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Abril azul: 12 ideias de campanha para o mês de conscientização sobre o autismo

Confira ideias de campanhas para o mês de conscientização sobre o autismo e entenda os debates em torno do termo Abril Azul.

Flash

Abril é amplamente reconhecido como o mês da conscientização sobre o autismo, e a campanha ficou conhecida como Abril Azul. Embora o termo seja bastante difundido e associado a ações de inclusão e sensibilização, já existem debates sobre sua adequação, como será abordado mais adiante neste artigo. Neste artigo, a Flash apresenta 12 ideias de ações que as empresas podem implementar ao longo do ano para promover o tema entre suas equipes, desmistificar o autismo e valorizar os talentos profissionais de pessoas dentro do espectro.

Aline Souza, psicóloga e coordenadora de projetos na Specialisterne Brasil, organização que busca a inclusão profissional de pessoas com autismo e outros diagnósticos na neurodiversidade, e Jéssica Borges, educadora, mulher autista, presidente da Abraça e consultora de diversidade e inclusão na Talento Incluir, trazem à tona a importância de as empresas falarem sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), os desafios das pessoas autistas no ambiente corporativo e o nível de maturidade das empresas no Brasil para lidar com a questão. 

Vem conferir: 

O que é o Abril Azul? 

O Abril Azul é a campanha de conscientização sobre o autismo. O mês foi escolhido a partir da decisão da ONU (Organização das Nações Unidas) de eleger o dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. 

O  objetivo da organização ao criar a data foi garantir às pessoas autistas uma participação igualitária na sociedade, promovendo sua inclusão, aceitação e reconhecendo suas contribuições para a sociedade. 

A cada ano a ONU escolhe um tema para abordar a questão. Em 2025, no intuito de conectar a neurodiversidade com os esforços globais de sustentabilidade, o tema escolhido foi "Promovendo a Neurodiversidade e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU".  

Segundo a ONU, a campanha tem como objetivo “mostrar como políticas e práticas inclusivas podem impulsionar mudanças positivas para indivíduos autistas em todo o mundo e contribuir para a realização dos ODS”. 

Origem do termo “Abril Azul” e controvérsias ligadas a ele

As especialistas ouvidas pelas Flash, são categóricas ao afirmar que o termo “Abril Azul” deve ser abandonado quando a pauta for a conscientização sobre o autismo, porque ele relaciona erroneamente a condição ao sexo masculino. 

Psicóloga e coordenadora de projetos na Specialisterne Brasil, organização que busca a inclusão profissional de pessoas com autismo e outros diagnósticos na neurodiversidade, Aline Souza explica que, embora o termo tenha se popularizado, ele carrega um simbolismo cheio de desinformação. 

“A cor azul foi escolhida inicialmente para representar o gênero masculino —o que, sem intenção, acaba reforçando a ideia equivocada de que o autismo é uma condição predominantemente masculina.” 

Este estereótipo perdurou por muito tempo, “atrapalhando, inclusive, que muitas meninas e mulheres tivessem diagnósticos”, completa Jéssica Borges, presidente da Abraça e consultora de diversidade e inclusão na Talento Incluir, empresa com atuação pioneira em consultoria, letramento, empregabilidade e capacitação de pessoas com deficiência.

“Antigamente, [o diagnóstico] era mais comum em meninos em razão dos padrões de avaliação diagnóstica terem sido feitos com base no comportamento masculino. Hoje já se sabe que o autismo que afeta o homem é diferente da forma que se apresenta em meninas e mulheres, e é também por isso que não se considera que a cor do autismo seja azul", explica a consultora.

Qual a relação de símbolos como o girassol e o quebra-cabeças para o autismo?

Os cordões de quebra-cabeças são usados para identificar pessoas que estão no espectro autista. O quebra-cabeças tem relação com a ideia de peças que se encaixam quando há a descoberta da condição. 

