PIS e Cofins: o que são e como calcular esses impostos
Entenda o que são PIS e COFINS, os valores, alíquotas, como calcular e como gerenciar esses tributos na sua empresa. Saiba mais!
Tão comuns, e fundamentais, no universo corporativo, os tributos PIS e COFINS são encargos essenciais no sistema tributário brasileiro. Entretanto, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para entender suas definições, funções e como impactam o dia a dia financeiro.
Compreender como esses impostos funcionam, além das diferenças entre os regimes cumulativo e não cumulativo, é crucial para otimizar a gestão tributária e promover a redução de custos.
Ao longo deste texto, vamos explicar os principais aspectos do PIS e COFINS, detalhando estratégias para que sua organização possa gerenciar esses tributos de forma eficiente e evitar problemas fiscais.
Boa leitura!
O que significa PIS e COFINS?
O PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) são tributos federais essenciais para o financiamento de programas sociais no Brasil.
Ambos visam contribuir para a seguridade social, que abrange a saúde, a previdência e a assistência social. Confira mais detalhes abaixo:
- PIS: foi criado para financiar o pagamento de benefícios trabalhistas, como o abono salarial e o seguro-desemprego. Incide sobre a receita bruta das empresas. Dependendo do regime tributário adotado pelo negócio, suas alíquotas podem variar.
- COFINS: também é destinada ao financiamento da seguridade social, mas com um foco mais amplo. Ela incide sobre o faturamento dos negócios e, assim como o PIS, pode ter alíquotas diferentes conforme o regime tributário.
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Tipos de regime do PIS e COFINS
O PIS e a COFINS podem ser apurados sob dois tipos de regimes: cumulativo e não cumulativo. A escolha entre os dois depende do porte da empresa e do seu regime tributário.
Cada uma das categorias tem implicações distintas no cálculo do tributo e na forma como os créditos podem ser aproveitados. A seguir, explicaremos as principais diferenças entre ambas:
Regime cumulativo
No regime cumulativo, a base de cálculo da alíquota do PIS e COFINS é mais simples, pois o tributo incide diretamente sobre a receita bruta da organização, sem a possibilidade de descontar créditos de impostos pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva.
Esse modelo é geralmente aplicado nas empresas do Lucro Presumido e Simples Nacional, que não podem aproveitar créditos sobre suas compras e despesas.
Nesse caso, as alíquotas são mais baixas, mas não há compensação de valores, o que pode resultar em um impacto maior nos custos para as corporações.
Regime não cumulativo
Já no regime não cumulativo, aplicado a empresas do Lucro Real, a organização pode descontar créditos de PIS e COFINS pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva.
Ou seja, ela pode compensar os tributos pagos sobre despesas e custos com insumos, o que reduz o valor a ser pago.
Essa categoria oferece uma maior eficiência tributária, mas exige um controle mais rigoroso das operações fiscais e contábeis para apuração correta dos créditos.
Suas alíquotas são mais altas, mas a possibilidade de compensação de créditos torna o impacto tributário menor para os negócios que se enquadram nesse regime.
Qual o valor de PIS e COFINS?
Os valores de PIS e COFINS incidem sobre a receita bruta das empresas e são calculados de maneira diferente nos regimes cumulativo e não cumulativo.
A seguir, explicaremos as alíquotas de PIS e COFINS em cada regime.
Alíquota do PIS
Varia conforme o regime de tributação adotado pela empresa. No regime cumulativo, a alíquota do PIS é geralmente de 0,65% sobre a receita bruta.
Já no regime não cumulativo, a alíquota é de 1,65%, mas permite que a organização compense os créditos de PIS sobre seus custos e despesas.
A escolha do regime tributário, portanto, influencia diretamente o valor de PIS a ser pago pela empresa.
Alíquota do COFINS
Também muda conforme o regime tributário. Para o regime cumulativo, a alíquota do COFINS é de 3% sobre a receita bruta.
No regime não cumulativo, a alíquota é mais alta, chegando a 7,6%, mas a empresa pode compensar créditos sobre os insumos adquiridos, o que pode reduzir o impacto financeiro do tributo.
