do papel. “Abrimos espaço para que cada um implemente suas próprias ideias, o que acelera o crescimento, dá visibilidade e amplia as possibilidades de carreira dentro da companhia”, diz Patricia.
À Flash, a diretora-executiva de gestão de pessoas do Magalu compartilhou mais detalhes sobre o processo seletivo e os planos da companhia, que enxerga a inteligência artificial como um de seus principais pilares a partir do próximo ano. Confira abaixo trechos da conversa:
Vocês anunciaram um programa de trainee voltado para IA cujo processo de seleção também será feito com auxílio de IA. Pode contar um pouco mais sobre isso?
Patricia Pugas: Como se trata de um programa de trainee em Inteligência Artificial, a gente quis que o processo de seleção também tivesse a cara dessa proposta. Por isso, as inscrições são feitas de um jeito diferente: tudo pelo WhatsApp, em uma conversa com a Lu, nossa influenciadora virtual. Basta mandar um “oi” pra ela, e o fluxo já começa. Depois, os candidatos seguem para outras etapas, como testes práticos e entrevistas, mas sempre com algumas interações pelo WhatsApp. E, na etapa final, quem for pré-selecionado vai ter a chance de conversar presencialmente com nosso CEO, Frederico Trajano.
Com relação ao que prevê o programa, além de acompanhamento técnico e de carreira, haverá espaço para que os participantes apresentem os próprios projetos. De que maneira vocês estão enxergando as possibilidades de atuação e crescimento dentro da empresa para os participantes?
Os trainees terão a chance de colocar a mão na massa em projetos que envolvem machine learning, inteligência artificial generativa e também as próprias ferramentas do Magalu. A ideia é que eles possam usar a tecnologia não só como aprendizado, mas como um meio para criar soluções reais e inovadoras, que tragam impacto tanto para a empresa quanto para os clientes e para todo o ecossistema Magalu. Além disso, abrimos espaço para que cada um apresente e implemente suas próprias ideias, o que acelera o crescimento, dá visibilidade e amplia as possibilidades de carreira dentro da companhia.
O anúncio do Magalu fala em novo ciclo estratégico. Para além deste olhar voltado para a IA, o que significa este novo momento da empresa?
A inteligência artificial representa um novo marco para o varejo, tão transformador quanto a chegada da internet nos anos 2000. Esse é o ponto de partida do nosso novo ciclo estratégico: preparar o Magalu para liderar essa nova era tecnológica. Na prática, isso significa acelerar ganhos de eficiência em toda a cadeia, do estoque à logística, melhorar a experiência de compra com jornadas mais personalizadas, ampliar as soluções digitais para nossos sellers e parceiros e, ao mesmo tempo, criar novos modelos de negócio apoiados em dados e automação.
Já fomos pioneiros na digitalização do varejo brasileiro e somos uma das poucas empresas que, mesmo não tendo nascido digital, conseguimos fazer essa transição com sucesso. Agora, queremos repetir esse movimento, consolidando o Magalu como referência em como a IA pode revolucionar o varejo.
Vocês já têm projetos específicos em que queiram usar ou aprimorar a IA que estão no foco deste novo momento? Pode dividir um pouco do que estão visualizando com relação ao tema para o futuro da empresa?
Estamos apostando bastante na evolução do nosso modelo conversacional com inteligência artificial generativa. O “cérebro da Lu”, que é a base tecnológica de IA do Magalu, vai ser o motor por trás disso. A ideia é oferecer experiências de busca muito mais fluidas, personalizadas e intuitivas — em que o consumidor consiga conversar com a plataforma de forma natural, receber recomendações, fazer comparações, tirar dúvidas e até finalizar a compra em tempo real.
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Jornalista e mãe do Martin. Além de colaborar com a Flash, é assessora de imprensa na área de música e escreve sobre cultura em veículos de imprensa.