As previsões de Scott Galloway para 2025: o que os líderes precisam saber agora
No palco do SXSW 2025, professor da NYU e um dos analistas mais conceituados da atualidade analisa os principais desafios dos novos tempos.

No palco do SXSW 2025, Scott Galloway, professor da NYU (Universidade de Nova York) e um dos analistas mais atentos às transformações do mercado, lançou suas previsões para o ano.
Em uma palestra envolvente, ele discutiu as dinâmicas econômicas, as mudanças tecnológicas e os desafios sociais que moldarão os negócios nos próximos meses.
O time da Flash, que está em Austin com um grupo de executivos de RH, acompanhou neste sábado (8/3) a fala do especialista. A seguir, mostramos suas principais reflexões, que oferecem insights valiosos sobre como navegar no cenário global em rápida evolução.
O cenário econômico e as novas dinâmicas do mercado
Galloway destacou que os jovens americanos estão gastando mais do que as gerações anteriores, impulsionando o mercado e elevando a valorização de ativos.
No entanto, essa nova dinâmica econômica levanta questões sobre a sustentabilidade do crescimento. Ao comparar empresas de tecnologia atuais com gigantes da década de 1990, como Cisco e Amazon, o professor alertou para a desconexão entre crescimento no valor de mercado e geração de receita real das empresas.
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A ascensão de empresas como Shein também ganhou destaque. Sem ativos físicos significativos, mas altamente dependentes de tecnologia e dados, essas companhias reconfiguram o varejo global, na opinião de Galloway.
De acordo com ele, esse modelo baseado em software cria desafios e oportunidades para empresas estabelecidas, que precisam se adaptar às novas formas de operação e engajamento com os consumidores.
Tecnologia e a atual realidade do trabalho
O impacto da automação e da inteligência artificial foi um dos pontos centrais da palestra.
Galloway reconheceu as preocupações sobre perda de empregos, mas afirmou que a tecnologia pode funcionar como um mecanismo de redirecionamento de talentos, em vez de simplesmente eliminar postos de trabalho. “Cada nova tecnologia supostamente coloca as pessoas para fora, mas a automação deve redirecioná-las", afirmou.
A influência das grandes empresas de tecnologia também extrapola os negócios, interferindo diretamente na política e na organização social. O professor apontou, por exemplo, como essas corporações vêm assumindo papéis tradicionalmente ocupados por governos, moldando políticas públicas e influenciando comportamentos.
Para executivos e gestores, esse fenômeno reforça a necessidade de acompanhar as regulamentações e os impactos da inovação na sociedade.
A epidemia da solidão e o desafio para empresas
Entre os temas mais impactantes, Galloway destacou a solidão como a maior ameaça para a sociedade americana. Segundo ele, o isolamento está diretamente ligado a desafios de saúde mental e impactos financeiros.
"A maior ameaça na América agora é, na verdade, a solidão", alertou.
O professor trouxe um recorte preocupante sobre o impacto da solidão nos homens, que, diante do isolamento, encontram refúgio em videogames e no mundo digital. “A solidão é uma tragédia para as mulheres, mas os homens rapidamente se voltam para os videogames.”
Para líderes de empresas e gestores de RH, este é um alerta importante. A forma como as empresas estruturam o ambiente de trabalho pode influenciar diretamente o bem-estar emocional de seus colaboradores.
Programas de engajamento social, benefícios que estimulam conexões reais e um ambiente corporativo mais humanizado podem ser passos essenciais para mitigar esse problema.
O que isso significa para os líderes?
Os insights compartilhados por Scott Galloway no SXSW 2025 mostram um cenário complexo, mas repleto de oportunidades para empresas que souberem se adaptar.
O crescimento econômico impulsionado pelo consumo jovem, a disrupção provocada por novas tecnologias e a ameaça social da solidão são elementos que não podem ser ignorados. Para gestores de RH, CEOs e líderes financeiros, o desafio é encontrar maneiras de equilibrar inovação com propósito e produtividade com bem-estar.
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É diretor de Branding na Flash. Formado em Comunicação Social pela Cásper Líbero, trabalhou em empresas e agências de comunicação, como Santa Clara, F/Nazca e Neon.