6 tendências para viagens corporativas em 2025
A Flash ouviu especialistas e profissionais de gestão de viagens corporativas para levantar as tendências que impactarão a área em 2025.
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Viagens corporativas são um grande desafio dentro das empresas: ao mesmo tempo em que desempenham papel estratégico, seja para o fechamento de negócios, seja para o fortalecimento de relações com clientes e parceiros, elas costumam representar custos elevados, desafios logísticos e de relacionamento com os colaboradores.
Lidar com tudo isso exige do profissional de gestão viagens um olhar atento às tendências de mercado e um entendimento dos fatores que podem influenciar seu trabalho.
Os profissionais dessa área tiveram um 2024 bastante desafiador, com a consolidação de algumas mudanças no comportamento dos viajantes (algo que tem ganhado peso desde o pós-pandemia) e os efeitos da instabilidade política e macroeconômica global.
Para 2025, a expectativa é que o ritmo de mudanças se mantenha, com destaque para o fortalecimento do papel da tecnologia na gestão e na autonomia dos viajantes, o avanço do conceito de ESG como pilar estratégico e a busca de soluções para lidar com as pressões de custos (ainda mais em um momento em que, no Brasil, o preço do dólar atinge níveis históricos).
Esses são alguns dos destaques elencados pelos especialistas e profissionais do setor ouvidos pela Flash. Abaixo, você confere as principais tendências das viagens corporativas para 2025:
Veja, abaixo, 6 tendências de viagens corporativas para 2025
1. Com custos elevados, viagens rodoviárias crescem no corporativo
Resultado de uma combinação entre a desvalorização do real, readequação da demanda e concentração do mercado em poucos players, nos últimos anos os preços das passagens aéreas estão nas alturas. A má notícia é que, para 2025, a expectativa é que o encarecimento se mantenha.
“No Brasil, o cenário de viagens é sempre muito influenciado por questões externas. Como a perspectiva macro não está muito positiva, devemos seguir sendo afetados”, afirma Eduardo Damasco, responsável pela gestão de viagens do Grupo Petrópolis.
A alternativa abraçada por algumas organizações é o estímulo às viagens rodoviárias. A chegada de novos competidores e o investimento na modernização dos ônibus têm posto esse modal, tradicionalmente visto como inferior, na lista de opções das companhias.
Os números comprovam esse movimento. Dados da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) indicam que nos três primeiros trimestres de 2024, o transporte rodoviário foi o setor que mais cresceu dentro do mercado de turismo corporativo. No total, o segmento faturou R$ 27 milhões, contra R$ 20 milhões no mesmo período em 2023 e R$ 4 milhões em 2019, antes da pandemia.
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2. Escolha sustentáveis devem pautar escolhas de fornecedores de viagens corporativas
A busca por iniciativas ambiental e socialmente responsáveis é uma tendência que já apareceu nos últimos anos, e as empresas que ainda não se adaptaram a ela estão sendo cada vez mais cobradas — tanto por investidores quanto por clientes e pelos próprios funcionários.
Organizações com alto volume de viagens tendem a olhar para as iniciativas ESG com especial atenção já que o turismo, de viagens ou negócios, é uma das atividades consideradas com alto impacto ambiental, principalmente dado o consumo elevado de combustíveis fósseis.
Ações como a compensação de carbono e a escolha de fornecedores que tenham posturas alinhadas ao ESG (tanto no aspecto ambiental quanto no social, como a priorização de fornecedores que gerem impacto positivo às comunidades locais) são aspectos que devem se firmar na pauta ao longo de 2025.
“Existem muitos pontos da cadeia de viagens que podem ter impactos reduzidos, além do voo. É possível, por exemplo, priorizar parceiros de transfer que tenham carros elétricos”, afirma Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas).
3. Gestão de viagens em pequenas e médias empresas
Outro ponto destacado foi o fato de que pequenas e médias empresas também estão aumentando a sua demanda pelas viagens corporativas.
Tradicionalmente, as políticas de deslocamento são vistas como um desafio específico para grandes negócios. Mas o cenário tem mudado, com uma maior necessidade das PMEs de aproveitar ganhos de escala com o atendimento de clientes em outras regiões.
Segundo a Global Business Travel Associatioin (GBTA), principal associação de viagens corporativas do mundo, as pequenas e médias vivem um binômio. De um lado, há uma maior dificuldade em estabelecer políticas claras para a gestão de viagens, mas por outro lado, também existe uma maior abertura para soluções mais modernas de gestão, com a implementação de sistemas para gerenciamento de despesas que apoiem o acompanhamento dos gastos, por exemplo. O equilíbrio entre esses dois pontos deve marcar o ano de 2025 dos responsáveis pela gestão de viagens das PMEs.
