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Nova escala de trabalho? O que é a nine-day fortnight e como empresas estão adotando modelo flexível

Conheça o modelo de escala chamado de nine-day fortnight, que propõe uma folga extra a cada duas semanas sem reduzir a produtividade.

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Com o movimento massivo de volta ao trabalho presencial reacendendo debates sobre produtividade e saúde mental, novas propostas de jornadas de trabalho começam a ganhar destaque. 

Depois da semana de quatro dias, a nine-day fortnight, ou "quinzena de nove dias", surge como uma alternativa para empresas que buscam flexibilizar o trabalho sem romper totalmente com a carga horária padrão.

A escala nine-day fortnight, como o próprio nome sugere, propõe que as pessoas trabalhem nove dias em um período de duas semanas — ou seja, ganham uma folga a mais a cada quinze dias. Na prática, essa folga costuma ser negociada para sextas-feiras alternadas, criando fins de semana prolongados de três dias.

A ideia já conquistou empresas em países como Reino Unido e Austrália. Ela propõe uma reorganização na escala de trabalho que garante mais tempo livre para o trabalhador, sem reduzir a jornada semanal. 

Mais do que uma reação ao retorno presencial, essa nova proposta representa uma resposta às mudanças significativas no papel do trabalho após a pandemia de covid-19.

“A nine-day fortnight aparece como uma alternativa concreta e viável para devolver às pessoas algo que tem sido raro: tempo. Tempo para viver além do trabalho, cuidar de si, da família, dos afetos. E fazer isso sem perda salarial, sem culpa”, afirma Sylvia Hartmann, mestra e pesquisadora na FEA/USP sobre trabalho flexível e CEO da Remota, startup que apoia empresas na adoção do trabalho flexível. 

Segundo Hartmann, o rearranjo de jornada traz consigo o simbolismo de que a produtividade não precisa vir à custa do bem-estar. “É sobre isso que as empresas estão sendo chamadas a refletir”, afirma. 

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Descanso em equilíbrio com a produtividade

Para equilibrar o dia de descanso extra, muitas empresas optam por pequenas extensões nas horas trabalhadas nos dias úteis, sem afetar a produtividade ou o volume de entregas.

Lud Pimenta, pesquisadora e especialista em futuro do trabalho e sócia-fundadora da RHlab, consultoria especializada em design do RH para o futuro, o modelo reflete uma insatisfação crescente com o formato tradicional. “O modelo aparece como uma tentativa de modular o ritmo de trabalho sem romper completamente com a cultura que ainda nos aprisiona”, aponta.

No entanto, a especialista alerta que, sem um redesenho real de processos e cultura organizacional, há o risco de a nova escala ser apenas "uma nova embalagem para um velho problema”. “Estamos falando, mais uma vez, de benefícios que tendem a chegar primeiro para a elite do mercado formal e digitalizado, enquanto uma imensa parcela da população ainda luta para ter condições dignas de trabalho”, ressalta Pimenta. 

Mais engajamento e produtividade no exterior

Um exemplo de companhia que se redesenhou para implementar essa escala é a Grant Thornton Austrália, uma das maiores empresas auditoria e consultoria do país.

Com apoio de uma IA para reorganizar seus processos internos, a companhia conseguiu adotar a escala de forma eficiente. O modelo não só melhorou a satisfação dos colaboradores, como também manteve, e em alguns casos elevou, os níveis de produtividade.

Outras empresas, como a britânica CharlieHR, também relatam ganhos expressivos com a nova escala: quase 40% dos candidatos citaram a folga quinzenal como um dos principais motivos para se candidatar a uma vaga.

“Ele representa uma redução menor da carga horária, oferece mais previsibilidade e, geralmente, vem sem redução de salário, o que demonstra um compromisso genuíno com o bem-estar da equipe”, explica Hartmann. 

Produtividade e qualidade de vida na mesma equação

Especialistas apontam que escalas que trazem propostas mais flexíveis de trabalho se traduzem em mais saúde mental e produtividade para os colaboradores.

Segundo Pimenta, organizações que adotaram a nine-day fortnight relatam benefícios reais, como:

  • Redução do desgaste emocional e do burnout;
  • Reorganização de ciclos de trabalho mais focados e produtivos;
  • Melhoria da marca empregadora e percepção de inovação;
  • Aumento do engajamento e da motivação das equipes;
  • Atração e retenção de talentos.

Por outro lado, os desafios da adoção envolvem questões que vão desde a organização do fluxo de trabalho até a pressão por produtividade: 

  • Intensificação invisível do trabalho: a pressão para entregar mais nos dias úteis pode crescer, gerando ainda mais desgaste;
  • Desigualdade interna: nem todos os setores ou funções poderão aderir, o que pode acentuar a sensação de injustiça;
  • Problemas de engajamento: sem mudanças reais de cultura, colaboradores podem perceber o modelo apenas como marketing vazio de RH;
  • Amplificação da cultura de alta performance: exigências implícitas para "merecer" a folga podem reforçar o estresse em vez de reduzi-lo;

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 Para quem esse modelo é realmente viável?

Se as empresas citadas já colhem bons frutos do modelo no exterior, no Brasil ele ainda é uma realidade distante. Por aqui, a adoção de escalas mais flexíveis enfrenta barreiras culturais importantes: o mercado de trabalho continua altamente hierarquizado, tradicional e, muitas vezes, associa produtividade ao controle da presença física do colaborador.

Nesse contexto, antes de adotar uma nova escala, é fundamental avaliar o perfil da equipe, o tipo de operação e, principalmente, a cultura organizacional.

“Tecnicamente, é possível ajustar a nine-day fortnight a companhias de qualquer porte. Mas, culturalmente, ele só é sustentável em empresas que conseguem viver a autonomia de fato”, reforça Pimenta. "Se for implementado apenas como uma tática de employer branding, sem redesenhar processos e expectativas, a frustração é quase certa."

De maneira prática, menos dias de trabalho só fazem sentido se vierem acompanhados de mais confiança e uma mudança real na forma de trabalhar: “Modelos como nine-day fortnight funcionam como um excelente termômetro da real intenção das empresas de promover transformação. Eles escancaram se a mudança é verdadeira ou apenas cosmética", ressalta Hartmann. 

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