Qual a diferença entre custos fixos e variáveis? Entenda como separar
Saiba como diferenciar custos variáveis e fixos na empresa e confira um passo a passo para separá-los na sua gestão financeira.
Uma gestão financeira eficaz é fundamental para o sucesso de qualquer empresa, e parte desse sucesso depende da compreensão dos custos fixos e variáveis. Esses dois tipos de gastos afetam diretamente o fluxo de caixa, a lucratividade e a capacidade da empresa de planejar e tomar decisões estratégicas.
Os custos variáveis e fixos diferem tanto em sua natureza quanto em seu comportamento em relação ao volume de produção ou vendas.
Enquanto os custos fixos permanecem constantes, independentemente do nível de atividade da empresa, os custos variáveis aumentam ou diminuem conforme a produção ou vendas oscilam.
Entender essa, entre outras diferenças, é essencial não apenas para o financeiro visando gerir as finanças corporativas com precisão, otimizar os recursos e aumentar a competitividade. Por isso, neste artigo, exploraremos o conceito de custos fixos e variáveis, apresentando exemplos práticos e mostrando como eles impactam o orçamento, o cálculo de preços e a estratégia financeira da empresa.
Acompanhe a leitura.
Qual a diferença entre custos fixos e variáveis?
A relação entre os dois conceitos é clara, mas você sabe o que os diferencia? A principal diferença entre custos fixos e custos variáveis está no comportamento de cada um em relação ao volume de produção ou ao nível de atividade da empresa.
O custo fixo se caracteriza pela sua estabilidade. Se mantém constante independentemente das flutuações no volume de produção ou vendas. Esses custos são indispensáveis para a operação do negócio, mas não se alteram com as variações na atividade empresarial.
Por outro lado, o custo variável tem como marca sua flexibilidade, se ajustando em proporção direta às mudanças nas operações diárias da companhia. Isso significa que qualquer aumento na produção ou nas vendas acarretará um aumento correspondente nos custos variáveis, refletindo diretamente na quantidade de recursos consumidos no processo produtivo.
Sendo assim, quando uma empresa vender mais, deverá encontrar custos variáveis mais elevados, enquanto os custos fixos se manterão.
4 exemplos de custo fixo em uma empresa
Em outras palavras, esses custos não variam com a quantidade de produtos ou serviços oferecidos. Ou seja, são necessários para manter a operação em funcionamento, mesmo em períodos de baixa atividade.
Entre os exemplos comuns de custos fixos, destacamos:
- Aluguel de instalações: O valor pago pelo aluguel do espaço, seja uma fábrica, um escritório ou um depósito, geralmente permanece o mesmo todos os meses.
- Salários de funcionários administrativos: A folha de pagamento de funções administrativas, como gerência e contabilidade, tende a ser fixa, independentemente do volume de produção.
- Seguros: Contratos de seguro, como seguro patrimonial ou de veículos da empresa, são valores fixos que não mudam com o nível de atividade.
- Depreciação de ativos: O valor de depreciação de máquinas, equipamentos e edifícios é calculado com base em critérios de longo prazo e não está diretamente relacionado à produção mensal.
4 exemplos de custo variável em um negócio
Os variáveis são custos diretos da produção, acompanham as variações da demanda e volume de vendas, podendo ser ajustados conforme a necessidade.
Alguns exemplos de custos variáveis incluem:
- Matéria-prima: O custo de aquisição de materiais necessários para a produção varia conforme o volume produzido. Quanto maior a produção, maior será o gasto com matéria-prima.
- Comissões de vendas: Funcionários de vendas que recebem comissões têm remuneração variável de acordo com as vendas realizadas, o que afeta o custo total da empresa.
- Embalagens e insumos diretos: O consumo de materiais para embalagem ou insumos diretos, como energia em máquinas de produção, aumenta conforme a produção cresce.
- Fretes e custos logísticos: Os custos de transporte e entrega dos produtos são variáveis, aumentando proporcionalmente à quantidade de itens vendidos e entregues.
A diferença entre custos fixos e variáveis permite que a empresa identifique quais despesas são imutáveis e quais podem ser ajustadas. Isso tende a facilitar o controle de orçamento e a criação de uma estratégia financeira eficaz.
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Exemplos de cálculo para custo fixo e variável
Para exemplificar o cálculo de custos fixos e variáveis, vamos supor a situação em que a empresa é uma gráfica que produz e comercializa panfletos. Essa gráfica tem custos fixos mensais de R$1.000,00 para operar uma impressora industrial, incluindo gastos com energia elétrica e manutenção da máquina.
Para um pedido de 10.000 panfletos, o custo variável por unidade é de R$0,10, cobrindo matéria-prima e mão de obra. O cálculo para esse volume seria:
- Custo Fixo: R$1.000
- Custo Variável (R$0,10 x 10.000 unidades): R$1.000
- Custo Total: R$2.000
- Custo por Panfleto: R$2.000 / 10.000 unidades = R$0,20 por panfleto.
Se a demanda dobrar e a gráfica precisar produzir 20.000 panfletos no mesmo mês, o custo fixo não será alterado, mas o custo variável, sim:
- Custo Fixo: R$1.000
- Custo Variável (R$0,10 x 20.000 unidades): R$2.000
- Custo Total: R$3.000
- Custo por Panfleto: R$3.000 / 20.000 unidades = R$0,15 por panfleto.
A definição clara de um limite para gastos variáveis permite um controle de custos fixos e variáveis mais rigoroso. Essa gestão é fundamental para que os valores não fujam do orçamento previsto.
Por que é importante separar o custo variável do fixo
Entender e categorizar corretamente os custos variáveis e fixos é muito importante para a precificação de produtos e serviços. Assim, permite maior controle sobre a lucratividade da empresa.