“Esse foi o símbolo que ficou como oficial na lei e por isso se popularizou. No entanto, ele gera controvérsias. Algumas pessoas gostam e outras não, pois há também o estigma de que o quebra-cabeça remete à falta de uma peça em nosso cérebro. Algumas usam o símbolo do infinito, que contém os núcleos da diversidade", esclarece Jéssica. 

Em alguns países, o girassol já era usado como símbolo de deficiências ocultas, ou seja, condições que não são visíveis à primeira vista – como é o caso do autismo em muitas situações. Por isso, ele tem sido associado ao TEA em algumas campanhas.

Importância das campanhas no mês de conscientização sobre o autismo

Para além de ajudar a desmistificar o autismo e aprofundar as conversas sobre o tema no ambiente de trabalho, as campanhas criam espaços de escuta e reflexão. 

“Elas rompem estigmas e dão visibilidade à pluralidade de vivências dentro do espectro. Reforço, acima de tudo, que a inclusão no mercado de trabalho é uma responsabilidade coletiva, que começa com o reconhecimento das diferenças e segue com ações concretas de acessibilidade. Na Specialisterne Brasil, buscamos ir além da conscientização pontual e construir uma transformação contínua", afirma Aline. 

Evolução dentro das empresas

Mesmo em diferentes níveis de maturidade, cada vez mais as empresas brasileiras têm buscado a inclusão de pessoas autistas, avalia a psicóloga da Specialisterne. 

“Elas estão buscando compreender como criar ambientes mais acessíveis e inclusivos. Algumas em conversas iniciais sobre o tema, outras já adaptando seus processos de recrutamento e seleção, ajustando formas de avaliação de desempenho e revendo práticas internas para garantir mais equidade e pertencimento”, afirma Aline. 

Para ela, o tema da inclusão de pessoas autistas está ganhando espaço não apenas como uma pauta de responsabilidade social, mas como uma estratégia que fortalece a diversidade, a inovação e o cuidado com as pessoas.

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Quais os desafios das pessoas autistas no mercado de trabalho?

Para Aline Souza, os desafios começam já no processo seletivo. “Grande parte dos modelos tradicionais de recrutamento exige habilidades sociais específicas, entrevistas presenciais com perguntas abertas ou dinâmicas em grupo. Formatos que não podem considerar outras formas de comunicação e expressão, especialmente para pessoas autistas. Isso faz com que muitos talentos sequer tenham a oportunidade de demonstrar suas competências", afirma. 

Ainda que essa etapa seja superada, avalia a psicóloga, é comum surgirem outros obstáculos, como o próprio ambiente sensorial, com ruídos, luzes fortes ou excesso de estímulos. Isso sem falar na falta de clareza na comunicação das tarefas, a ausência de apoio individualizado e uma cultura organizacional pouco flexível.

“Essas barreiras, muitas vezes invisíveis para a maioria das pessoas, impactam diretamente o bem-estar, o desempenho e a continuidade no trabalho. Felizmente, vimos crescer o número de iniciativas inovadoras com justiça para tornar o ambiente profissional mais acessível.”

Empresas x necessidades das pessoas autistas nas organizações

As necessidades de indivíduos autistas no trabalho podem ser diversas e variar de uma pessoa para outra. Enquanto algumas estão relacionadas ao ambiente, como evitar estímulos sensoriais excessivos (luzes fortes, ruídos, aglomerações), outras estão relacionadas à forma como as tarefas são comunicadas e organizadas. 

“Clareza nas instruções, rotina estruturada, previsibilidade e flexibilidade nos modos de trabalho são exemplos de adaptações que podem ter um impacto muito positivo. Nada disso exige mudanças drásticas, mas sim disponibilidade para ouvir, adaptar e criar uma cultura que valorize as diferentes formas de ser, trabalhar e contribuir”, defende a psicóloga. 

Para a psicóloga, como é comum que as empresas ainda estejam em processo de aprendizagem neste aspecto, por vezes elas têm dificuldade em explicar internamente essas ações. 