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4. Mais autonomia para os viajantes corporativos
Um antigo dilema de gestores de viagem é como encontrar o ponto ótimo entre a rigidez das políticas e a concessão de autonomia aos viajantes. Em 2025, a expectativa é que a busca por mais liberdade se mantenha, mas baseadas no fortalecimento de regras que sustentem essa flexibilidade de maneira organizada e efetiva.
Tendências como o bleisure (a combinação de viagens de negócio e lazer) devem seguir com bastante demandadas por parte dos colaboradores, reforçando a importância de as empresas estarem atentas às melhores práticas para proporcionar essa liberdade garantindo a segurança e o controle de custos.
“A flexibilidade pode acontecer de várias formas, como a seleção prévia de fornecedores ou a escolha totalmente livre pelo viajante, mas, independentemente do modelo, o que vemos é que essa opção final pelo próprio usuário tem crescido e se consolidado”, afirma Carolina Sass de Haro, sócia da consultoria Mapie e pesquisadora líder do TRVL Lab.
Neste sentido, as plataformas digitais têm desempenhado um papel muito importante, ao possibilitar a escolha entre opções mais variadas, como acomodações alternativas por meio de serviços como o Airbnb, proporcionando uma experiência de viagem mais confortável para o colaborador.
O cenário de maior autonomia reforça a importância da criação de políticas claras e bem divulgadas, garantindo que todos os colaboradores tenham compreensão sobre as regras e os limites.
Para isso, o caminho é uma combinação entre mais treinamentos e a simplificação do cumprimento dos processos, com o apoio de plataformas digitais, minimizando o esforço necessário para que os colaboradores estejam alinhados às normas.
5. Tecnologia para gestores e colaboradores
Um dos tópicos mais comentados é o papel da tecnologia na evolução do setor de viagens corporativas. As inovações têm transformado a maneira como as viagens são planejadas, executadas e gerenciadas, com impactos tanto para os responsáveis pela criação e cumprimento das políticas quanto para os colaboradores em viagem.
Para os gestores, a adoção de tecnologia tem facilitado a tomada de decisões baseadas em dados, controle de custos e garantia da segurança dos viajantes. Plataformas integradas oferecem dashboards que fornecem visibilidade em tempo real das despesas e movimentações, por exemplo. Essas tecnologias não só consolidam informações de diversas fontes, mas também facilitam a conformidade com políticas corporativas, otimizando a gestão e aumentando a eficiência operacional.
Para os viajantes, a tecnologia garante maior autonomia e uma experiência de viagem mais agradável, ao simplificar o planejamento e a execução de suas jornadas. Aplicativos de reserva integrada, check-in online, e carteiras digitais minimizam os inconvenientes de processos burocráticos e filas, enquanto soluções de conectividade, como Wi-Fi a bordo e aplicativos de comunicação, permitem que os viajantes permaneçam produtivos e conectados.
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6. Mais tempo no destino durante as viagens corporativas
Os desafios de custos e a facilidade de reuniões à distância com que nos acostumamos durante a pandemia têm alterado o perfil das viagens. Se antes elas eram mais frequentes, agora ocorrem somente com propósitos claros e estratégicos, como negociações complexas ou eventos de networking, levando à concentração em agendas mais densas e produtivas.
Essa abordagem não apenas otimiza o retorno sobre o investimento em viagens corporativas, mas também motiva os viajantes a permanecerem mais tempo nos destinos.
“Tradicionalmente, a média de permanência de um viajante corporativo era de 1,3 noite. Agora em algumas praças do Brasil esse número passa de 2 noites”, diz Carolina, da Mapie.
Ao estender a duração das viagens, os profissionais podem agendar múltiplas reuniões, explorar oportunidades de negócios locais e fortalecer relacionamentos, maximizando assim o valor de seu tempo e esforço despendidos em deslocamento.
Com a extensão das viagens, surgem novas demandas por parte de empresas e fornecedores de serviços. A necessidade de acomodações confortáveis e estrategicamente localizadas se torna mais crítica, pois os viajantes precisam de espaços adequados para trabalho prolongado e descanso eficaz.
Além disso, a inclusão de serviços complementares nos hoteis, como espaços para coworking, opções de lazer e recursos para o bem-estar, são essenciais para garantir uma estadia equilibrada e produtiva, respondendo às necessidades dos colaboradores.
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Jornalista, divide sua rotina entre o filho, projetos de comunicação para empresas inovadoras e um romance que logo será publicado.