Ao distinguir essas duas categorias de custo, os gestores financeiros conseguem determinar o custo real por unidade de produto ou o custo de prestação de um serviço. Isso tende a facilitar a tomada de decisões estratégicas voltadas para a otimização dos recursos e o aumento da rentabilidade.
Leia também: Entenda as diferenças entre lucratividade e rentabilidade.
A segregação dos custos oferece uma visão clara do destino dos recursos financeiros. Isso ajuda a melhorar o entendimento sobre o fluxo de caixa e possibilitando a identificação de oportunidades para implementar estratégias eficazes de redução de despesas e controle de gastos.
Passo a passo para identificar e separar custos fixos e variáveis
Identificar corretamente os custos variáveis e fixos de uma organização é o primeiro passo para uma gestão financeira eficiente e para um planejamento estratégico mais preciso. Essa classificação permite que a empresa entenda melhor seus custos e ajuste sua operação conforme a demanda ou mudanças no mercado.
Abaixo, explicamos o processo com 7 passos simples para identificar os custos e como analisar cada tipo dentro da empresa.
- Revisão de custos operacionais
- Análise de custos relacionados ao processo produtivo
- Verificação de salários e benefícios
- Análise de contratos e outras obrigações recorrentes
- Avaliação de utilidades e insumos energéticos
- Classificação e registro contábil
- Revisão periódica para ajustes
1. Revisão de custos operacionais
Comece revisando todos os custos operacionais do negócio. Analise os gastos que ocorrem regularmente, como aluguel, salários, compra de insumos, entre outros, e questione se cada um deles varia de acordo com o volume de produção ou venda.
- Custos fixos: São aqueles que, ao revisar o histórico de despesas, permanecem estáveis independentemente das vendas ou produção.
- Custos variáveis: São os que aumentam ou diminuem proporcionalmente ao volume de atividade da empresa.
Essa revisão inicial ajuda a ter uma visão geral das finanças e a organizar os gastos conforme seu comportamento.
2. Análise de custos relacionados ao processo produtivo
O processo produtivo é um indicador importante na identificação de custos variáveis. Se um gasto está diretamente ligado ao volume de produção ou ao número de vendas, tende a ser classificado como custo variável.
Confira alguns exemplos de custos diretamente ligados ao processo de produção a seguir:
- Matéria-prima e insumos: São custos variáveis, pois aumentam à medida que a produção cresce.
- Despesas com embalagens e transporte: O uso de embalagens e os custos de logística tendem a crescer conforme o volume de vendas aumenta.
Em contrapartida, despesas com o espaço físico de produção (como aluguel do imóvel) são classificadas como custos fixos, pois ocorrem independentemente de quanto a empresa está produzindo.
3. Verificação de salários e benefícios
Os custos com pessoal também devem ser analisados de acordo com o tipo de função desempenhada. Salários de funcionários que desempenham funções administrativas ou de apoio ao negócio são geralmente considerados custos fixos, pois não estão atrelados ao volume de vendas.
- Custos fixos: Salários de pessoal administrativo, como gerentes, contadores e recepcionistas, permanecem constantes.
- Custos variáveis: Salários que incluem comissões de vendas ou que estão atrelados à produtividade são considerados custos variáveis.
Essa distinção é importante para a previsão de despesas e para o cálculo do ponto de equilíbrio da empresa.
4. Análise de contratos e outras obrigações recorrentes
Para uma identificação mais precisa, revise contratos e obrigações recorrentes que a empresa possui com fornecedores, prestadores de serviço ou parceiros. Isso ajuda a identificar despesas que são periódicas e fixas (independem do nível de produção) e despesas variáveis (proporcionais ao uso ou ao volume de produção).
- Custos fixos: Contratos de aluguel, assinaturas de softwares de gestão e seguros são geralmente fixos, pois mantêm o mesmo valor ao longo do tempo.
- Custos variáveis: Despesas com insumos ou utilidades que variam conforme o uso, como energia em ambientes de produção intensiva, são variáveis.
5. Avaliação de utilidades e insumos energéticos
A empresa também deve avaliar os gastos com utilidades, como eletricidade, água e gás. Em muitos casos, essas despesas são parcialmente fixas e parcialmente variáveis. A parte fixa cobre o custo básico de fornecimento, enquanto a parte variável reflete o consumo adicional devido ao aumento na produção.
- Parte fixa: A parcela básica da fatura de utilidades.
- Parte variável: O consumo adicional que aumenta conforme a atividade produtiva cresce.
6. Classificação e registro contábil
Após identificar os custos fixos e variáveis, é importante registrar essa classificação no sistema contábil da empresa. Isso facilita a análise financeira periódica e permite o controle detalhado dos gastos.
Classificar corretamente as despesas e os custos dentro da empresa amplia significativamente o domínio sobre as finanças e promove a tomada de decisões mais assertivas. No entanto, o gerenciamento de múltiplas planilhas e a acumulação de dados podem se tornar desafiadores.
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7. Revisão periódica para ajustes
Por fim, é recomendável revisar essa classificação periodicamente, pois mudanças na operação da empresa ou em contratos podem alterar o comportamento de certos gastos. Revisões regulares garantem que o financeiro esteja sempre em conformidade com a realidade da companhia, facilitando a tomada de decisões e a adaptação a novas condições de mercado.
Em resumo, o conhecimento sobre custos fixos e variáveis oferece uma base mais sólida para a tomada de decisões financeiras e para o crescimento sustentável da empresa. Com uma visão clara desses custos, é possível construir uma estratégia que maximize a lucratividade, mantendo a empresa competitiva e preparada para desafios e oportunidades no mercado.