O que é ESG e por que ele é tão importante para empresas e RHs?
Conheça o significado de ESG e saiba, na prática, como implementar projetos alinhados com a sustentabilidade ambiental e social.
Se você tem acesso à internet e utiliza as redes sociais, muito provavelmente já se deparou com a palavra ESG. A sigla em inglês virou sinônimo de sustentabilidade e tem mexido com as estratégias de negócios de empresas em todos os setores.
Mas, apesar do boom dos últimos anos, o conceito de ESG ainda é bastante recente e, por isso, suscita muitas dúvidas. Não à toa, as buscas pelo tema na internet cresceram 150% em fevereiro de 2022, em comparação aos 12 meses anteriores, segundo levantamento do Google Trends a pedido do jornal Valor Econômico.
Além disso, muitos profissionais têm dúvidas sobre como o ESG vai impactar sua área de atuação, afinal, um departamento pode estar mais próximo de um pilar do que outro. A área de gestão de pessoas, por exemplo, é uma das principais responsáveis por liderar o ESG dentro das empresas — mas muita gente não imagina!
Quer saber mais sobre o tema? Continue lendo nosso artigo!
O que é ESG e quais são os 3 pilares?
A sigla vem do inglês e significa Environmental, Social and Governance (ESG). Na tradução livre para o português: Ambiental, Social e Governança. Na prática, o ESG compreende uma série de critérios para avaliar o impacto e o desempenho das empresas em cada uma das três pilares que a compõem.
O conceito de ESG foi usado pela primeira vez em 2004 no relatório Who Cares Wins (Quem se Importa Vence), publicado pelo Pacto Global da ONU e pelo Banco Mundial.
Assinado pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o texto era um chamado para que os principais líderes de instituições financeiras aliassem o lucro dos negócios com sustentabilidade.
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Quais são os objetivos do ESG?
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a origem do termo ESG, é hora de entender de que forma cada sigla é materializada, na prática. Cada pilar tem uma estratégia diferente de abordagem. Confira abaixo:
1. Pilar: Sigla (E) - Environmental | Ambiental
O primeiro pilar das práticas ESG é o Ambiental. Como o próprio nome sugere, ele se refere a questões relacionadas ao meio ambiente e ao impacto que os negócios têm nos locais onde estão inseridos. São exemplos de práticas ambientais alinhadas ao ESG:
- Redução na emissão de poluentes e o estabelecimento de metas e compensações;
- Posicionamento em relação a questões climáticas;
- Ações para combater o desmatamento e preservar a biodiversidade do ambiente no qual a empresa está inserida;
- Uso de energia renovável;
- Descarte responsável de resíduos.
2. Pilar: Sigla (S) - Social | Social
O segundo pilar das práticas ESG é o Social — e é aqui que o RH tem mais protagonismo.
Afinal, ele trata da relação entre a empresa e seus colaboradores, fornecedores e stakeholders. Uma companhia pode adotar práticas sociais mais alinhadas com o ESG da seguinte maneira:
- Valorizando os direitos trabalhistas;
- Se comprometendo com diversidade e inclusão no quadro de colaboradores e fornecedores;
- Por meio da criação de políticas de bem-estar e saúde mental para funcionários;
- Ao incentivar uma liderança humanizada;
- Oferecendo benefícios personalizados;
- Observando atentamente a cadeia de fornecedores e prestadores de serviço para não compactuar com empresas que estejam desrespeitando os princípios ESG.
3. Pilar: Sigla (G) - Governance | Governança
Por fim, o terceiro pilar do ESG é a Governança, que está relacionada à forma como a empresa é administrada e gerenciada.
Uma boa governança garante que os negócios estão sendo geridos de forma responsável e que os interesses entre acionistas e stakeholders estão alinhados. Isso é possível com ações como:
- Transparência contábil;
- Transparência na relação com imprensa, investidores e acionistas;
- Política eficiente de compliance;
- Adoção de práticas institucionais no combate à corrupção;
- Comprometimento com a diversidade e a inclusão no conselho diretor e administrativo.
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ESG e Sustentabilidade: por que as empresas estão adotando essas práticas?
À primeira vista, investir em práticas ESG pode parecer algo relacionado à questões humanitárias ou mesmo caridade — mas é exatamente o oposto. A começar pela questão ambiental, afinal, os riscos climáticos colocam em xeque a sustentabilidade de diversos negócios a longo prazo.
Além disso, é incontestável o peso do ESG na relação entre consumidores e marcas. Isso porque se tornou comum que pessoas cobrem sustentabilidade dos produtos que consomem.
Algumas estão dispostas até a pagar mais por isso. Segundo uma pesquisa realizada pela agência Union + Webster, por exemplo, 87% dos brasileiros escolhem comprar produtos de empresas sustentáveis. Destes, 70% não se importam em pagar um pouco mais caro por isso.
A última justificativa de adesão ao ESG é bastante lógica: acesso ao capital. Isso porque grandes fundos de investimento têm optado por investir em empresas com práticas alinhadas ao ESG.
Ainda em 2020, a BlackRock, segunda maior gestora do mundo, declarou que o ESG se tornaria a principal meta para suas decisões de investimento. Não à toa, no Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões em 2020, de acordo com um estudo feito pela Morningstar a pedido da Capital Reset.
Ou seja, além de atrair mais consumidores, empresas com práticas ESG também têm mais acesso a investimentos.
Qual o papel do RH no contexto ESG?
Quando uma empresa se compromete a adotar práticas ESG, o RH é uma das áreas mais impactadas, sobretudo, no pilar Social. A começar pela mudança de cultura organizacional necessária para esse processo.
Para uma empresa incorporar os princípios ESG no seu negócio, é preciso mudar suas crenças, valores e comportamentos desejados. E quem é a melhor pessoa para conduzir esse processo do que o RH, o guardião da cultura de uma organização?
Além disso, outros aspectos do pilar Social do ESG, como uma liderança mais humanizada, a oferta de uma boa experiência para os funcionários, a criação de programas de diversidade e inclusão e até mesmo o cumprimento à risca da legislação trabalhista também fazem parte da alçada do RH.
No final, além de ter processos impactados pelo ESG, é a partir do RH que a estratégia de sustentabilidade se espalha para a empresa inteira.
Mas, além do RH, diversas outras áreas são impactadas quando uma empresa se compromete com o ESG: processos e às vezes negócios inteiros precisam ser revistos para diminuir os impactos negativos na sociedade e no meio ambiente. Algo que envolve times como o comercial, de marketing e até mesmo jurídico da empresa.
Porém, o maior desafio para uma empresa se tornar alinhada às práticas ESG é a mudança de cultura. Dessa forma, é preciso realizar um trabalho de letramento e de mudança de mindset para que todos apoiem a agenda. Por isso, vale a pena se educar e compartilhar mais sobre o tema.
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Jornalista, atua na produção de conteúdo da Flash. Trabalhou em rádio web e como assessora de imprensa. Na equipe da Flash, se dedica aos conteúdos de gestão de pessoas, produtos e artigos institucionais.