Outra dificuldade é que, segundo a especialista, muitas empresas ainda enxergam a inclusão como um desafio extra e não como uma oportunidade de fortalecimento da cultura organizacional. 

“A acessibilidade não é um benefício individual ou uma vantagem. É uma condição básica para que uma pessoa possa participar de maneira justa e expressar seu potencial profissional com equidade”, afirma Aline. 

Importância de se ter uma pessoa autista na equipe

Quando uma pessoa autista é contratada e passa a ter acesso a direitos, renda, autonomia e pode se considerar no papel social que ocupa, isso fortalece sua autoestima, amplia suas possibilidades de participação na comunidade e contribui diretamente para a economia, para sua rede familiar e para a construção de uma sociedade mais justa. 

Na outra ponta, a empresa, quando decide incluir, toma uma decisão estratégica que traz pluralidade de pensamento, novas formas de enxergar os problemas, inovação e um ambiente mais diverso e colaborativo. 

“Além disso, convida a organização a olhar com mais atenção para suas próprias práticas: comunicação, processos, cultura interna. Tudo isso tende a melhorar, não só para uma pessoa autista, mas para toda a equipe", diz a especialista da Specialisterne Brasil. 

Continue aprendendo: Pela inovação, empresas apostam no conceito de diversidade cognitiva

12 ações para o mês de conscientização sobre o autismo

Desmistificar o imaginário de que as pessoas autistas não são capazes, de que são pessoas puras, de que não têm competência para ocupar um cargo de liderança são exemplos de temas que os RHs podem abordar nas ações de conscientização sobre o autismo.

Além disso, é preciso trabalhar a equipe na sensibilização do que é de fato a condição e como ela pode se apresentar no ambiente de trabalho. Esta atitude ajuda a oferecer um espaço mais acolhedor e acessível para os colaboradores autistas, analisa Jéssica Borges. 

A seguir, listamos as dicas das especialistas ouvidas nesta reportagem para as empresas que querem tratar o tema em abril e se aprofundar o ano todo: 

  1. Incentivar o uso de linguagem clara e objetiva a começar pelas lideranças. Todos devem ser ensinados, seja por meio de treinamentos, seja com material produzido para ser consultado a qualquer tempo.
  2. Adaptar rotinas com flexibilidade e previsibilidade. Juntamente aos líderes de áreas, é importante que o RH atue no sentido de fazer alterações que auxiliem o dia a dia desses profissionais.
  3. Estimular o diálogo sobre acessibilidade com toda a equipe com treinamentos, rodas de conversa e canais para tirar dúvidas.
  4. Criar espaços de escuta onde todas as pessoas possam se expressar com segurança.
  5. Produção de vídeos breves sobre o tema, que ajudam a desmistificar estereótipos. 
  6. Focar em campanhas também no dia 18 de junho, data escolhida pelos próprios indivíduos que estão dentro do espectro como Dia do Orgulho Autista.
  7. Trazer histórias reais e vozes de pessoas autistas para dentro da empresa, com workshops e eventos especiais.
  8. Reforçar o compromisso institucional com ações inclusivas, disseminando sua importância entre todo o quadro de funcionários, garantindo que a ideia esteja enraizada na cultura da empresa.
  9. Estimular cada colaborador a refletir sobre o papel que pode desempenhar para ser inclusivo por meio de rodas de conversas.
  10. Criar um calendário com datas específicas para conversas com colaboradores autistas, que possam escolher temas e falar a partir de suas perspectivas, fomentando uma troca de ideias.
  11. Entendendo o nível de maturidade da empresa, investir em consultorias para desenvolver um plano de longo prazo considerando as necessidades do momento e como traçar um projeto consistente.
  12. Reavaliar as pequenas ações do dia a dia, entendendo de que maneira podem ser mais inclusivas e colaborar para a rotina de trabalho de pessoas autistas, como a forma de se comunicar, de dar feedbacks, de convocar reuniões etc. 

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