Assim como o PIS, a escolha do regime influencia diretamente o cálculo do COFINS.
Base de cálculo do PIS e COFINS
A base de cálculo do PIS e COFINS é a receita bruta da empresa, ou seja, o total das vendas realizadas no período, sem deduções. No entanto, conforme falamos, a base de cálculo pode variar dependendo do regime de tributação adotado.
- Regime cumulativo: a base de cálculo é a receita bruta da empresa, sem a possibilidade de deduções ou compensações. A alíquota é aplicada diretamente sobre esse valor, e o PIS e o COFINS são pagos sobre toda a receita da empresa, sem permitir a compensação de créditos de impostos sobre as compras realizadas.
- Regime não cumulativo: a base de cálculo é a receita bruta, mas a empresa pode descontar os créditos de PIS e COFINS pagos sobre insumos e custos relacionados à atividade. Isso reduz o valor do imposto, beneficiando organizações com altos investimentos em produção.
Leia também: Qual a diferença entre custos fixos e variáveis? Entenda como separar.
Quais empresas são obrigadas a pagar o PIS e COFINS?
Todas as empresas que atuam no Brasil e realizam atividades de produção ou comercialização de bens ou serviços, estão sujeitas ao pagamento de PIS e COFINS, independentemente do porte ou ramo de atuação.
Porém, as obrigações fiscais variam conforme o regime tributário escolhido. Confira os detalhes abaixo:
- PIS e COFINS Simples Nacional: as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional pagam uma contribuição unificada, que já engloba o PIS e COFINS, com alíquotas reduzidas.
- PIS e COFINS no Lucro Presumido e Lucro Real: negócios que não optam pelo Simples Nacional, incluindo aquelas no Lucro Presumido e Lucro Real, devem apurar e pagar o PIS e COFINS separadamente, conforme o regime cumulativo ou não cumulativo.
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Os desafios mais comuns relacionados ao PIS e COFINS
A gestão de PIS e COFINS pode ser um grande desafio para muitas empresas devido à complexidade das normas fiscais e às frequentes mudanças na legislação.
No entanto, com a abordagem certa, é possível superar os obstáculos e otimizar o processo de apuração e pagamento desses tributos. A seguir, estão alguns dos desafios mais comuns e as soluções para lidar com eles:
1. Dificuldade na apuração correta
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas é a apuração correta do PIS e COFINS, especialmente quando se trata de determinar os créditos a serem utilizados no regime não cumulativo.
Para driblar o problema, a solução é adotar sistemas contábeis e fiscais integrados que automatizem a apuração e o cálculo dos tributos. Isso garante maior precisão e elimina erros manuais.
Além disso, vale a pena treinar a equipe para garantir que todos os créditos possíveis sejam corretamente identificados e aplicados.
2. Desconhecimento das possibilidades de crédito
Muitas empresas deixam de aproveitar créditos tributários por desconhecimento das despesas e custos que podem ser utilizados para compensação no regime não cumulativo.
A dica é realizar uma revisão detalhada dos gastos da organização para identificar todas as possibilidades de créditos, como insumos, serviços de transporte, energia elétrica, entre outros.
Leia também: Despesas e receitas: entenda as diferenças entre os conceitos.
Utilize uma consultoria especializada, se necessário, para otimizar o aproveitamento desses créditos e reduzir a carga tributária.
3. Erro na escolha do regime de apuração
Escolher o regime de apuração errado pode resultar em pagamento de tributos excessivos ou na perda de benefícios fiscais.
O caminho para acertar na escolha é fazer uma análise cuidadosa do regime de apuração que melhor se aplica à realidade do seu negócio.
Para empresas que optam pelo lucro real, é fundamental compreender as vantagens do regime não cumulativo. Já para as organizações do lucro presumido, o regime cumulativo pode ser mais vantajoso.
4. Falta de controle sobre as obrigações acessórias
Além do cálculo e pagamento dos tributos, a falta de controle sobre as obrigações acessórias, como a entrega de declarações e o cumprimento dos prazos, pode resultar em multas e juros.
Leia também: Contas a pagar: o que é, função e dicas de como ter uma gestão estratégica.
A dica é implementar processos internos para garantir que todos os compromissos sejam honrados dentro dos prazos estipulados. A automação, por meio de sistemas fiscais integrados, também pode ajudar a evitar erros e atrasos nas entregas.
Estratégias para gerenciar PIS e COFINS com efetividade
Tanto o PIS quanto a COFINS podem representar um impacto considerável nos custos das empresas se não forem gerenciados corretamente. No entanto, adotar algumas práticas eficazes pode otimizar a gestão tributária desses impostos. Confira:
1. Controle rigoroso das despesas e créditos
No regime não cumulativo, é possível descontar créditos sobre as despesas corporativas, como insumos, serviços de transporte e energia elétrica.
Manter, portanto, um controle rigoroso e bem documentado de todos os gastos da empresa é fundamental para garantir que os créditos sejam utilizados corretamente, sem riscos de autuações fiscais.
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No sistema, é possível, ainda, facilitar a classificação dos tipos de despesas, monitorar os gastos de forma prática e centralizada, além de contar com relatórios detalhados.
Tudo isso proporciona insights valiosos para a tomada de decisões estratégicas, ajudando as empresas a otimizar seus gastos e a manter um capital de giro saudável.
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2. Automatização da apuração e pagamento
Conforme falamos, a utilização de ferramentas tecnológicas para automatizar o processo de apuração do PIS e COFINS pode reduzir erros manuais e melhorar a precisão.
Sistemas de gestão tributária podem integrar os dados fiscais e contábeis, facilitando o cálculo correto dos tributos e o envio das informações para a Receita Federal.
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3. Revisão de tributos pagos
Realizar uma revisão periódica dos tributos pagos, principalmente dos últimos cinco anos, pode revelar possíveis créditos não aproveitados ou pagamentos indevidos.
Caso sejam identificados pagamentos excessivos, a empresa pode solicitar o reembolso ou compensação desses valores junto à Receita Federal. Vale destacar, porém, que o prazo respaldado pela Lei nº 5.172 para isso é de até 5 anos.
4. Capacitação contínua da equipe
Investir na capacitação constante da equipe fiscal e contábil da sua empresa é essencial para garantir que todos os aspectos relacionados ao PIS e COFINS sejam compreendidos e aplicados corretamente. Isso ajuda a evitar erros na apuração, otimiza o aproveitamento dos créditos e assegura a conformidade com a legislação.
5. Planejamento tributário estratégico
Adotar um planejamento tributário estratégico é uma excelente prática para reduzir a carga tributária de PIS e COFINS.
Estudar alternativas como a substituição tributária, a escolha do regime de tributação mais adequado ou a revisão de contratos pode ajudar a reduzir a carga tributária de forma legal.
Além disso, um planejamento orçamentário bem estruturado é essencial para potencializar o crescimento da empresa. Para ajudá-lo a montar o seu com assertividade, preparamos um material exclusivo com 25 indicadores financeiros essenciais.
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6. Monitoramento constante da legislação
A legislação tributária está em constante mudança, especialmente em relação ao PIS e COFINS.
Manter-se atualizado sobre alterações na lei, jurisprudência e normas da Receita Federal é fundamental para evitar surpresas e garantir que o setor financeiro e a empresa estejam sempre em conformidade.
7. Consultoria especializada
Contar com o auxílio de uma consultoria tributária especializada pode ser decisivo para identificar oportunidades de otimização na gestão dos tributos.
Profissionais especializados podem ajudar a interpretar corretamente a legislação - incluindo a Reforma Tributária -, revisar como calcular PIS e COFINS e sugerir ajustes estratégicos para a empresa.
O meu trabalho é encontrar soluções de conteúdo e desenvolver histórias nos momentos certos. Para isso, uso todos os tipos de linguagem a que tenho acesso: escrita criativa, fotografia, audiovisual, entre outras possibilidades que aparecem ao longo do caminho.